Trier, filho de comunistas e nudistas, aos 11 anos ganhou uma filmadora Super-8, e desde então descobriu que sua vocação era o cinema. Ele se formou em 1983 e seus primeiros sucessos vieram na década de 1990, com Os Idiotas e Ondas do Destino. Ele é um dos fundadores do manifesto Dogma 95, que inovou a linguagem cinematográfica com a proposta de despir as filmagens de artifícios como tripé, iluminação artificial e trilha sonora incidental. Filmes seus como Dogville e Manderlay, feitos sem cenografia, são aulas de cinema para muitos estudantes da arte.
De suas obras mais importantes, apenas ficam de fora o seu curta Nocturne, o filme de graduação Befrielsesbilleder (Images of Relief) e o projeto Medea, versão da obra de Eurípedes para a TV dinamarquesa. Na seleção, ainda, há três documentários: Tranceformer, no qual Trier é analisado; The Humiliated, espécie de making of de Os Idiotas; e The Purified, que analisa o Dogma 95.
Entre os curtas, está o do projeto Cada um Com Seu Cinema, que celebrou os 60 anos do Festival de Cannes, e o Dimension 1991-1997, obra que demoraria 33 anos para ser feita, que consistia em gravar com atores recorrentes em sua obra três minutos de cenas não-roteirizadas a cada ano. Também serão veiculadas as duas temporadas da minissérie O Reino.
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