sábado, 29 de outubro de 2011

Site tenta financiamento para audiovisual


O portal MediaFundMarket apresentado em São Paulo, na última quarta (27) cria sistema de crowdfunding – financiamento coletivo -  para captar verbas para produções de cinema e vídeo.
De acordo com reportagem publicada no jornal Folha de S. Paulo, a iniciativa surgiu da produtora Inffinito, devido ao crescimento da indústria de audiovisual brasileira, bem como no interesse internacional pelas produções ‘made in Brazil’. O objetivo da produtora é intermediar o financiamento e a comercialização de projetos audiovisuais.

O MediaFundMarket aceita inscrições de projetos em diferentes formatos, sejam curtas ou longas-metragens, séries, conteúdos para celular, entre outros. A ideia é de que ao apresentar seu produto, o produtor sugere a quantia de que precisa, as diferentes cotas de patrocínio e os respectivos benéficos para o patrocinador/doador.

Se pelo menos 80% do valor for arrecadado, a captação é dada como bem-sucedida e o site fica com 4%. “Até março de 2012 o plano é ter pelo menos 30 projetos on-line”, revela Adriana Dutra, uma das sócias da Inffinito.

Crowdfunding

O termo ficou famoso durante a campanha de Barack Obama à presidência. Na oportunidade, as pessoas faziam pequenas ou grandes doações, via internet, para o financimento da campanha do futuro presidente.


Camila Ribeiro – Especial para o Circuito Mato Grosso com Folha de S. Paulo


fonte:

XIV Festival Nacional 5 Minutos no Museu de Arte Moderna da Bahia


MAM-BA exibe a mais recente produção audiovisual brasileira em curtíssimo formato na 14º edição do festival.
Trazendo a diversidade da produção vídeográfica brasileira para o público, o Museu de Arte Moderna da Bahia recebe, de 02 a 05 de novembro, o Festival Nacional 5 Minutos, na sua 14º edição, integrando o circuito de exibições e mostras especiais em Salvador. Neste período, o Cinema do MAM-BA exibe duas diferentes programações: a Mostra Especial - Memória em 5 Minutos, retrospectiva dos vídeos apresentados em edições anteriores do Festival, às 14h e a reprise da Mostra Competitiva do festival, que abre no dia 1º de novembro, às 16h.  O encerramento e premiação do festival serão realizados durante a Jam no MAM, no sábado, dia 5 de novembro, a partir das 19h, no Pátio do Unhão.
Festival Nacional 5 Minutos
Na sua 14º edição, dentro de uma dinâmica de democratização da cultura, com estimulo e incentivo à produção audiovisual brasileira, o Festival dialoga com novas tecnologias, buscando uma interação diferenciada com as intensas transformações do audiovisual contemporâneo.
Em sintonia com essa proposta, o Museu de Arte Moderna da Bahia, que atualmente exibe a exposição Dez Anos de Fotografia Espanhola Contemporânea – Coleção Fundação Coca-Cola, com obras de 26 artistas espanhóis, consolida a aproximação efetuada pelo museu com a vídeoarte contemporânea e o audiovisual de forma mais abrangente, colaborando com o Festival 5 Minutos e abrindo espaço para essas novas realizações.
Programação no MAM-BA
Para aqueles que não puderem assistir a programação na Sala Walter da Silveira e nos Centros de Cultura da SECULT em Salvador, o MAM-BA exibe a reprise da Mostra Competitiva no dia seguinte à sua exibição. A mostra reúne 50 vídeos selecionados entre 257 inscritos, de 14 estados e Distrito Federal. Recordando a história do Festival, a Mostra Especial- Memória em 5 Minutos exibe quatro programas, mostrando a evolução do Festival de 1994 a 2009.
Serviço
Evento: XIV Festival Nacional 5 Minutos
Período: 2 a 5 de novembro.
Horários: Sessões às 14h e 16h de quarta a sábado
Local: Cinema do MAM
Encerramento: Sábado, 5 de novembro, às 19h, durante a Jam no MAM
Entrada Franca
End.: Museu de Arte Moderna da Bahia, Av. Contorno, s/n, Solar do Unhão
Informações: 3117 6139 e www.mam.ba.gov.br
Mais informações sobre a programação do Festival:http://www.dimas.ba.gov.br/5min_2011/o_festival.htm

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

CINEMA E LINGUAGEM AUDIOVISUAL - Pós-Graduação a Distância


Pós-Graduação a Distância

CINEMA E LINGUAGEM AUDIOVISUAL

Carga horária: 360h (340h a distância + 20h presenciais)

Duração do curso: de 9 a 12 meses

Público-Alvo: graduados que pretendam empregar a linguagem audiovisual como forma de expressão de suas idéias

Disciplinas/Conteúdo
- A Estrutura do Roteiro e os Gêneros Cinematográficos
- A História da Linguagem Audiovisual
- Oficina da Criação - da Idéia a Criação do Texto (roteiro) Imagético e Sonoro
- O Aprendizado da Linguagem Audiovisual e Noções de Fotografia
- Aprendizado de Produção da Obra Audiovisual
- O Aprendizado da Análise Crítica sobre Obras Audiovisuais
- Estrutura e Linguagem da Montagem Cinematográfica

Núcleo Comum
- Metodologia da Pesquisa Científica

Corpo Docente

Prof. M.e Luiz Ignácio Moreira da Gama Filho
Prof. Esp. Ricardo Rama Mathias dos Santos
Prof. Dr. Fabio Mario Iorio

Investimento
Inscrição:
 R$ 120,00
Matrícula: R$ 195,00
Mensalidades:  15 x R$ 255,00*

*Valor com desconto, válido para pagamento realizado até um dia antes do vencimento. Após esse período, permanecerá o valor sem desconto R$ 265,00



fonte:
http://www.posugf.com.br/cursos/pos-graduacao-ead/cinema/2289-cinema-e-linguagem-audiovisual

Mostra Internacional é paraíso dos "loucos por cinema"


A 35ª Mostra Internacional de Cinema, a mais importante exibição conjunta de filmes do Brasil, está em cartaz, a pleno vapor, em São Paulo.
Cinéfilos tiram férias para ter mais tempo e chegam a ver sete filmes por dia

Chico Fireman





Até o próximo dia 3 de novembro, 297 filmes de vários diretores, países, produtores e propostas estéticas serão exibidos em 400 sessões distribuídas por 22 salas de cinemas, espaços culturais e museus da cidade.

Qual a maior loucura que você já fez para ver um filme?
Uma radiografia detalhada do cinema contemporâneo mundial, com pistas sobre as tendências e caminhos a serem seguidos pelos diretores e roteiristas no futuro próximo.
A Mostra, que em 2010 teve 250 mil ingressos registrados nas salas, é também a passarela principal do paraíso para uma figura típica, emblemática e inevitável no ambiente cinematográfico: a do tarado absoluto por cinema.
Um ser mais conhecido no meio por um rótulo elegante, cinéfilo, termo adaptado do francês cinéphile para definir o amante do cinema como arte ou forma de lazer, um ser interessado nas realizações e nos rumos desta arte.
Se o leitor considera cinema uma diversão eventual como outra qualquer, deve ter visto no máximo dez por cento da quantidade de filmes acompanhado por um cinéfilo com idade próxima à sua.
Isso significa que se você pedir uma lista com dez indicações de filme para a fera, vai gostar de três ou quatro no máximo. Ou seja: dos que você acharia bom de qualquer jeito, ainda que ele não os indicasse.
Os cinéfilos, essa legião de loucos por uma telona iluminada ao fundo de uma sala escura, esperam as edições anuais da Mostra com a ansiedade de um folião de subúrbio para desfilar na sua escola de samba preferida.
A coisa é mais ou menos assim: quando cai o último letreiro da última sessão do último filme da mostra de um ano, faltam onze meses e duas semanas para o início da maratona do ano seguinte.
Tirar férias no mês da mostra é comum entre os membros da tribo. Permite que eles acompanhem em paz três, quatro, cinco, seis, até sete filmes por dia.
Não é raro encontrar quem tenha visto entre 50 e 70 filmes em uma edição da mostra. Há cascas grossas que acompanham 90. Haja resistência a assento...
Na entrada das salas de exibição, é fácil encontrar cinéfilos mais parecidos com turistas estrangeiros de primeira viagem. Caneta e roteiro nas mãos, eles consultam e rabiscam listas para separar as obras vistas das ainda não vistas entre as eleitas daquele ano.
Outra cena típica é a do apressado esbaforido nas entradas e saídas das sessões.
Com a agenda invariavelmente apertada, a turma de profissas acaba de ver um filme e sai em disparada rumo ao próximo, marcado para começar em 25, 30 ou 40 minutos. Em outro cinema. Entre uma e outra, o trânsito de São Paulo. Apenas... Já viu.
Se por algum problema houver atraso na exibição de um filme e a sessão seguinte não for na mesma sala de exibição da anterior, pronto: o caos e o desespero estão devidamente estabelecidos.
Não há cinéfilo que não tenha feito ao menos uma loucura por cinema.
Em 1999, o jornalista Chico Fireman encarou 40 horas de ônibus de Maceió, onde morava, para acompanhar a que viria a ser a primeira das mais de dez mostras de seu farto currículo atual.
Michel Simões
O especialista em comércio internacional Michel Simões, assistiu a sete filmes da Mostra no último sábado (22)
Foto: Eduardo Marini/R7
Naquele ano, o competente Chico veio, viu 60 filmes, venceu, sentiu-se o homem mais feliz do mundo e, como na carruagem que vira abóbora do clássico Cinderela, encarou, no seu Bye-bye Brasil particular, outras 40 horas de busão na volta para casa. Tempos depois, decidiu morar definitivamente em São Paulo.
Fireman assistiu a mais de 600 filmes só em edições da Mostra. Chegou a ver entre 60 e 65 obras em um único ano, mas neste 2011, “um pouco mais calmo”, diz querer acompanhar entre 40 e 45. Aposte: ele verá mais. 
Entre essas centenas de títulos vistos na mostra estão obras inusitadas como A Arca Russa, do diretor (russo) Aleksandr Sokurov. O trabalho foi filmado em apenas um dia (23 de dezembro de 2001), num único plano sequência de 96 minutos, em 33 salas do museu Hermitage, retratando três séculos de história da Rússia.
E também o bonito documentário dramático Dez, do diretor iraniano Abbas Kiarostami, com 84 minutos de imagens dentro do carro de uma motorista de táxi em Teerã, a capital do Irã.
A propósito, cinéfilo que é cinéfilo, ao contrário do mortal comum, sempre – sempre - sabe coisas como a diferença de um plano sequência para um plano americano e dos dois para um travelling. Não só sabe como incorpora tudo isso ao vocabulário do dia a dia como se aquilo fosse simples como média e pão com manteiga.
É por isso que quando um cinéfilo descobre outro cinéfilo numa roda de papo em que o assunto não é cinema, a dupla, claro, abandona o tema principal e termina a noite na paralela. E, claro, tome plano sequência, plano americano, travelling...
A atitude mais, digamos assim, cinéfila de Fireman até hoje foi acompanhar o épico em preto e branco de sete horas e meia (você entendeu bem: sete horas e meia) Sátátangó, do húngaro Béla Tarr, exibido por aqui na mostra independente Indie. Com dois intervalos de 25 minutos. Fireman detalha:
- A sessão começou às nove da noite, com umas 120 pessoas. Cerca de 50 abandonaram nos dois intervalos. Saímos do cinema tipo 5h30 da manhã do outro dia. O mais curioso é que todo esse tempo não foi usado numa história ampla, mas na realidade de uma pequena vila húngara decadente às vésperas do final do comunismo, ou seja, um corte bem específico.
E por que ver tanto filme em apenas 14 dias se grande parte deles entrará em cartaz nas próximas semanas ou meses? Há algum culto ao ego, um prazer de ser o pioneiro?
Fireman responde:
- Pode ter gente que se sinta assim, mas no meu caso não é nada disso. Alguns filmes eu escolho porque eles só serão exibidos na mostra; não entrarão em cartaz no Brasil. E mesmo os que farão temporada, eu os acompanho simplesmente porque gosto de cinema e estou ansioso para ver. É só isso.
O especialista em comércio internacional Michel Simões, 32 anos, concorda:
- Comigo não rola essa de eu vi, você não viu. É apenas a chance de ver logo. Como a gente gosta muito do negócio, a vontade de conhecer na primeira oportunidade é grande.
O culto Simões está em sua oitava Mostra Internacional.
Entre sexta-feira (21) e domingo (23), teve a luz do dia como companheira por pouquíssimo tempo.
Isso porque, no sábado (22), começou a jornada ainda de manhã para assistir a sete sessões. Diz que pretende fechar este ano com 45 filmes, mas, a exemplo de Fireman, não convence. Tudo indica que romperá a barreira. E isso porque, ao contrário dos outros anos, não conseguiu tirar neste período do ano para ficar lépido e fagueiro à disposição de sua paixão.
Simões se recorda de heroicas defesas da causa como assistir a um filme paraguaio à meia-noite de um sábado. Sentado no chão. Isso é bem cinéfilo.
E de ter testemunhado episódios impagáveis como a da menina que tascou uma garrafa de água mineral na cabeça do camarada que tagarelava durante o auge da tensão existencial e estética do cabeça movie que todos eles acompanhavam. Isso é muito cinéfilo.
Ou do dia em que levaram a fita errada para o cinema. Os dois filmes tinham a palavra “deserto” no título. O encarregado pegou o errado. Cerca de 20 minutos depois do início da projeção, com vários estranhamentos do público, o funcionário interrompeu a sessão, admitiu o erro e iniciou uma nova jornada. Isso é muito, muito cinéfilo.
E também a do técnico que colocou a parte final do filme de cabeça para baixo e a turma só começou a reclamar uns dez minutos depois. Isso é irresistível e arrebatadoramente cinéfilo.
Assim como o enófilo, o amante de vinho, nunca acha uma taça apenas gostosa, o cinéfilo sofre para considerar um filme só bom ou só ruim. É quase sempre fundamental explicar porque a obra é intensa, minimalista ou tomada por conflitos.
O melhor filme da vida de Chico Fireman é Aurora, clássico de 1927, um drama com pitadas de romance e suspense dirigido nos Estados Unidos pelo alemão F. W. Murnau.
O melhor filme da vida de Michel Simões é bem mais novo, Magnólia, dirigido pelo americano Paul Thomas Anderson nos Estados Unidos em 1999, com Tom Cruise no elenco.
De vez em quando, eles também gostam de um bom TubarãoET, de um desenho de animação ou de um popcorn movie (filme pipoca) feito com competência.
Mas só de vez em quando.
A propósito:
Plano sequência é aquele que registra tudo em uma única filmagem, sem cortes.
Plano americano é quando um sujeito filma o corpo do outro do joelho para cima.
E, finalmente, no travelling a câmera é movida num carrinho ao lado da ação, na paralela, para pegar a ação na mesma distância em todo o seu movimento.
Como eu sei? Um deles me ensinou, claro...

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