quinta-feira, 30 de junho de 2011

Cineastas pedem a Sarney agilidade na votação de Lei do Audiovisual



Cineastas e produtores de TV estiveram nesta quarta-feira (29) com o presidente do Senado, José Sarney, pedindo apoio para a votação do PLC 116/2010, a chamada Lei do Audiovisual, projeto controverso que unifica a legislação para todas as formas de TV por assinatura – além do cabo, a transmissão também pode ser feita via satélite ou microondas. Atualmente, operadoras de telefonia como Telefônica, Embratel e Oi não podem participar da TV a cabo, mas oferecem o serviço via satélite. O texto também prevê o estabelecimento de cotas para a produção audiovisual nacional.


Os cineastas defenderam a aprovação do requerimento de urgência para o projeto, apresentado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR), o que levaria para o Plenário a apresentação dos relatórios das cinco comissões em que a matéria tramita. Atualmente, o projeto aguarda votação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde tem como relator o presidente do colegiado, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), e já foi debatido em audiência pública conjunta.
Na opinião do cineasta Luis Carlos Barreto, aprovar o projeto é primordial para que a produção audiovisual brasileira se torne uma verdadeira indústria. Ele argumentou que o projeto amplia o mercado de TV por assinatura no Brasil, e cria espaço para a exibição de filmes de conteúdo nacional, pois a programação deverá garantir um número determinado de horas semanais para isso.
Sarney prometeu empenho no encaminhamento da questão.
Estiveram no encontro representantes da Associação Brasileira de Produtores Independentes de TV, dos sindicatos dos Produtores de São Paulo e Rio de Janeiro, e da Agência Nacional do Cinema (Ancine).
Elina Rodrigues Pozzebom / Agência Senado
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'Revelando Brasis' chega à Piaçabuçu com o documentário 'As ilhas da minha vida'

Divulgação
A quarta edição de ‘Revelando os Brasis”, projeto do Ministério da Cultura e do Instituto Marli Azul para democratizar o acesso audiovisual às cidades brasileiras, chega à Piaçabuçu, no interior de Alagoas. O projeto conta a histórias de moradores de cidades até 20 mil habitantes e, essa edição, foi vez da alagoana Maria José, a ‘Zezinha’, contar a sua história e a da sua cidade Piaçabuçu no documentário que será exibido nesta quarta-feira (29), “As ilhas da minha vida”.
O documentário conta um pedaço da vida de Zezinha e sua família entre as várias ilhas do baixo São Francisco, onde passou sua infância. Auto intitulada pescadora, bonequeira e aprendiz de Griô, a roteirista, diretora e protagonista Zezinha conta um pouco das suas histórias de crianças, lendas que ganham vida em sua imaginação e o seu sonho de ser artista.
O documentário será exibido hoje, às 19 horas, no ponto central do município de Piaçabuçu, onde será montado um cinema ao ar livre. No próximo dia 1º de julho, sexta-feira, Maceió receberá o documentário.
“Revelando os Brasis”
Revelando os Brasis é um projeto de formação e inclusão audiovisuais de moradores de pequenas cidades. Qualquer brasileiro maior de 18 anos, residente em municípios com até 20 mil habitantes, pode inscrever uma história original real ou de ficção no Concurso Nacional de Histórias.
Os autores das 40 histórias selecionadas participam de oficinas preparatórias de Roteiro, Direção, Produção, Fotografia, Som, Edição, Direção de Arte, Direitos Autorais, Mobilização e Comunicação Colaborativa com o objetivo de transformar suas histórias em vídeos digitais com duração de até 15 minutos.
Divulgação/www.revelandobrasis.com.br
Depois, eles retornam às cidades para colocar em prática o que aprenderam, a fim de realizar o filme. Lá, membros da comunidade assumem funções dentro da equipe de produção, contribuindo para execução da obra. Após a edição e a finalização, as obras integram um circuito de exibição aberto e gratuito pelos municípios participantes e pelas capitais dos estados integrantes da edição.
Para que mais brasileiros tenham acesso ao material, as obras e entrevistas com seus autores são apresentadas em um programa especial realizado pelo Canal Futura em parceria com o Instituto Marlin Azul. Além disso, os vídeos são organizados em um DVD com distribuição gratuita entre os selecionados, organizações sociais e culturais, bibliotecas públicas, Pontos de Cultura, universidades e cineclubes de todo o Brasil.
Desde a criação do projeto, em 2004, foram realizadas quatro edições. A realização é do Instituto Marlin Azul, com patrocínio da Petrobras e a parceria estratégica da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura. O projeto conta também com a parceria do Canal Futura e os apoios da TV Brasil e da Riofilme. Nas três primeiras edições, participaram do projeto 120 cidades de todas as regiões do Brasil.
Estas histórias escritas por seus moradores transformaram-se em vídeos que continuam a percorrer novas estradas, passando por mostras, festivais, escolas, bibliotecas, pontos de culturas, programas televisivos de várias partes do país e do mundo.

"As ilhas da minha vida"

Divulgação
Maria José Dias, ou melhor, Zezinha Dias
Zezinha Dias - Piaçabuçu - AL
Ficha Técnica
Roteiro e direção: Zezinha Dias
Produção: Zezinha Dias, Dalva de Castro, Linete Matias e Associação Olha o Chico
Imagens e edição: Gilcimar França
Som: Jasiel Martins
Trilha sonora original: Jasiel Martins e Zezinha Dias
Elenco: Lionaldo Dias, Linete Matias e Maria Vitória Dias
Conheça Piaçabuçu: Fundação: 31 de maio de 1832 / Localização: Sul de Alagoas, na divisa com a Bahia, a 140 km de Maceió / 17.203 habitantes / 240 km2 / Gentílico: piaçabuçuense
Economia: A principal fonte de renda provem da atividade primária com o coco, o arroz, a pesca e a cana-de-açúcar. Piaçabuçu também tem o maior banco de camarão do Nordeste e é um importante pólo pesqueiro. Outra parte da economia da cidade gira em torno do turismo, em especial do passeio ofertado por diversos barcos particulares à foz do Rio São Francisco, que banha a cidade.
História: O início da formação do povoado data dos primeiros tempos de exploração do Baixo São Francisco. O local era ponto preferido pelos que atravessavam o rio quando viajavam por terra para Pernambuco e Bahia. Consta que o Português André Dantas, tendo um grupo de homens sob as suas ordens, entre 1660 e 1670, penetrou no município. Daí surgiu o povoado. Os primeiros habitantes foram os índios. Piaçabuçu foi visitada em 1859 pelo Imperador Dom Pedro II, que, inclusive, participou de festas na cidade antes de seguir viagem.
Origem do Nome: Tem origem indígena nas palavras "piaçava": palmeira; "guassu" ou "assu": grande. Foi motivado pela abundância de palmeiras. Ao contrário de outros municípios que tiveram várias denominações ao longo dos anos, jamais trocou o seu nome inicial. Há outra versão que defende que Piaçabuçu seria uma corruptela de pe-haçab-uçu, que significa, segundo os especialistas da língua tupi-guarani, "passagem geral do caminho".
Festas: Em outubro acontece a festa do padroeiro, São Francisco de Borja, uma das mais comemoradas da cidade. As quadrilhas e o casamento do matuto tomam o mês de junho. Em novembro, é a vez da Gincana de Pesca e Arremesso. O Carnaval e da micareta da cidade acontecem em março.
Turismo: Um dos maiores atrativos turísticos de Alagoas fica em Piaçabuçu, na foz do rio São Francisco, cenário de beleza no encontro das águas do rio com o mar, além de dunas de areias claríssimas e várias lagoas de águas mornas. A Praia de Pontal do Peba, de grande extensão, tem areia fina e águas tranqüilas e destaca-se por sua boa infra-estrutura com pousadas, bares e restaurantes. Durante todo o ano realizam-se nas suas imediações numerosas atividades, entre as quais a gincana de pesca de arremesso, em novembro, e o festival da Pilombeta, em setembro.
O Que Visitar: A Foz do rio São Francisco ganha a moldura de dunas douradas, formando um delta com coqueiros e imensas lagoas de águas azuis. O passeio à foz é feito de barco e dura cerca de 45 minutos. A paisagem muda quase que diariamente em função das marés. 

*Com agências e revelandobrasis.com.br
 

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Grupo Ideal lança apoio à produção de curtas


Fomentar a produção de cinema paraense e contribuir para a inserção de novos roteiristas no mercado. Esse é o objetivo do I Edital Ideal de Curta-Metragem, que vai oferecer 40 mil para a realização de um filme. A iniciativa é do Grupo Ideal, em parceria com Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas do Pará (ABDeC-PA), Associação de Críticos de Cinema do Pará (ACCPA) e Caiana Filmes. O edital será lançado hoje (29), às 19h, no Sesc Boulevard.

A ideia é estimular o movimento audiovisual no Estado, num momento em que não há nenhum edital público direcionado ao segmento. “Temos no Pará pessoas talentosas e prontas para realizar seus diversos projetos na área de cinema. Falta apenas apoio dos governos e principalmente da iniciativa privada. Caso a mentalidade das empresas locais mude e haja maiores investimentos na produção de filmes, em pouco tempo estaremos recuperando o tempo perdido”, diz Marco Antônio Moreira, presidente da ACCPA.

O idealizador do projeto, Manoel Leite Jr., diretor de Marketing do Ideal, ressalta que grupo pensa em investir em cultura, mas de uma forma que gere consequências positivas para o setor. “Somos uma instituição da área da educação. Temos responsabilidade com nossos alunos e pais, mas também com a sociedade. O Ideal sempre investe na sua estrutura, mas também precisa dar o exemplo ‘fora de casa’. Há ocasiões em que precisamos partir para o ato, agir positivamente na sociedade. Por isso estamos investindo, fomentando a arte paraense”, diz ele.

João Inácio, diretor da Caiana Filmes, um dos apoiadores do projeto, lembra que cinema é uma arte cara, com custos elevados de produção, pois envolve todas as outras artes, mas gera visibilidade para os autores e para o Estado.

“O edital é o grande mecanismo de fomento democrático da cultura atualmente, e a existência dele é um sopro de renovação de nossa produção do Estado. Estimula também nossos artistas a não migrarem para outros Estados”.

Marco Antônio completa: “O destaque do cinema paraense no âmbito nacional é bom, mas poderia ser maior se tivéssemos uma produção mais qualitativa e com um maior número de filmes. Mas isso só vai acontecer com a colaboração de todos, especialmente a iniciativa privada. O edital do Grupo Ideal pode ser o começo de uma nova história dentro do audiovisual paraense”.
COMO FUNCIONA

Após as inscrições, que poderão ser feitas de 1º de julho a 15 de agosto, serão selecionados cinco roteiros, cujos autores participarão, numa segunda fase, de uma oficina de decupagem e aperfeiçoamento de roteiro para produção, com ministrante a ser definido.

Com o resultado da oficina, um único roteiro será selecionado e receberá como prêmio um contrato de produção entre o autor do projeto, uma produtora indicada pelo proponente e o Grupo Educacional Ideal.

Uma das orientações do edital é que o curta-metragem trabalhe o tema educação, nos gêneros ficção ou documentário.

“Podemos sensibilizar a iniciativa privada para que desenvolva projetos de fomento e com isso gerem frutos a médio e longo prazo. As empresas ou interessados podem, inclusive, nos procurar para conversar e ajudar nessa empreitada”, diz Manoel Leite Jr.

Ele ressalta que o cinema é uma linguagem com forte apelo entre os jovens. “Ou seja, o terreno onde se plantam sementes para o futuro. Mas o que falta? Investimento. Sem isso, infelizmente não dá. Com esse apoio, é partir para conquistar o mundo”, finaliza. (Diário do Pará)

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Mostra de cinema árabe apresenta 17 filmes produzidos por dez países - (CCBB - Distrito Federal)


Filme franco-argelino Fora da lei foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro e premiado em Cannes
Da dificuldade de se encontrar atrizes para uma cena de beijo até estruturação incipiente, no exemplo da Argélia, que só teve o Centro Nacional Audiovisual instituído em 2004, passando pela reativação de desfalcados circuitos — o cinema árabe enfrenta muitas barreiras até chegar aos espectadores. Ciente disso, Nágila Guimarães, uma das curadoras da Mostra de Cinema Árabe — a partir desta terça-feira (28/6), no Centro Cultural Banco do Brasil — se dispôs à meta: “Quis ser bem abrangente na seleção dos temas e contar com o maior número de países representados”. O resultado está no agrupamento de 17 filmes produzidos por 10 países, entre os quais, Iraque, Jordânia, Líbano e Egito.
“Cinema é uma forma de se contatar com outros países: dá para tirar um pouco do mundo e levar junto”, compara Nágila Guimarães, parceira na curadoria de Lina Menzli e Dora Bochoucha. Iniciativa que tem agregado parte do Oriente Médio, com relevância de traços africanos e asiáticos, o florescimento de festivais como os de Dubai, Abu Dhabi (Emirados Árabes) e Doha (no Catar) mobiliza produtores e realizadores de países que, progressivamente, contam com fundos para a estruturação maior dos roteiros de cinema, avalia a curadora. Aos 49 anos, ela vivencia, na condição de produtora e de “moradora do mundo, há 24 anos”, um punhado de festivais no exterior. Nágila está atenta a casos como o de Cidade da vida (2009), título selecionado para o CCBB e que marcou a entrada dos Emirados Árabes no panorama de cinema internacional. “Foi o primeiro com qualidade suficiente para o posto. O diretor Ali Mostafa captou muito bem a diversidade étnica na região — aquela Torre de Babel, repleta de diferenças de classes”, comenta.

Referências
O caldo de referências alheias ao dito mundo árabe também se engrossa, uma vez que muitos dos jovens cineastas têm formação fora do país de origem, como é o caso do marroquino Nour Eddine Lakhmari, muito valorizado na Escandinávia e representado na mostra por Casanegra (2008), filme em torno de regeneração e delinquência. “Os estudos no exterior formam realidades que acrescentam e não descaracterizam as culturas”, observa a curadora.

Também saído do país de origem, o sírio Joud Said dirige Outra vez (2009), longa voltado a um caso de amor cerceado pelas circunstâncias da guerra civil com a interferência Síria em território libanês, que, por sinal, traz à tona os limites da ficção no cinema examinado. “É uma parte do mundo tão conflitante, então, como eles poderiam lidar com isso apenas na ficção? Uma coisa (a realidade) entra na outra (ficção), de forma quase orgânica”, analisa Nágila Guimarães.

Instabilidade com atentados, processos sangrentos de independência, intolerância na pluralidade religiosa e sanções econômicas internacionais são alguns dos quebra-cabeças comuns a países representados na mostra do CCBB.

Catadores de papel
Daí, brotarem enredos como os de Porto da memória (2009), centrado na questão territorial, a partir da ação de despejo de uma família da área Palestina, antes de 1948; de Caindo por terra (2008), do estreante Chadi Zeneddine, voltado para a reintegração de Beirute almejada pelos esperançosos libaneses e de Reciclar (2007), um documentário da Jordânia, a postos para denunciar a dura realidade de um ex-soldado, pai de oito filhos que, na cidade do abatido líder da Al-Qaeda Abu Masab az-Zarqawi, presencia a falta de perspectivas dos filhos entregues à rotina de catadores de papel.

“Não se mostra apenas um mosaico de mártires. Não são representadas apenas vidas sofridas. Nos filmes, vemos amor, alegria e dor, em doses equilibradas. O Brasil nunca passou por uma guerra, mas as pessoas podem se conectar com os filmes que contemplam a humanidade, em geral. Falam de doçura e sonhos”, observa Nágila Guimarães. A crença em melhores condições é extravasada na expressão internacional alcançada por cinematografias ricas de países pequenos como a Tunísia, sempre exaltada pelo teor de liberalismo.
“É um local em que a mulher se emancipou mais cedo, mas, alguns filmes de lá são objeto de polêmica. Apesar de muito sutil no registro de nudez, o filme Segredos enterrados (de Raja Amari, selecionado para mostra paralela do Festival de Veneza) lida com o grande tabu que é o incesto”, comenta Nágila, ao falar do cinema da autora de Satin rouge (2002), um filme detido nas mudanças experimentadas por uma viúva que rompe barreiras sociais.

Alinhados à questão da independência feminina e integrados à mostra do CCBB, títulos conduzidos por mulheres, como Todo dia é feriado (2009) e Câmeras abertas (2009), demonstram o potencial de interesse dentro da programação com acesso gratuito: o primeiro se fixa nos destinos de libanesas que visitam os maridos na cadeia, enquanto o outro, um documentário, registra o empenho de iraquianas arregimentadas para um perigoso projeto fotográfico.

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Para instituições que cuidam da memória, como o museu, é imprescindível que o acervo audiovisual...

Secretaria de Estado da Cultura realiza em Campinas oficina do MIS-SP


 
Atividade gratuita busca o aperfeiçoamento dos profissionais da área museológica na conservação, manutenção e manuseio de acervos audiovisuais, com base na experiência do museu paulistano

A Secretaria de Estado da Cultura, por meio do Sistema Estadual de Museus (SISEM), oferece para profissionais da área museológica, nos dias 29 e 30 de junho, uma oficina sobre a experiência do Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo. A temática será manuseio, conservação e aproveitamento de acervos audiovisuais. Com carga de 16 horas, a atividade acontece no Museu da Imagem e do Som de Campinas e a inscrição – gratuita – pode ser feita pelo telefone (19) 2116-0525.

Para instituições que cuidam da memória, como o museu, é imprescindível que o acervo audiovisual esteja em constante manutenção, pois são rica fonte de pesquisa para diversos tipos de pesquisadores. Dessa forma, é importante que as instituições estejam preparadas para atender a demanda, com um sistema de busca de informações rápido e eficiente, além de uma equipe treinada.

Na oficina, a palestrante Patricia Lira, historiadora e documentalista do MIS, discorre sobre os procedimentos básicos para conservação de acervos audiovisuais, como área de guarda para meios magnéticos e para películas cinematográficas, manuseio adequado do acervo e discos ópticos. Os participantes também têm a oportunidade de conhecer as etapas da documentação, por meio do preenchimento de fichas de registro de entrada, de inventário e de catalogação. Serão abordadas, ainda, as especificidades da documentação de diversos tipos de registros e suportes.

Sobre a digitalização de acervo, tema discutido à exaustão por centros de memória, arquivos e bibliotecas, a oficina mostra como avaliar a importância da atividade para que o profissional consiga tomar a decisão de quando digitalizar, os critérios e as prioridades para a digitalização, quais serão os meios de armazenamento e de difusão posterior desse acervo. A questão dos direitos autorais também será abordada, com a avaliação lei nº 9610.

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terça-feira, 28 de junho de 2011

Futura exibe o melhor da produção audiovisual web

Há alguns anos, tomei contato com o projeto de Brian Storm e seu Media Storm, um estúdio multimídia focado em conteúdos para a internet. De cara, apaixonei-me pelo trabalho, baseado na construção de narrativas documentais por meio da aliança entre fotos (pictures) e vídeos (motion pictures).

Logo, o Media Storm se tornou uma referência mundial para esse tipo de criação. Recebeu inúmeros prêmios. Inspirados no trabalho deles, realizamos, anos atrás, o documentário Bon Bagay Haiti, coordenado pelo jornalista Aloísio Milani. Também foi provocado pelas possibilidades abertas por trabalhos como os do Media Storm que produzimos o ensaio/manifesto A Linguagem Libertada – Fragmentos sobre a Reportagem na Era Digital.
O Canal Futura, que vem remodelando sua produção jornalística sob comando de Adriano de Angelis, um realizador pioneiro na investigação da colaboração como instrumento de criação audiovisual, irá exibir esta semana filmes realizados pelo Media Storm.
Os documentários vão ar de segunda a sexta, às 14h35 e às 23h30. Neste link, você tem acesso a um panorama do trabalho coordenado por Brian Storm, que conta com a colaboração de vários excelentes realizadores multimídia.
Quando defendemos políticas públicas para o audiovisual em rede, quando falamos da possibilidade de democratizar o acesso às imagens e às múltiplas realidades, cada um de nós – creio – tem algo específico em mente. Pela minha cabeça, passa sempre o desejo de termos mais e mais produções como as do Media Storm. Portanto, louvável a iniciativa da Futura, de abrir espaço em sua grade televisiva para conteúdos que surgiram na rede.

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Festival de cinema na internet


Qual é o lugar para se ver um filme? No cinema, em casa na TV, no computador? O lugar predeterminado para acontecer a experiência cinematográfica vem se expandido nas últimas décadas. Extrapolou há muito os parâmetros da caixa escura. Há 11 anos, o Fluxus - Festival Internacional de Cinema na Internet propõe que o cinema esteja online em www.fluxusfestival.com: ver filmes, compartilhar, o cinema como informação e formação cultural. Ao Fluxus interessa exibir o cinema contemporâneo de curta duração produzido seja por novos talentos ou por cineastas premiados que contribuam para a arte do audiovisual.



A oitava edição do Fluxus 2011 apresenta 34 filmes na mostra competitiva. São filmes de ficção, documentários, animações e vídeos experimentais, captados em diferentes suportes - digital, 35mm, Super8, Super 16, miniDV - e realizados em 18 países. Todos eles poderão ser vistos no site do Fluxus - www.fluxusfestival.com - a partir Desta terça-feira (28/06).



Além do site, o Fluxus propõe também uma nova concepção para se ver filmes e participar do festival. No SESC Pompeia, de 29 de junho a 31 de julho, doze telas exibem simultaneamente os 34 filmes da mostra competitiva. O espectador percorrerá um circuito circular de exibição, em que poderá transitar por entre as telas, escolher qual curta quer ver. Não há sessões, nem horários marcados. O espectador faz seu trajeto, é responsável pela sua programação.



O Fluxus 2011 – Festival Internacional de Cinema na Internet é apresentado pela Petrobras, através da Lei Rouanet – Ministério da Cultura. A exposição no SESC Pompeia é uma realização do SESC e tem produção e idealização da Zeta Filmes.



Os filmes da mostra competitiva foram escolhidos entre 1.200 filmes inscritos. Os selecionados trazem o frescor da diversidade de temas e formas inusitadas de retratá-los. As ficções são a maioria, entre elas, as relações amorosas em destaque como em “15 verões mais tarde”, do espanhol Pedro Collantes e “Alfama”, do português João Viana. Entre os cinco documentários da competição destaque para o íntimo e pessoal “Adeus, Mandima” de Robert-Jan Lacombe; e a vida isolada na Galícia em “Rural Pretérito”, das irmãs Sonia e Miriam Albert Sobrino. O cinema brasileiro está presente com cinco filmes: do documentarista mineiro Marcos Pimentel,“Taba”; novos diretores de ficção Laura Lima (“Um Par”) e Stefano Capuzzi Lapietra (“Nalu”); o trabalho experimental do paulista Alfredo Hisa(“Nearby”) e, finalmente, a inventividade do mineiro Carlos Magno Rodrigues com “Drop in the Darkness”.



O Melhor Filme será eleito pelo voto do público no site do festival, mas será decidido também pelo voto dos convidados da Rede Fluxus. A partir de julho, e durante quatro meses, 50 convidados, selecionados entre formadores de opinião, artistas, jornalistas, cineastas, etc., não serão responsáveis apenas em votar, mas também farão indicações de filmes e comentários que serão replicados no Twitter e no Facebook. A ideia do Fluxus é criar no site do festival uma rede criativa e crítica sobre os filmes. O Melhor Filme será anunciado em novembro quando o Fluxus abre uma nova exposição no Oi Futuro, de Belo Horizonte.(com assessoria) 



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http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=394967

Morreu o cineasta, crítico e gestor Gustavo Dahl, aos


Gustavo Dahl (1938 – 2011)

Morreu o cineasta, crítico e gestor Gustavo Dahl, aos 72 anos, vítima de um infarto. Ele faleceu no domingo (26/6) em Trancoso, na Bahia, enquanto assistia a um filme. Argentino naturalizado brasileiro, Dahl foi um dos grandes teóricos do Cinema Novo e esteve a frente dos principais órgãos públicos ligados à atividade audiovisual – foi responsável pelo sucesso da Embrafilme e também o primeiro diretor-presidente da Ancine.
Dahl começou sua ligação com a história do cinema na Cinemateca Brasileira em 1958, antes de partir para a Itália, para estudar no Centro Experimental de Cinematografia de Roma, graças a uma bolsa de estudos conseguida em 1960. Lá, conviveu com os cineastas italianos Marco Bellochio (“Vincere”) e Bernardo Bertolucci (“O Último Tango em Paris”), e se tornou amigo do brasileiro Paulo César Saraceni (“Capitu”). Foi através deste que se ligou ao movimento do Cinema Novo.
Gustavo Dahl
Com e experiência adquirida na Itália e também num curso de cinema etnográfico em Paris, aprimorou-se como crítico de cinema. Em 1961, passou a defender – em artigos como “Algo de Novo entre Nós” e “A Solução Única” – o esquema de produção individual do “autor” com a “câmera na mão”, que marcaria o Cinema Novo. Seus textos foram publicados por diversos jornais do país e em revistas como Civilização Brasileira e a francesa Cahiers du Cinéma.
Não demorou para colocar em prática todas as suas teorias, tornando-se montador de filmes, enquanto nutria o desejo de ser documentarista.
Cena do cartaz de O Bravo Guerreiro
Já em 1965 recebeu os prêmios Coruja de Ouro e Saci pela montagem de “A Grande Cidade”, de Cacá Diegues. Mais tarde, em 1974, voltou a receber o mesmo Coruja de Ouro pela montagem de “Passe Livre”, de Oswaldo Caldeira. Montou ainda “Integração Racial” (1964) de Paulo César Saraceni, “Pedro Diabo Ama Rosa Meia-Noite” (1969), de Miguel Faria Jr., e “Soledade” (1976), de Paulo Thiago.
Do projeto inicial de filmar documentários veio o primeiro curta, “Em Busca do Ouro” (1965), sobre o ciclo do ouro de Minas Gerais no século 18. Também montou, em 1970, “Tostão – A Fera de Ouro”, com depoimentos dos monstros sagrados do futebol brasileiro: Pelé, Gerson, Jairzinho e o próprio Tostão. O futebol era mesmo uma de suas paixões, e foi revisitada no documentário “Passe Livre” (1974), que montou para Oswaldo Caldeira.
Uirá, Um Índio em Busca de Deus
A estreia em longa aconteceu com “O Bravo Guerreiro” (1968), que juntamente com “O Desafio” (de Saraceni) e “Terra em Transe” (de Glauber Rocha) formou a trilogia de filmes políticos da segunda fase do Cinema Novo. O filme de Dahl, porém, tinha um diferencial. Ao refletir o universo desencantado da juventude classe média urbana, acabou também tendo reflexos no nascente Cinema Marginal.
Logo após seu segundo longa, “Uirá, Um Índio em Busca de Deus” (1973), aconteceu a reviravolta que definiu o resto de sua carreira. Dahl assumiu, a convite do também cineasta Roberto Farias, a superintendência de comercialização da Embrafilme. Foi o começo de seu trabalho como gestor público de cinema.
Uirá, Um Índio em Busca de Deus
Dahl reformulou a área de distribuição da Embrafilme, transformando a estatal na segunda maior distribuidora do país – e isto trabalhando exclusivamente com filmes brasileiros. Graças a esse esforço, no período de 1975 a 1979 o cinema brasileiro atingiu uma marca histórica, ocupando com seus lançamentos um terço de todos os cinemas do país – feito nunca mais repetido.
Após sair da Embrafilme, Dahl foi presidente da Associação Brasileira de Cineastas (1981-1983) e realizou em 1983 o seu terceiro longa-metragem, “Tensão no Rio”.
Nelson Xavier em cena de Tensão no Rio
O retorno às câmeras não durou muito. Em 1985 tornou-se presidente do hoje extinto Concine e, no final do governo Sarney, presidiu o Conselho Nacional de Direitos Autorais. Numa folga entre o trabalho burocrático colaborou no roteiro de “Bahia de Todos os Sambas” (1996), documentário sobre MPB, para o amigo Saraceni e o co-diretor Leon Hirchman.
Em 2002, com a criação da Ancine, foi nomeado seu primeiro diretor-presidente, dedicando-se à sua implantação até o final do mandato, em dezembro de 2006. Seu último trabalho foi como gerente do CTAV (Centro Técnico Audiovisual do Ministério da Cultura).
José Lewgoy em cena de Tensão no Rio
Em nota à imprensa, a Ministra da Cultura Ana de Hollanda lamentou a perda do formidável gestor. “A morte inesperada de Gustavo Dahl é um golpe profundo não só para a comunidade do cinema, como para o Brasil”, ela disse, ressaltando que o cineasta era uma “figura humana, luminosa e divertida”.
Manoel Rangel, diretor-presidente da Ancine, também se manifestou sobre o legado do cineasta. “Sua experiência e sua vida dedicada ao cinema e ao Brasil deixam lições valiosas aos que tivemos a experiência de com ele conviver e trabalhar, e são referência para aqueles que levam adiante a luta pelo desenvolvimento do cinema e do audiovisual nacional”.