Projeto Éden, de Bruno Safadi, foi o grande vencedor do 2o Brasil CineMundi
A Mostra CineBH chegou nesta terça ao fim de mais uma edição, consolidando-se como grande ponto de encontro entre o cinema brasileiro contemporâneo e o mercado audiovisual mundial. O Brasil CineMundi, encontro internacional de coprodução que é um dos principais destaques da Mostra CineBH, foi um enorme sucesso nesta sua segunda edição, tendo propiciado mais de 70 encontros oficiais entre produtores e realizadores brasileiros e convidados internacionais.
“O CineMundi foi muito bom para nós e, definitivamente, o encontro alcançou minhas expectativas. Todos os diretores e produtores eram muito interessantes, confiantes e inteligentes. Fiquei muito feliz com a seleção dos projetos, a escolha das pessoas e tudo mais”, afirmou Janneke Langelaan, uma das convidadas internacionais do Brasil CineMundi, responsável pelo fundo de financiamento holandês Hubert Bals Fund.
Entre os representantes dos dez projetos selecionados entre mais de 40 inscritos para esta segunda edição do Brasil CineMundi, a satisfação foi a mesma. “O Brasil CineMundi foi muito proveitoso pra gente, principalmente por termos ficado imersos durante cinco dias só falando sobre o filme. Com esta participação no CineMundi, estamos vendo o filme com muito mais clareza”, explica Sérgio Oliveira, um dos selecionados para o encontro, com o projeto Brega Naite.
Os dez projetos selecionados foram avaliados, durante a realização do Brasil CineMundi, por um júri composto de dois integrantes convidados da organização do evento para eleição de um projeto vencedor, que recebeu material e serviços audiovisuais oferecidos pelas empresas parceiras (Ciario, Cinema, CTAv, Kodak, Labocine e Megacolor) com o objetivo de viabilizar a execução do projeto em questão.
O Brasil CineMundi foi o projeto Éden, de Bruno Safadi. Segundo o júri, o projeto foi contemplado pela “relevância de seu imaginário contemporâneo, conectando questões sociais típicas não apenas do Brasil, com um misto de política e religião, através de uma personagem central cheia de conflitos. Temos confiança que Éden será um filme importante para o contínuo reconhecimento do cinema brasileiro no exterior”.
“Eu só tenho a agradecer à Universo Produção, que tem apoiado minha carreira desde o início. Meu primeiro longa foi premiado na Mostra Aurora, da Mostra de Tiradentes, meu filme seguinte passou por lá também e agora vou poder realizar meu terceiro graças ao apoio do CineBH e do Brasil CineMundi. Muito obrigado”, agradeceu Safadi no anúncio do resultado.
O Brasil CineMundi contou ainda com uma ampla programação de debates, aproveitando as diversas experiências de seus convidados para amplificar a discussão em torno da produção independente, sua viabilização e distribuição. As mesas discutiram as políticas públicas no cenário das coproduções; a produção independente no mercado audiovisual; os fundos de investimento, mecanismos e incentivos à produção, exibição e difusão do cinema no mercado mundial; as film commissions; o diálogo entre cinema e televisão; e as alternativas de distribuição para a produção independente.
“O audiovisual precisa de uma política pública de Estado, não de Governo. Uma política que seja perene, pois começamos a engatinhar apenas rumo a uma indústria, mas temos um potencial altíssimo”, afirmou Ana Paula Santana, Secretária do Audiovisual do Ministério da Cultura, em sua participação na mesa de abertura do evento, “O Mercado Audiovisual e as Políticas Públicas no Cenário das Coproduções”.
As mudanças recentes e futuras do mercado audiovisual brasileiro, a partir da consolidação de nossa produção, infraestrutura e do novo papel do Brasil no cenário internacional, foram os principais temas que perpassaram todas as mesas de discussão. Eduardo Valente, Assessor Internacional da Ancine, lembrou, por exemplo, da situação privilegiada em que nos encontramos e os desafios que isso nos traz. “Nos próximos anos, os recursos do Fundo Setorial Audiovisual devem triplicar ou quadruplicar. Isso irá atrair o interesse de produtores de todo o mundo, num momento de crise econômica como vivemos hoje, então temos que estar atentos para que os recursos só sejam investidos em coproduções de fato, e não concedidos para que produtores estrangeiros realizem seus filmes sem contar com um verdadeiro intercâmbio artístico e técnico com o produtor brasileiro”, alertou Valente.
A realizadora Julia Murat, que apresentou o case de seu primeiro longa-metragem, Histórias Que Só Existem Quando Lembradas, financiado inteiramente com fundos internacionais, também afirmou que alguns desses fundos começam a estudar a possibilidade de não financiar mais projetos brasileiros, alocando seus recursos para cinematografias mais frágeis e menos desenvolvidas, uma realidade diferente que mostra a mudança de visão do mercado internacional para nossa indústria audiovisual.
“Os olhos do mundo estão se voltando cada vez mais para o Brasil e para nossa indústria audiovisual e a tendência é que isso só aumente, com eventos como as Olimpíadas e a Copa do Mundo, que trarão enormes desafios para nossa atividade”, afirmou Steve Solot, presidente da Rio Film Commission.
Ao todo, mais de 25 mil pessoas participaram das atividades gratuitas oferecidas pela Mostra CineBH – homenagens (à produtora mineira Vânia Catani e ao roteirista italiano Tonino Guerra), exibições, oficinas, debates e encontros de negócios. A programação de filmes foi uma das principais responsáveis por essa intensa participação: ao longo dos seis dias de programação, foram exibidos 96 filmes – sendo 37 longas, 7 médias e 52 curtas – em 92 sessões distribuídas em seis espaços da cidade. Além da tradicional Vila do Cinema – que contempla o Cine Praça, o Cine Tenda e o Cine Santa Tereza – e do Cine Humberto Mauro, nesta edição a programação se estendeu também para dois novos espaços, o Sesc Palladium e o Instituto Inhotim, unindo turismo e audiovisual no maior museu de arte contemporânea a céu aberto do mundo.
Como sempre, a formação e educação de novos públicos e profissionais para o cinema brasileiro estiveram no centro das preocupações da Mostra CineBH, seja através da realização de 37 sessões Cine Escola – que beneficiaram 9520 alunos de 48 escolas da rede pública de ensino – ou na realização das sete oficinas oferecidas gratuitamente e que certificaram um total de 205 alunos.
Entre as oficinas oferecidas, esteve a de Linguagem Cinematográfica, ministrada pelo critico Cleber Eduardo, com 30 participantes entre 18 e 25 anos. A partir dessa oficina, foram selecionados os cinco integrantes do Júri Jovem, que terá a responsabilidade de, durante a 15a Mostra de Cinema de Tiradentes, escolher o melhor filme da Mostra Aurora - recorte da programação direcionada a novos realizadores de longa-metragem. Os integrantes do Júri Jovem da Mostra Aurora são Bianca Rolff (Belo Horizonte, 20 anos), Julio Cruz (Contagem, 20 anos), Katiusca Alves (Mariana, 24 anos), Leonardo Barros (Belo Horizonte, 19 anos) e Maria Navarro (Belo Horizonte, 21 anos).
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A 5ª Mostra CineBH e o Brasil CineMundi 2011 aconteceram de 29 de setembro a 04 de outubro com exibições em três espaços instalados no bairro Santa Tereza em Belo Horizonte, Minas Gerais, denominado Vila do Cinema, no Cine Humberto Mauro, tradicional espaço de exibição do circuito de arte de Belo Horizonte, no SESC Palladium e no Instituo Inhotim, maior museu de arte contemporânea a céu aberto do mundo.
O evento integra o Cinema sem Fronteiras – programa internacional de audiovisual que reúne as mostras anuais que a Universo Produção realiza em Minas Gerais – Mostra de Cinema de Tiradentes [centrada na produção contemporânea, em janeiro], CineOP [que difunde o audiovisual como patrimônio, em junho], em Ouro Preto e a Mostra CineBH [que contextualiza o mercado audiovisual, em outubro, na capital dos mineiros).
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Serviço
Acompanhe a 5ª Mostra CineBH 2011 e o programa Cinema Sem Fronteiras 2010.
Informações para o público: (31) 3282.2366 – Universo Produção
Na Web: www.cinebh.com.br
No Twitter: @universoprod
No Facebook: Universo Produção
Patrocínio: Usiminas, Correios, Prefeitura de Belo Horizonte/Belotur, Petrobras, Contax e Banco BMG
Apoio: Ministério das Relações Exteriores, Cinema do Brasil, Kodak, Labocine, Megacolor, Cinema Produções Digitais, CTAv, CiaRio, Instituto Goethe, Sesc Palladium, Inhotim e Sistema Fiemg/Sesi
Incentivo: Leis Municipal e Federal de Incentivo à Cultura
Idealização e realização: Universo Produção
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