terça-feira, 31 de dezembro de 2013

"Se eu fosse ladrão... roubava", o último filme do realizador Paulo Rocha, falecido há um ano, será exibido em antestreia em Janeiro na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa.

Cinema Último filme de Paulo Rocha passa na Cinemateca a 31 de Janeiro

O Museu do Cinema revelou que a derradeira longa-metragem de Paulo Rocha será exibida a 31 de janeiro, estando ainda previsto, para o primeiro trimestre de 2014, um ciclo integral da obra do realizador, a estreia comercial do filme e a reposição em sala das versões restauradas de "Os Verdes Anos" (1963) e "Mudar de Vida" (1966).

Paulo Rocha morreu aos 77 anos, a 29 de dezembro de 2013, deixando completo "Se eu fosse ladrão... roubava", exibido em agosto em antestreia mundial no Festival de Cinema de Locarno, na Suíça, onde foi homenageado.

Paulo Rocha deixou, em testamento, toda a sua obra e património cinematográfico à Cinemateca.

Quando o filme passou em Locarno, o subdiretor da Cinemateca, José Manuel Costa, afirmou à agência Lusa que o filme tem uma "característica testamental, mas não se fica por aí. Não tem nada de nostálgico. Ele volta atrás, às memórias da família dele, do pai, mas é também um filme sobre o país, sobre a cultura, sobre a identidade".

O encenador Jorge Silva Melo, que assinou um texto sobre o filme, disse à Lusa que "Se eu fosse ladrão... roubava" é "extremamente comovente, doloroso, feito à beira da morte, magistralmente filmado. É uma imensa despedida, mas não é com arrependimento. É uma despedida com vitalidade".

O filme, que conta no elenco com atores como Luís Miguel Cintra, Isabel Ruth e Márcia Breia, articula uma ficção baseada nas memórias da vida do pai de Paulo Rocha, com imagens que o realizador retirou de vários filmes seus, dando-lhes uma nova interpretação.

Paulo Rocha estudou Direito em Lisboa e Cinema em França, foi assistente de realização de Jean Renoir e de Manoel de Oliveira e assinou filmes como "Verdes Anos" (1963), "Mudar de vida" (1966), "A Ilha dos Amores" (1982), "O Desejado" (1988), "O Rio do Ouro" (1998), "A Raiz do Coração" (2000) e "Vanitas" (2004).

Há um mês, a 29 de novembro, cumpriram-se os cinquenta anos da estreia de "Os Verdes Anos", considerado o marco do começo no Novo Cinema Português.



fonte:
http://www.noticiasaominuto.com/cultura/151964/ultimo-filme-de-paulo-rocha-passa-na-cinemateca-a-31-de-janeiro#.UsKcA_v9zjc

São Paulo cria empresa audiovisual



São Paulo, o Estado mais rico da Federação, tem 500 produtoras de cinema e audiovisual em atividade. Dispõe, ainda, do maior mercado de produção publicitária nacional e foi sede da mais ambiciosa produtora brasileira, a Vera Cruz (1949-1954). O circuito exibidor paulista é o maior do país. Somando capital e interior, o Estado chega a responder, sozinho, por até 40% da bilheteria de um filme. Mas no que toca à produção, o cinema paulista tem ficado bem abaixo do que poderia produzir, se comparado ao Rio de Janeiro, que tem realizado quase o dobro dos filmes que chegam ao mercado.
Para tentar melhorar estes números, Juca Ferreira, secretário municipal de Cultura de São Paulo, apoiou a proposta de dez entidades cinematográficas paulistas; Apaci, Sindicato da Indústria do Audiovisual, Produtores Independentes de TV, entre outros; para criar um órgão forte e com recursos que podem chegar a R$ 40 milhões. O secretário buscou, além do apoio do prefeito Fernando Haddad, suporte federal no Ministério da Cultura e no Governo do Estado de São Paulo.

Soma de esforços – O modelo da SPCine (Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo) é a Riofilme carioca, criada há 20 anos. Um diferencial entre as duas empresas está no seu alcance. A Riofilme é uma empresa municipal. Quando foi concebida, o cinema brasileiro tinha na Federação (governo Collor) um antagonista. Já a SPCine nasce com apoio financeiro do Governo do Estado e do MinC, via Ancine (Agência Nacional de Cinema). O governo municipal paulistano, que detém 51% das ações, colocará R$ 25 milhões no primeiro ano da empresa. O Governo do Estado, segundo promessa do governador Geraldo Alkmin, também fará seu aporte (valor a definir). Os recursos da Ancine virão do Fundo Setorial do Audiovisual.

Em cerimônia com a presença de mais de 500 cineastas, atores e produtores, que lotou o imenso primeiro andar do Edifício Praça das Artes, no centro de São Paulo, o projeto foi sacramentado pela ministra Marta Suplicy e pelo governador Geraldo Alkmin, que sentaram-se à mesa com o prefeito Haddad, mais Manoel Rangel (diretor-presidente da Ancine), José Américo, presidente da Câmara de Vereadores de SP, a vice-prefeita Nádia Campeão e os secretários Marcelo Araújo (do Estado) e Juca Ferreira (do Município). Frente à tamanha união de esforços, tudo leva a crer que a Câmara de Vereadores aprovará o projeto de lei, encaminhado pelo Executivo Municipal (no dia 31 de outubro passado), até o final deste ano, de forma que a nova empresa entre em funcionamento ainda no primeiro semestre de 2014.
A SPCine se propõe a impulsionar o desenvolvimento do cinema e do audiovisual em suas várias dimensões (produção, distribuição e exibição). Toni Venturi, um dos integrantes do núcleo, que debateu com empenho a criação da empresa, ao longo dos últimos 13 anos, e após a eleição de Fernando Had­dad, lembra que “a SPCine vai codistribuir os filmes com os players de mercado, ou seja, formando parceria com distribuidoras privadas já estabelecidas”. A empresa “só executará a distribuição alternativa nas periferias e regiões onde o produto audiovisual não chega”. Nesta busca do público das periferias – garantiu o prefeito Haddad na solenidade que encaminhou o projeto à Câmara Municipal – os CEUS (escolas especiais mantidas na capital paulista) desempenharão papel fundamental.

Panorama do cinema paulista – Apesar da grandeza dos números de público em São Paulo, por outro lado, a produção audiovisual paulista sofre derrota significativa se comparada à carioca. Das 20 maiores bilheterias da história do cinema brasileiro, 19 foram produzidas no Rio (“Tropa de Elite 2” e “Dona Flor e seus Dois Maridos” na liderança). Só um título (“Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia”, de Hector Babenco) representa São Paulo, ocupando o sexto lugar.

Se tomarmos a produção contemporânea, ou seja, o ciclo da Retomada e pós-Retomada (1995-2013), os dados continuam negativos para São Paulo; dos 20 maiores sucessos produzidos neste período, 17 são cariocas e só três paulistas: “Carandiru”, de Babenco, “Cidade de Deus”, de Fernando Meirelles, e “Até que a Sorte nos Separe”, produção da Gullane Filmes.

Cariocas lançaram, nos últimos 20 anos, 468 longas-metragens, enquanto São Paulo lançou 277. Os primeiros captaram 64% dos recursos incentivados por leis de mecenato; São Paulo ficou com 29%. Meses atrás, Sérgio Sá Leitão, secretário municipal de Cultura e diretor da Riofilme, lembrou – no Boletim Filme B, número 823 – que “o Rio respondeu por 58% das produções nacionais e 94% dos ingressos vendidos (para filmes brasileiros) em 2012”. Este ano, os dados devem ser ainda mais favoráveis ao Rio, pois até o início de novembro, eram cariocas todos os títulos que passaram do milhão de ingressos (as comédias “Minha Mãe É uma Peça”, “De Pernas pro Ar 2”, “Vai que Dá Certo”, “Meu Passado me Condena”, “O Concurso”, “Mato sem Cachorro” e as cinebiografias “Somos Tão Jovens” e “Faroeste Caboclo”).

Por Maria do Rosário Caetano

fonte:
http://revistadecinema.uol.com.br/index.php/2013/12/sao-paulo-cria-empresa-audiovisual/

Fundo Setorial do Audiovisual anuncia novos investimentos em projetos para cinema e TV

Três filmes de longa-metragem e três obras para televisão foram selecionados pelo Fundo Setorial do Audiovisual – FSA, numa operação que totaliza R$ 6.879.771,00 de investimento em produção independente brasileira.

Na Chamada Pública PRODECINE 02/2012, na qual distribuidoras demandam recursos para investir na aquisição de direitos de exploração comercial de filmes de longa-metragem, foi contemplado o projeto Avanti Poppolo, apresentado pela distribuidora Vitrine Filmes, no valor de R$ 196.470,00.

Na Chamada Pública PRODECINE 04/2012, que complementa orçamento de projetos que já tenham conseguido captar um mínimo de 40% dos recursos, foram contemplados os longas-metragens Copa de Elite, uma comédia que mistura paródias de filmes nacionais, que já finalizou as filmagens e possui previsão de lançamento pela Fox Film para abril de 2014 e Praia do Futuro, uma coprodução Brasil-Alemanha, com direção de Karim Aïnouz, com Wagner Moura no papel principal.

A produção para televisão foi contemplada na Chamada Pública PRODAV 01/2012 com três obras audiovisuais: a obra seriada Assunto de Família, da Atitude Produções e Entretenimento, que será veiculada pela programadora Globosat (canal GNT), e dois documentários acima de 50 minutos - Passo a Dois, dirigido por Carolina Benjamin e Jorge Itapuã, licenciado para a programadora Synapse (canal Curta!), que abordará a capoeira, e Todos os Santos, que trará o ex-cineasta baiano e líder espiritual Trigueirinho Neto como tema, com direção de Emílio Gallo e exibição pelo Canal Universitário do Rio de Janeiro.

PRODECINE 02/2012 - Linha C
Projeto: Avanti Popolo
Proponente/Distribuidora: Vitrine Filmes Ltda
Produtora: Dezenove Som e Imagens
Direção: Michael Wahrmann
Roteiro: Michael Wahrmann
Valor investido pelo FSA: R$ 196,4 mil

Sinopse: Avanti Popolo é uma ficção que aborda um conflito vivido pelas memórias dos seus personagens. Após se separar de sua esposa, André volta a morar com seu pai que, desde o desaparecimento de seu outro filho, vive um cotidiano de espera e reclusão, amarrado afetivamente apenas à sua cachorra. Tentando transcender a relação distante e silenciosa que tem com seu pai, André busca reavivar a memória dele através do resgate de imagens Super 8mm captadas pelo seu irmão nos anos 70.

PRODECINE 04/2012 - LINHA A (complementação)

Projeto: Praia do Futuro
Proponente: Coração da Selva Transmídia Ltda
Distribuidora: Antonio Fernandes Filmes
Direção: Karim Aïnouz
Roteiro: Karim Aïnouz e Felipe Bragança
Valor investido pelo FSA: R$ 1,23 milhão
Sinopse: Donato é salva-vidas, e passa seus dias olhando para o mar. Ayrton ama motocicletas e admira a coragem de Donato, seu irmão mais velho, ao se jogar nas correntezas para salvar estranhos. Um dia, Donato salva um homem de olhos azuis chamado Konrad. Neste mesmo dia Donato começa a desaparecer... e Ayrton sai à sua procura.
Projeto: Copa de Elite
Proponente: Glaz Entretenimento Ltda
Distribuidora: Fox Film
Direção: Vitor Brandt Figueiredo
Roteiro: Pedro Aguilera, Vitor Brandt Figueiredo
Valor investido pelo FSA: R$ 2,35 milhões
Sinopse: Copa de Elite é uma comédia que parodia sucessos recentes do cinema brasileiro, buscando principalmente o público adolescente, jovem e jovem adulto.

PRODAV 01/2012 - Linha B
Projeto: Todos os Santos
Proponente: Companhia Cinematográfica Filmi di Luzzi Produções Artísiticas Ltda
Programadora: Canal Universitário do Rio de Janeiro
Direção: Emílio Gallo
Roteiro: Emílio Gallo
Valor investido pelo FSA: R$ 350 mil
Sinopse: O projeto conta a história de Trigueirinho Netto, autor do cultuado longa-metragem “Bahia de Todos os Santos”, obra que marca o início do ciclo baiano, que contribuiu decisivamente para o aparecimento do Cinema Novo.

Projeto: Passo a Dois
Proponente: Daza Produção Cultural Ltda ME
Programadora: Synapse Programadora de Canais de TV Ltda
Direção: Carolina Benjamin e Jorge Itapuã
Roteiro: Carolina Benjamin e Jorge Itapuã
Valor investido pelo FSA: R$ 142,5 mil
Sinopse: A capoeira é o fio condutor de uma viagem pelo Oriente Médio, Ásia e Oceania. Um casal capoeirista embarca num roteiro inusitado, contando com uma extensa rede de amizades em vários países, que dá acesso íntimo e direto a pessoas de diferentes culturas conectadas pelo mesmo elo: a paixão pelo Brasil.

Projeto: Assunto de Família
Proponente: Atitude Produções e Entretenimento Ltda
Programadora: Canal Brasil
Direção: Sérgio Rezende
Roteiro: Sergio Rezende e Rodrigo Lages
Valor investido pelo FSA: R$ 2,6 milhões
Sinopse: Casos reais, devidamente adaptados e ficcionalizados, que abordam os diferentes e polêmicos conflitos julgados pela Vara de Família. São casos dramáticos que muitas vezes envolvem pessoas da mesma família, ex-cônjuges que um dia foram apaixonados e hoje se desprezam, em luta irracional pela posse de bens materiais ou principalmente pela guarda dos filhos, amantes desprezados, filhos rejeitados e não reconhecidos, toda uma gama de assuntos altamente complexos.
por Assessoria
fonte:
http://aquiacontece.com.br/noticia/2013/12/30/fundo-setorial-do-audiovisual-anuncia-novos-investimentos-em-projetos-para-cinema-e-tv

domingo, 22 de dezembro de 2013

Panorama do Cinema no Amazonas em 2013



Vernissages de Cinema, Cinepólis, curso de audiovisual da UEA, Amazonas Film Festival, Aldemar Matias, Rafael Lima, A Floresta de Jonathas, Cinema Alternativo… O Cine Set faz um balanço do cinema no Amazonas com o prós e contras de um ano especial para o setor no estado.


Sim, o ano de 2013 foi um dos mais importantes da história do cinema amazonense.

Hipérboles são prazerosas (e um tanto ridículas), mas é preciso pôr as coisas em perspectiva.

Nunca se fez – ou viu – tantos filmes no estado. Há mais salas de cinema, algo há muito desejado pelos cinéfilos de Manaus, mesmo que a programação não tenha mudado muito. Há mais festivais e mostras de cinema, inclusive aquelas dedicadas somente ao talento local.

Acima de tudo, há mais gente querendo fazer cinema – de figuras de proa, como Aldemar Matias e Sérgio Andrade a crianças do projeto Jovem Cidadão, que neste ano tiveram aulas de produção cinematográfica, passando pelos talentos em maturação, como a turma de Rafael Lima, Leonardo Mancini, Rod Castro, Diego Nogueira, Emerson Medina e Moacyr Massulo.

O Cine Set traz um resumo do que aconteceu neste ano para o cinema. Para facilitar a leitura, optei por fazer minha análise em tópicos, focando nos três pontos de discussão que considero mais importantes: produção local, salas de cinema e eventos.

Confira – e, claro, fique à vontade para comentar (e discordar).

1. Produção local

A criação cinematográfica no Amazonas, sem dúvida, atingiu um ápice em 2013 – o maior reflexo disso foram as Vernissages do cineclube Cinemartecultura, no Palácio Rio Negro, com dezenas de filmes locais (e não só de Manaus!). Embora isso seja um dado animador – afinal, quanto mais gente interessada em fazer cinema, melhor –, um outro aspecto chamou mais a atenção: o desprezo pelo conteúdo.

Com todas as dezenas de filmes das Vernissages, concursos de curtas e do Amazonas Film Festival, os trabalhos interessantes e/ou memoráveis do cinema local em 2013 se contam nos dedos.

Na área de longas, antes inexistente, pôde-se saudar a estreia em circuito nacional de A Floresta de Jonathas, notável e ousada meditação de Sérgio Andrade. A obra trouxe um apuro técnico e de conteúdo raríssimos para o cinema do Amazonas – além de ser bem sucedido, como filme, por seus próprios méritos.

Dos curtas, Anos de Luz, de Aldemar Matias, Jardim de Percevejos, de Francis Madson, Germes, de Rafael Lima, A Lista, de Rod Castro e Leonardo Mancini, e Watyama, de Everton Macedo, são os filmes que melhor representam o cinema amazonense em 2013 (O Necromante, de Ricardo Manjaro, Histeria, de Rummenigge Wilkens, e Memória dos Esquecidos, de Sâmia Litaiff, que não vi, também foram avaliados positivamente aqui no blog). Cinco filmes de dezenas, sendo apenas os três primeiros representantes reais de um avanço em relação ao ano passado, quando tivemos os ótimos Parente,A Última no Tambor, Rota da Ilusão e A Segunda Balada.

O Cine Set bateu bastante nesta tecla ao longo de 2013. Os filmes feitos no Amazonas chegaram a um patamar técnico capaz de rivalizar com o de qualquer outro centro audiovisual do país. Isso devido há anos de oficinas e formação de núcleos de produção. Porém, fotografia, montagem e trilha sonora não são tudo – na verdade, não são nem o principal.

Os filmes do Amazonas, até os bons exemplos citados acima, apresentam falhas gritantes na direção de atores e na criação de tramas consistentes. De nada vale saber enquadrar bem se não houver uma narrativa fluente ou as atuações soarem artificiais ou se a trama não empolga. Esse é, sem dúvida, o grande “gargalo” que impede o cinema local de se mais forte no contexto nacional.

O problema, inclusive, foi notado pelo próprio Aldemar Matias, um dos mais talentosos cineastas em atividade no estado, em uma entrevista recente aoCine Set: nem de longe temos uma produção tão pujante a ponto de justificar 17 filmes no Amazonas Film Festival como aconteceu nesse ano.

Apesar de persistir, o eterno debate sobre a temática a ser produzida – filmes da Manaus urbana ou sobre a relação com a floresta – soa ultrapassado. Tudo isso distrai do fato principal: a busca pela elevação de um padrão artístico a tal ponto que não se possa mais aceitar regressões. Que venham mais filmes e cineastas: isso é ótimo! Agora, a facilidade para produzir e divulgar é só o começo, e nunca o fim, da atividade cinematográfica.



2. Salas de cinema

2013 também marcou a inauguração do shopping Ponta Negra, trazendo a rede de cinemas Cinépolis para Manaus. São 46 salas em toda a capital e pouquíssimos filmes fora do circuito mais óbvio dos blockbusters. Esse é um dado lamentável, se você é daqueles que esperam mais do cinema do que o novo Wolverine ou Se Beber, Não Case da vida.

O fato se complica pelo descompromisso das redes de cinema da capital e das distribuidoras em trazer obras mais alternativas, além a ausência de projetos voltados para o circuito de arte (como o Cine Sesc ou o Itaú Cultural), Para piorar, ainda contamos com um público também desinteressado neste tipo de filme.

Um marco do cinema amazonense, A Floresta de Jonathas, que chegou a ficar (corajosamente) por duas semanas em cartaz no Playarte, passou quase em branco pelos frequentadores. A obra de Sérgio Andrade é ousada e experimental, mas também acessível e merecia bem mais. O mesmo ocorreu com o pernambucano “O Som ao Redor” e “Antes da Meia-Noite”. Como querer que Azul é a Cor mais Quente, por exemplo, chegue em Manaus, se decisões desse tipo precisam levar em conta o retorno do público em ingressos?

Além das iniciativas pontuais da rede Cinemark de abrigar sessões de curtas locais, foi nas salas do Cinemais que Manaus teve um dos eventos cinematográficos mais importantes do ano: o Festival Varilux de Cinema Francês. Com uma programação de 14 filmes, o festival foi uma janela valiosa para a produção do país europeu em 2013, além de marcar uma raríssima (e muito bem-vinda) quebra na rotina da programação. Desta vez, por sinal, o público se mostrou bastante interessado, o que nos faz ansiar por mais iniciativas desse tipo.

Nos espaços alternativos, como o cineclube Cinemartecultura e o Cine Vídeo Tarumã, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), além dos persistentes (e valentes) Baré e Canoa, o problema do público é o mesmo – tirando as sessões da Vernissage, quando familiares e outros cineastas do Amazonas comparecem para prestigiar o trabalho dos colegas, as sessões ficam praticamente vazias.

Vale lembrar também a realização da 2ª edição do projeto Cinema Pela Verdade, a Mostra Cinema e Direitos Humanos na América Latina e asintervenções audiovisuais do Coletivo Difusão.

3. Eventos

O mais importante avanço do cinema amazonense aconteceu com a realização do Fórum do Audiovisual em Manaus. Com a participação de diretores, produtores e atores de curtas-metragens locais, o evento tratou sobre os rumos do setor no estado, sendo um campo de debate entre os artistas. Infelizmente, ainda não há previsão para a realização de mais reuniões do grupo após os dois encontros ocorridos no segundo semestre de 2013.

Como ações de fomento a novos realizadores estão o concurso de roteiros do Amazon Sat e a produção de curtas-metragens realizados por estudantes na Comunicação Social.

Por outro lado, o curso de graduação em audiovisual da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) corre o risco de ser extinto, segundo matéria do Portal D24AM. Como alegado recentemente pelo pró-reitor de Ensino de Graduação da universidade, Luciano Balbino, a instituição não tem previsão de começar uma nova turma até “ter fundamentos e convicções de que pode torná-la regular”.

A UEA e a Secretaria de Estado de Cultura (SEC), que dividiram a implantação do curso e sua estrutura, jogam uma na outra a responsabilidade pela falta de uma direção segura. Até se especula que os equipamentos comprados para a graduação devem compor a estrutura de educação à distância da universidade.

A decisão somente será tomada com a chegada da primeira turma. Resta lamentar a confusão que lança uma incógnita sobre a ideia de uma formação profissional na área, tão festejada nos discursos proferidos durante anos no AFF.

Por fim, o caso mais estranho de 2013: o festival que não aconteceu. Reportagem realizada pela equipe do Cine Set aponta que o Munich Underground Film Festival não teria ocorrido. Segundo o suposto site oficial do evento, os curtas-metragens amazonenses Histeria, de Rummenigge Wilkens, e Memória dos Esquecidos, de Sâmia Litaiff, estavam selecionados para concorrer do MUFF.

Final

Tudo dito, o Cine Set espera ter ajudado no progresso do cinema no Amazonas neste ano. O blog procura abrir espaço para a discussão da produção local e divulgá-las ao máximo. Independente de críticas positivas ou negativas quanto aos curtas-metragens produzidos no estado, desejamos sempre o melhor ao setor e aos realizadores, sem abrir mão da firmeza das nossas convicções.

Um feliz 2014 para o cinema no Amazonas!



fonte:
http://blogs.d24am.com/cineset/2013/12/19/panorama-do-cinema-no-amazonas-em-2013/
por Renildo Rodrigues
especial para o Cine Set

Centro Cultural abre inscrições para cursos de Roteiro para Websérie e Cinematografia

O Centro Cultural José Octávio Guizzo da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul está com inscrições abertas para dois cursos temporários para a área do audiovisual que acontecem em janeiro: “Roteiro para Websérie” e “Cinematografia – Fundamentos da Fotografia Audiovisual – Composição e Prática”. Ambos os cursos são direcionados para pessoas a partir de 18 anos e ministrados pelo doutor em Comunicação e Semiótica Marcelo Moreira Santos.
O curso “Roteiro para Websérie” acontece de 14 a 17 de janeiro e visa formar um roteirista capaz de criar e desenvolver roteiros para projetos de ficção, documentário e piloto de série de TV.
Serão apresentados aos alunos os conceitos que envolvem a construção de um roteiro de ficção e de documentário, desde os concernentes ao design clássico dos três atos bem como a ruptura e transgressão a este formato no cinema ficcional moderno e pós-moderno. Discute ainda sobre os diferentes tipos de protagonista e o valor do clímax e expõe as diferentes correntes de cinema de documentário.
Já o curso “Cinematografia – Fundamentos da Fotografia Audiovisual – Composição e Prática”, que será dividido em duas turmas, visa apresentar ao aluno os conceitos envolvidos na construção de planos cinematográficos e suas funções e usos em produções audiovisuais.
As aulas ainda reservam a aplicação destes conceitos em um trabalho audiovisual de curta-metragem, possibilitando formar um profissional capaz de transformar e traduzir um roteiro literário em imagens e movimento.
Marcelo Moreira Santos é formado em Rádio e TV pela Universidade Católica Dom Bosco, especialista em Comunicação Audiovisual pela PUC-PR, mestre e doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Atua principalmente no tema Poéticas do Cinema.
Produziu e dirigiu três documentários sobre o povo pantaneiro em 2000 e 2001; Foi premiado na categoria curta metragem em 2005 durante o 19˚ Festival de Vídeo de Santo André; Possui um roteiro de longa-metragem selecionado no concurso de roteiros originais no Festival del Nuevo Cine Latino-Americano de Havana (Cuba) em 2006, além de roteiros para vídeos institucionais para empresas como Carrefour, Vivo, Banco Santander, Porto Seguros, entre outros. Em 2012, roteirizou e dirigiu o curta-metragem “Corixo – A Mulher de Branco”.
Serviço – O curso Roteiro para Websérie tem vagas limitadas. Acontecerá nos dias 14, 15, 16 e 17 de janeiro, das 8h30 às 12h30 e terá certificado de 16 horas. O valor do curso é de R$ 250,00.
Já o curso Cinematografia – Fundamentos da Fotografia Audiovisual – Composição e Prática também tem vagas limitadas e será dividido em duas turmas: turma 1 nos dias 7, 8, 9 e 10, das 13h30 às 17h30 e dia 11 de janeiro, das 8h30 às 18 horas e turma 2 nos dias 7, 8, 9, 10 das 18h às 22 horas e dia 14 e 15 de janeiro das 18h às 22 horas. Terá certificado de 24 horas. O valor do curso é de R$ 400,00, já incluso apostila digital e utilização de equipamento para gravação do curta.
As inscrições devem ser realizadas de terça a sexta-feira, das 8h às 18 horas na Secretaria do Centro Cultural, que fica na Rua 26 de agosto, 453. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 3317-1795.
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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Marinha abre inscrições para concurso “O Brasil na Antártica”

Agência FAPESP – Estão abertas, até 10 de janeiro, as inscrições para o concurso cultural “O Brasil na Antártica”, realizado pela Marinha do Brasil, por meio da Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Secirm).

O concurso é destinado a estudantes da educação básica da rede pública e particular de todo o Brasil, com idades entre 15 e 19 anos, que tenham interesse em pesquisar a atuação do Brasil no continente antártico.

Os interessados em participar do concurso devem enviar um vídeo com duração de um a três minutos, que ressalte a importância das atividades do Brasil na Antártica com foco nos aspectos políticos, ambientais, econômicos e sociais do país. O participante deve ainda indicar um professor, orientador do trabalho.

A comissão julgadora avaliará a criatividade do autor, a expressividade dos participantes, a resolução do vídeo (com boa qualidade de som e imagem) e o conteúdo e a adequação à finalidade do concurso, com a abordagem de temas relacionados à participação do Brasil na Antártica, de forma elucidativa e relevante.

Os autores dos quatro melhores vídeos (dois da rede pública e dois da particular) serão premiados com uma viagem para a Antártica, sob a responsabilidade do Programa Antártico Brasileiro (Proantar). Antes da viagem, os vencedores e seus respectivos professores participarão do Treinamento Pré-Antártico (TPA) para que possam conhecer as normas de segurança.

A documentação necessária para a inscrição e o vídeo devem ser enviados à Secirm, via Correios, aos cuidados da Organização do Concurso Cultural “O Brasil na Antártica”, localizada na Esplanada dos Ministérios, Bloco N, Anexo B, 3º Andar, Brasília/DF, CEP 70055-900.
O regulamento completo do concurso pode ser acessado emhttps://www.mar.mil.br/secirm/concurso.html 

“Processos Audiovisuais De Criação” É A Temática Da 17ª Mostra De Cinema De Tiradentes Que Destaca A Ousadia Da Produção Brasileira E Presta Homenagens Ao Ator Marat Descartes

O filme de abertura, “Quando Eu Era Vivo”, de Marco Dutra protagonizado pelo homenageado do evento terá sua pré-estreia nacional na Mostra Tiradentes

Consolidada como a maior plataforma de lançamento do cinema brasileiro independente, a Mostra de Cinema de Tiradentes, em sua 17ª edição, a ser realizada na cidade histórica mineira entre os dias 24 de janeiro e 1º de fevereiro de 2014 inaugura o calendário audiovisual no Brasil apresentando ao público mais de 100 filmes em pré-estreias nacionais e mundiais, oficinas, debates, seminário, exposições, lançamento de livros, teatro de rua, shows musicais, performance, encontros e diálogos, atrações artísticas numa programação abrangente e oferecida gratuitamente para um público estimado em mais de 35 mil pessoas.

A temática central desta edição coloca em evidência os “Processos Audiovisuais de Criação”. A ideia surgiu da percepção de que essa produção inventiva apresentada anualmente nas telas de Tiradentes tem se mostrado cada vez mais moderna e original não apenas na maneira de se apresentar na tela e aos olhos do espectador, mas também nos bastidores e nos sets de filmagem.

O olhar atento às maneiras cada vez mais ousadas que os cineastas brasileiros contemporâneos têm encontrado para realizarem seus trabalhos vai permear parte da programação da mostra, incluindo debates, discussões e encontros com a crítica, realizadores e público. “A pluralidade de conteúdos audiovisuais advindos das mais diversas fontes expressa a programação desta edição que reafirma o compromisso com o cinema brasileiro, com a sociedade que o origina, com as representatividades políticas, com as mudanças, influências e tendências do audiovisual”, afirma a coordenadora geral da Mostra, Raquel Hallak.

Processos alternativos de realização audiovisual sempre estiveram presentes ao longo da história do cinema, surgindo como método antimetodológico de filmes e de diretores contrários ao sistema industrial de produção, sobretudo nos anos 1960. Com a ascensão da tecnologia digital nos últimos anos, os realizadores encontraram uma ferramenta propícia às transformações da técnica e dos modos, com consequências inevitáveis nos efeitos estilísticos.

“Se os filmes perdem centros de criação e de produção, exigindo adequação aos novos modos de desenvolverem seus processos, também perdem centros de produção de sentido e de narratividade, fragmentando-se e dispersando-se, resultando em formas menos retas ou quadradas, mais tangenciais e com zonas de fuga”, destaca o curador da Mostra de Tiradentes, Cléber Eduardo. “Com essa temática, estamos pensando sobre o que não temos acesso direto, que é a feitura do filme, que é o filme sendo a própria obra em andamento, algumas vezes até mesmo em trabalhos que expõem todo esse processo”.

Nesse sentido, os espectadores assistirão na programação da 17ª Mostra de Tiradentes a uma amostragem de um tipo de cinema que não se contenta em apenas narrar ou apresentar respostas, resultando em paradigmas renovadores da linguagem audiovisual em várias de suas vertentes. “A nova paisagem cresce especialmente entre os realizadores mais jovens, inclusive adentrando a televisão, sobretudo quando a produção é terceirizada para profissionais de cinema, que assim trabalham com limites de liberdade mais amplos”, diz o curador.

O ATOR MARAT DESCARTES É O HOMENAGEADO DA MOSTRA

Rosto marcante em vários filmes que se entregaram a esses novos processos audiovisuais de criação, o ator paulistano Marat Descartes será o homenageado da 17ª Mostra de Cinema de Tiradentes. O tributo mantém a linha recente do evento de celebrar nomes de profissionais com menos tempo de carreira, mas com escolhas autorais de trabalho e com consistência nos recursos que empregam para atingir a excelência.

É o caso de Marat, nascido em 1975. Formado em letras e artes cênicas na USP, iniciou a carreira no teatro, em 2004, e enveredou pelo cinema a partir de 2007 interpretando o marido Chico no curta-metragem “Um Ramo”, de Marco Dutra e Juliana Rojas. Já neste papel, o ator incorporou algumas das características percebidas na maioria de suas atuações posteriores, como em “Os Inquilinos” (2010), “Trabalhar Cansa” (2011), “Super Nada” (2012) e “Corpo Presente” (2013): contenção, expressividade de corpo e de olhar, forte presença cênica e personagens marcados por impotência, angústia, fracasso ou infelicidade.

O filme de abertura da 17ª Mostra Tiradentes será o mais novo exemplo da forma de Marat se apresentar em cena. “Quando Eu Era Vivo” volta a reuni-lo com a dupla que o projetou nas telas: a direção é de Marco Dutra, e a montagem é de Juliana Rojas. Na tela, o ator divide espaço com o veterano Antônio Fagundes e com a cantora Sandy.

“Marat encarna sempre personagens cabisbaixos, emblemáticos de um imobilismo urbano, de uma classe média ou baixa na contramão dos arrotos de saúde financeira do país nos últimos anos, às voltas com suas incapacidades”, afirma o curador Cléber Eduardo. “O corpo, o rosto e a calvície de Marat Descartes, com seu nome de intelectual revolucionário, encarnaram o homem ordinário contemporâneo, sempre a lidar em alguma medida com as dificuldades do trabalho e com a gestão de seu espaço físico e social”.

Além do inédito “Quando Eu Era Vivo”, a 17ª Mostra de Cinema de Tiradentes vai exibir outros trabalhos protagonizados por Marat Descartes: o longa “Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa”, de Gustavo Galvão; o média “E Além de Tudo me Deixou Mudo o Violão”, de Anna Muylaert; e os curtas “145”, de Gero Camilo, “A Caminho de Casa”, de Paula Szutan e Renata Terra, e “Fala Comigo Agora!”, de Karina Ades e Joaquim Lino. A programação inclui ainda a única incursão de Marat Descartes na direção, o curta “Uma Confusão Cotidiana”, realizado em 2006.

***

A cidade de Tiradentes, localizada a 180km de BH e com apenas 7 mil habitantes, recebe durante a Mostra Tiradentes toda infra-estrutura necessária para sediar uma programação cultural abrangente e gratuita, que reúne todas as manifestações da arte. São instalados três espaços de exibição: o Cine BNDES na Praça, no Largo das Fôrras (espaço para mais de 1.000 espectadores); o Complexo de Tendas, que sedia a instalação do Cine-Tenda (com 700 lugares), e o Cine-Teatro (com platéia de 150 lugares), que funciona no Sesi Tiradentes - Centro Cultural Yves Alves – sede do evento.

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Acompanhe a 17ª Mostra de Cinema de Tiradentes e o programa Cinema Sem Fronteiras 2014.
Participe da Campanha #EufaçoaMostra
Na Web: mostratiradentes.com.br
No Twitter: @universoprod
No Facebook: universoproducao / mostratiradentes
No Instagram: @universoproducao
Informações pelo telefone: (31) 3282-2366

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Serviço:
17ª MOSTRA DE CINEMA DE TIRADENTES
24 de janeiro a 1º de fevereiro de 2014
Idealização e realização: Universo Produção
Patrocínio Máster: BNDES/Governo Federal, Oi,
Patrocínio: CEMIG/Governo de Minas, Petrobras, Sesi/Fiemg
Incentivo: Leis Estadual e Federal de Incentivo a Cultura
Apoio: Oi Futuro, Instituto Universo Cultural, Rede Globo Minas

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

A VIDA DA MUITAS VOLTAS…



Muito bacana a mensagem deste vídeo, a vida da voltas e todo bem e todo o mal que você faz acaba voltando para você de uma forma ou outra.

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Enquanto São Paulo investe em cinema, Florianópolis dá um passo atrás em 2013


Colunista Ivo Müller entrevista Mauro Baptista Vedia, membro da diretoria da Associação Paulista de Cineastas (Apaci), sobre a nova empresa de audiovisual do município paulista, a SP Cine



SP Cine quer fomentar a produção, distribuição e exibição do audiovisual produzido em São Paulo Foto: Divulgação / Mário Motta


Um dos temas deste espaço é o cinema. Em novembro falamos sobre a primeira Film Commission catarinense, em Balneário Camboriú. Mais ou menos na mesma época, foi aprovada na Câmara de Vereadores de São Paulo o projeto da SP Cine, a Empresa de Cinema e Audiovisual da cidade. O lançamento, feito em outubro, uniu a Agência Nacional do Cinema (Ancine), prefeitura e governo do Estado de SP, três esferas governamentais em torno de um projeto. O objetivo da SP Cine é fomentar a produção, distribuição e exibição do audiovisual produzido no município.

Conversei com o cineasta Mauro Baptista Vedia, membro da diretoria da Associação Paulista de Cineastas (Apaci), atuante em todo o processo de criação da nova empresa. Vedia é doutor pela USP e seu primeiro longa-metragem, Jardim Europa, estreou no Festival Latino-Americano de Cinema de 2013 e deve entrar em cartaz no próximo ano. É também diretor de teatro e autor do livro indicado ao prêmio Jabuti, O Cinema de Quentin Tarantino (Editora Papirus, 2010).

Qual a importância da SP Cine no cenário atual do cinema brasileiro?
A criação da SP Cine terá uma importância fundamental para o cinema nacional, já que vai fomentar e distribuir o audiovisual realizado em São Paulo, Estado que concentra 36% do PIB brasileiro, o maior parque exibidor, portanto a maior quantidade de salas, a maior quantidade de produtoras e laboratórios.

A RioFilme existe desde 1992. Por que São Paulo ainda não tinha uma empresa desse tipo?
Há razões históricas e culturais que explicam em parte isso. O cinema do Rio de Janeiro sempre se colocou como cinema nacional, nacional e popular, e o cinema de São Paulo sempre teve uma atitude diferente, dificuldade para se colocar como cinema nacional e como cinema popular (Mazzaroppi é uma exceção e parte dos filmes de Hector Babenco também). Em geral tem sido um cinema mais de província, um cinema mais de contestação e de pesquisa de linguagem, um cinema mais autoral. Há alguns grandes filmes que conseguem dialogar com o público e serem sofisticados em termos estéticos, mas têm sido exceção (Pixote e Lúcio Flávio, de Hector Babenco; Cidade de Deus, de Fernando Meirelles; São Paulo S.A., de Luiz Sérgio Person; e O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla). Além disso, o cinema em São Paulo nunca foi visto pela esfera política como uma prioridade. A cidade tem um problema grande de autoestima, mas tudo começou a mudar nos últimos anos. Agora tem muita gente que tem orgulho de morar em São Paulo, e a diversidade cultural da cidade é extraordinária.

Fala-se muito da concentração de filmes feitos entre RJ e SP. Como você acha que a SP Cine pode fortalecer o cinema nacional, inclusive o cinema feito em outros Estados?
A SP Cine certamente vai permitir que o cinema paulista tenha uma presença muito forte no cinema brasileiro, algo que não é o que acontece ultimamente, a produção é pequena em relação à megalópole que São Paulo é. E a presença no mercado é irrisória, as grandes bilheterias são 98% cariocas. Nesse sentido, acredito que a SP CINE possa permitir que um cinema brasileiro esteticamente mais sofisticado tenha uma presença muito mais forte no cenário mundial. Em termos de coprodução com outros Estados, acredito que a SP Cine será, sim, de enorme ajuda.

* * *

Em Florianópolis não houve edital do Fundo Municipal de Cultura, nem o edital de cinema do Funcine em 2013, os poucos mecanismos que temos, mas conquistados há bastante tempo. Caminhamos para trás. O atual governo municipal até criou uma Secretaria de Cultura (separada de outras áreas como Esporte ou Turismo, como ainda acontece no âmbito estadual), mas a cada mudança de gestão as políticas públicas já conquistadas são interrompidas. É como asfixiar aos poucos, pelo menos por aqui, um setor que só se expande em todo o país.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

MOSTRA DE TIRADENTES FARÁ HOMENAGEM AO ATOR MARAT DESCARTES

A 17ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes será realizada na cidade histórica mineira entre os dias 24 de janeiro e 1º de fevereiro de 2014, inaugurando o calendário audiovisual no Brasil, com a exibição de mais de 100 filmes em pré-estreias nacionais e mundiais, oficinas, debates, seminários, exposições, lançamento de livros, teatro de rua, shows musicais, performance, encontros e diálogos, atrações artísticas numa programação abrangente e oferecida gratuitamente para um público estimado em mais de 35 mil pessoas.



Marat Descartes em "Quando Eu Era Vivo"

A temática central desta edição coloca em evidência os “Processos Audiovisuais de Criação”. A ideia surgiu da percepção de que essa produção inventiva apresentada anualmente nas telas de Tiradentes tem se mostrado cada vez mais moderna e original não apenas na maneira de se apresentar na tela e aos olhos do espectador, mas também nos bastidores e nos sets de filmagem.

O olhar atento às maneiras cada vez mais ousadas que os cineastas brasileiros contemporâneos têm encontrado para realizarem seus trabalhos vai permear parte da programação da mostra, incluindo debates, discussões e encontros com a crítica, realizadores e público.

Processos alternativos de realização audiovisual sempre estiveram presentes ao longo da história do cinema, surgindo como método antimetodológico de filmes e de diretores contrários ao sistema industrial de produção, sobretudo nos anos 1960. Com a ascensão da tecnologia digital nos últimos anos, os realizadores encontraram uma ferramenta propícia às transformações da técnica e dos modos, com consequências inevitáveis nos efeitos estilísticos.

Nesse sentido, os espectadores assistirão na programação da 17ª Mostra de Tiradentes a uma amostragem de um tipo de cinema que não se contenta em apenas narrar ou apresentar respostas, resultando em paradigmas renovadores da linguagem audiovisual em várias de suas vertentes.

O homenageado desta edição da mostra é o ator paulistano Marat Descartes, rosto marcante em vários filmes que se entregaram a esses novos processos audiovisuais de criação. O tributo mantém a linha recente do evento de celebrar nomes de profissionais com menos tempo de carreira, mas com escolhas autorais de trabalho e com consistência nos recursos que empregam para atingir a excelência.

É o caso de Marat, nascido em 1975. Formado em letras e artes cênicas na USP, iniciou a carreira no teatro, em 2004, e enveredou pelo cinema a partir de 2007, interpretando o marido Chico no curta-metragem “Um Ramo”, de Marco Dutra e Juliana Rojas. Já neste papel, o ator incorporou algumas das características percebidas na maioria de suas atuações posteriores, como em “Os Inquilinos” (2010), “Trabalhar Cansa” (2011), “Super Nada” (2012) e “Corpo Presente” (2013): contenção, expressividade de corpo e de olhar, forte presença cênica e personagens marcados por impotência, angústia, fracasso ou infelicidade.

O filme de abertura da 17ª Mostra Tiradentes será o mais novo exemplo da forma de Marat se apresentar em cena. “Quando Eu Era Vivo” volta a reuni-lo com a dupla que o projetou nas telas: a direção é de Marco Dutra, e a montagem é de Juliana Rojas. Na tela, o ator divide espaço com o veterano Antônio Fagundes e com a cantora Sandy.

Além do inédito “Quando Eu Era Vivo”, a 17ª Mostra de Cinema de Tiradentes vai exibir outros trabalhos protagonizados por Marat Descartes: o longa “Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa”, de Gustavo Galvão; o média “E Além de Tudo me Deixou Mudo o Violão”, de Anna Muylaert; e os curtas “145”, de Gero Camilo, “A Caminho de Casa”, de Paula Szutan e Renata Terra, e “Fala Comigo Agora!”, de Karina Ades e Joaquim Lino. A programação inclui ainda a única incursão de Marat Descartes na direção, o curta “Uma Confusão Cotidiana”, realizado em 2006.

Marat Descartes é o entrevistado da edição dez/jan da Revista de CINEMA, que será distribuída aos participantes e público da Mostra de Tiradentes. E, em breve, será publicada aqui no site.

fonte:

Curta sobre físico de Porto Alegre vence Prêmio Especial do Minuto Ciência

Agência FAPESP – Em apenas 43 segundos, o vídeo O homem que conserta estrelas narra a história do físico Ary Nienow, o mais antigo funcionário do Planetário de Porto Alegre (RS). Dirigido pela gaúcha Denise Marchi, de 27 anos, o curta recebeu o principal o Prêmio Especial do concurso Minuto Ciência 2013 – organizado pelo Festival do Minuto com apoio da FAPESP.

Realizado pelo segundo ano consecutivo, com o objetivo de despertar a curiosidade e incentivar o interesse em ciência na população, o concurso recebeu entre os dias 1º de abril e 20 de novembro as inscrições de 160 vídeos, dos quais 90 foram considerados válidos.

De acordo com Marcelo Masagão, diretor do Festival do Minuto, a distribuição etária dos participantes foi mais uniforme nesta edição em comparação a 2012, quando 47% do participantes eram menores de 18 anos. Além disso, aumentou o número de participantes estrangeiros.

“Houve um efetivo interesse de pessoas de todas as idades e de 12 países diferentes, além do Brasil. A qualidade dos vídeos aumentou consideravelmente em relação a 2012. Isso mostra que estamos atingindo nosso objetivo de começar a criar uma cultura do tema relacionado às ciências dentro do Festival do Minuto. As pessoas de fato começaram a usar a linguagem audiovisual para falar sobre ciência, muitas vezes tendo como ponto de vista a sua aplicação no dia a dia”, avaliou Masagão.

Os trabalhos ganhadores foram escolhidos por uma curadoria do Festival do Minuto, por representantes da FAPESP e receberam votos do público pelo Facebook e pelos sites do Festival do Minuto e do Minuteen – edição do concurso voltada para jovens entre 10 e 14 anos.

Vencedor na categoria “Prêmio Especial”, O homem que conserta estrelas receberá o Troféu Minuto e mais R$ 4 mil. Em entrevista à Agência FAPESP, Marchi contou que o trabalho é uma síntese de um documentário de mesmo nome também dirigido por ela.

“Dirigi e roteirizei um documentário de 15 minutos sobre a história do Ary Nienow para concorrer no concurso “Histórias Curtas 2013”, organizado pela rede de TV RBS. Decidi então fazer uma versão mais curta, com a ajuda do montador Daniel Laimer, para concorrer no Festival do Minuto e ajudar na divulgação do filme”, contou a diretora.

Nienow trabalha há cerca de 40 anos no Planetário de Porto Alegre, onde ingressou como estagiário. Ainda hoje é o responsável pela manutenção do equipamento.

Na categoria “Melhor Vídeo”, o vencedor foi The beauty of mathematics, que receberá o Troféu Minuto e um prêmio de R$ 2 mil. Produzido pelos franceses Yann Pineill e Nicolas Lefaucheux, ambos de 25 anos e recém-graduados em design gráfico pela faculdade ESAG Penninghen, de Paris, o vídeo mostra complexas equações matemáticas por trás de elementos do cotidiano, como uma luz acendendo, a neve caindo, ou um peão girando.

“Não somos matemáticos. O vídeo originalmente foi um projeto da graduação que tinha como tema a beleza. Mas este é um tópico muito subjetivo e procuramos uma forma de ser o mais objetivo possível. A ciência foi a resposta”, contou Pineill.

Os estudantes do colégio Móbile Fernanda Daudén, Felipe Noronha, Mariana Guerra e Nicolle Libbos venceram na categoria “Melhor Vídeo” do concurso Minuteen com o curta Aquecimento global segundo hipótese não antrópica. Eles também receberão o Troféu Minuto e um prêmio de R$ 2 mil.

Na categoria “Escolha do Público”, com votação realizada pelo Facebook, o vencedor foi o vídeoPerspective, produzido pelo ilusionista Emerson Ambrosio, de 41 anos, morador de São Bernardo do Campo.

“Quando vi o tema ciência eu pensei em fazer algo que parecesse mágica, mas que ficasse provado que era apenas algo baseado na ciência mesmo”, contou Ambrosio, que também recebeu menção honrosa com o trabalho na categoria “Melhor vídeo”.

Outros participantes que receberam menção honrosa e o Troféu Minuto foram: Jacques Sanfilippo (Brasília), com o vídeo Chinelotron; Anna Celarek (Alemanha), com Scale; e Fernanda Mendes de Rezende (Taboão da Serra), com Herba transmutatio.

17/12/2013
Por Karina Toledo
fonte:

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Veja como a companhia de aviação Virgin America fez mais de 7 Milhões de Pessoas Assistirem seu Vídeo de Segurança

Sempre me perguntava, por que existem coisas tão coxinhas como um aviso de segurança no avião?

virgin-america-safety-video

Se o objetivo é fazer com que você se lembre de algo, ele no mínimo precisa ser chamativo e prender a sua atenção, e pensando nisso a Virgin America fez acontecer.
Agora fico imaginando, que jogada de Marketing Mestre, mesmo eu nunca ter entrado em um avião da Virgin America ou qualquer outro avião, eu já saberia como funciona e provavelmente a empresa será vista de forma diferenciada por seus passageiros.
E não pude deixar de compartilhar isso com vocês, pois só assim conseguimos entender e valorizar ainda mais a importância de nosso trabalho, o vídeo.
Ah, e na moral, a música é tão boa que poderia facilmente colocar em meu iPod.. mas seria um pouco estranho ficar ouvindo música de instrução de segurança em vôo no escritório não?!

Making Of


Veja como a Virgin America fez mais de 7 Milhões de Pessoas Assistirem seu Vídeo de Segurança

fonte:

Sobre Rodrigo Kashima

Está no ramo há mais de 7 anos e tudo começou no Japão onde morou e montou um studio de foto e vídeo que prestava serviços para a comunidade Brasileira. Teve seus primeiros contatos com a fotografia e logo em seguida migrou para o vídeo, hoje é Diretor do DSLR Brasil e dono da KSH Filmes.

Finamento uma ótima noticia para Fotógrafos e cineastas no Brasil ! A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou na manhã de hoje (11 de dezembro), em caráter terminativo, o projeto de Lei 2.111/2011, de autoria do DEPUTADO FEDERAL RODRIGO MAIA (DEM/RJ), que isenta de impostos e contribuições a importação de equipamentos e materiais para uso exclusivo desses profissionais. Lei 2.111/2011 Equipamento Fotografico Importado sem impostos Lei 2.111/2011 Equipamento Fotografico Importado sem impostos A lei prevê que cada profissional pode importar até 50 mil reais em equipamentos, a cada dois anos, com isenção do Imposto de Importação (II), do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), da Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público, da Importação de Produtos Estrangeiros ou Serviços (PIS/PASEP-importação), da Contribuição para os Programas de Integração Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior (Confins-importação). Para ter direto à isenção, o profissional deve comprovar exercício profissional mediante apresentação da Carteira de Trabalho da Previdência Social (CTPS) regularmente assinada, contrato de trabalho ou, ainda, se servidor público, certidão expedida pelo Departamento de Pessoal do órgão ao qual é vinculado. Já o prestador de serviço autônomo ou prestador de serviço Pessoa Jurídica, respectivamente, deve apresentar inscrição no INSS e recolhimento da contribuição previdenciária ou do contrato social da empresa e recolhimento da contribuição previdenciária. Mas não somente os equipamentos fotográficos e cinematográficos que são caros. Os custos de licenciamento de softwares e computadores necessários para a pós produção aqui no Brasil são absurdos que desmotivam o aquecimento do mercado. Vamos ficar de olho e cobrar dos nosso deputados ações neste sentido.

Finalmente uma ótima noticia para Fotógrafos e cineastas no Brasil !

A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou na manhã de hoje (11 de dezembro), em caráter terminativo, o projeto de Lei 2.111/2011, de autoria do DEPUTADO FEDERAL RODRIGO MAIA (DEM/RJ), que isenta de impostos e contribuições a importação de equipamentos e materiais para uso exclusivo desses profissionais.


Lei 2.111/2011 Equipamento Fotografico Importado sem impostos

A lei prevê que cada profissional pode importar até 50 mil reais em equipamentos, a cada dois anos, com isenção do Imposto de Importação (II), do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), da Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público, da Importação de Produtos Estrangeiros ou Serviços (PIS/PASEP-importação), da Contribuição para os Programas de Integração Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior (Confins-importação).

Para ter direto à isenção, o profissional deve comprovar exercício profissional mediante apresentação da Carteira de Trabalho da Previdência Social (CTPS) regularmente assinada, contrato de trabalho ou, ainda, se servidor público, certidão expedida pelo Departamento de Pessoal do órgão ao qual é vinculado. Já o prestador de serviço autônomo ou prestador de serviço Pessoa Jurídica, respectivamente, deve apresentar inscrição no INSS e recolhimento da contribuição previdenciária ou do contrato social da empresa e recolhimento da contribuição previdenciária.

Mas não somente os equipamentos fotográficos e cinematográficos que são caros. Os custos de licenciamento de softwares e computadores necessários para a pós produção aqui no Brasil são absurdos que desmotivam o aquecimento do mercado. Vamos ficar de olho e cobrar dos nosso deputados ações neste sentido.

Fonte: DSLRBrasil

domingo, 15 de dezembro de 2013

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood divulgou o número de associados que votarão para escolher os próximos vencedores do Oscar.

Próximo Oscar dependerá de 6 mil pessoas

De acordo com o The Hollywood Reporter, 6.028 membros ativos da Academia votarão para eleger os vencedores do Oscar, a serem divulgados na cerimônia do dia 2 de março. A edição anterior da premiação teve 5.856 votantes, e pela primeira vez em sua história ultrapassa a quantidade de 6 mil.

O aumento repentino na quantidade de votantes, segundo o THR, se deve a algumas mudanças nas diretrizes da Academia e na criação de mais um "branch", ou seja, uma área de atuação no cinema: a de diretores de elenco (casting directors). Devido às mudanças, que aceitam mais profissionais de áreas diferentes na atuação cinematográfica, é possível que haja alguma mudanças no tipo de decisão.

A maior "branch" da Academia foi a única a perder números, embora continue sendo muito maior que as outras: a de atores, que caiu de 1178 para 1176. As outras áreas (branches), em número de associados, são: produtores (479), executivos (450), profissionais de efeitos sonoros (418), escritores e roteiristas (378), diretores e relações públicas (ambos com 377 cada um), profissionais de curta-metragem e animação (366), profissionais de efeitos visuais (323), designers de produção e de arte (262), profissionais da área musical (240), editores/montadores (230), profissionais de fotografia (228), documentário (210), maquiadores e hairstylists (135), designers de figurino (108) e diretores de elenco (54).



Daniel Cury | dezembro 14, 2013 às 9:44 pm | URL: http://wp.me/p3OHBB-4hx   

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Petrobras patrocina a 8ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos

Petrobras patrocina a 8ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos na América do Sul em exibição no Museu da Gente

Com entrada gratuita, acontece de 17 a 22 de dezembro e conta com um curta sergipano

A Petrobras patrocina, pelo sétimo ano consecutivo, a Mostra de Cinema e Direitos Humanos na América do Sul. Serão exibidos 38 filmes em todo o país, em 600 espaços entre salas de cinema, cineclubes, pontos de cultura, instituições culturais, museus e telecentros. Em Aracaju, a mostra acontece de 17 a 22 de dezembro, no Museu da Gente Sergipana.

Lançada em 2006, a mostra tem como objetivo utilizar a linguagem cinematográfica para disseminar e fortalecer a cultura dos Direitos Humanos em todo o país. Os filmes trazem temas relacionados ao direito à memória e à verdade, diversidade sexual, inclusão de pessoas com deficiência, população de rua, entre outros. Paralelo à mostra, será implementado o projeto Inventar com a Diferença, que tem como proposta a capacitação de educadores de escolas públicas em torno dos direitos humanos.

Este ano, a programação da mostra no Sergipe terá a exibição do curta-metragem “Caixa D’Água: Qui-lombo é esse?”, da sergipana Everlane Moraes. O curta, que conta a história dos descendentes de escravos que vivem no Caixa D´Água, um dos bairros mais tradicionais de Aracaju, tem se destacado no cenário cinematográfico alternativo, sendo o vencedor da Mostra Nordeste (júri oficial) do SERCINE 2013; o filme de abertura da 7ª edição do Festival Visões Periféricas (RJ) e vencedor do Festival Iberoamericano de Curtas-Metragens -Curta-SE 2013, na categoria melhor vídeo sergipano.

A mostra tem curadoria do cineasta Francisco Cesar Filho, diretor do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, e diretor do filme Futuro do Pretérito - Tropicalismo Now, lançado em 2012. Serão três categorias: Mostra Competitiva de longas, médias e curtas, em que a plateia escolhe os melhores filmes ao final de cada sessão; Mostra Homenagem ao cineasta Wladimir Carvalho (documentarista paraibano que recebeu o prêmio de melhor documentário no Festival de Paulínia 2011, com Rock Brasília: Era de Ouro), com exibição de cinco filmes, e a Mostra Cinema Indígena, com apresentação de quatro filmes.

Para democratizar o acesso a pessoas com deficiência auditiva e visual, todas as películas são exibidas em sistema closed caption que, além das legendas, informa os sons que fazem parte da cena e contém audiodescrição do cenário.

A mostra é uma realização da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, em parceria com o Ministério da Cultura, e conta também com o patrocínio da Petrobras, do BNDES e com a produção do departamento de Cinema e Vídeo da Universidade Federal Fluminense.

Serviço:8ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul
Local: Museu da Gente Sergipana
Data: de 17 a 22 de dezembro.
Entrada Franca- Acesso para pessoas com deficiência
Programação completa e mais informações em


Comunicação Regional Nordeste

Assessoria de Imprensa

Cinema: Tem início Festival de Cinema "Olhares do Pantanal"

O projeto objetiva difundir, valorizar e discutir a produção audiovisual do Estado, promovendo uma aproximação da população com o cinema.

Começou ontem e se estende até o dia 15, domingo, em Cáceres a segunda edição do Festival de Cinema “Olhares do Pantanal”. A atividade tem a parceria do Campus Universitário de Cáceres e da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proec) da Universidade do Estado de Mato Grosso. O Cine Xin Cinema receberá a programação deste ano. A entrada é gratuita.

O projeto objetiva difundir, valorizar e discutir a produção audiovisual do Estado, promovendo uma aproximação da população com o cinema. Sua programação privilegia diretores e/ou cenários de produção mato-grossenses. Os filmes apresentados abrangem diversos gêneros: documentário, animação, drama, ação, comédia, dentre outros. Além da exibição dos trabalhos, o festival vai ser composto por palestras e mesas-redondas.

A programação de hoje, 12, traz exibição de filmes às 14h no Cine Xin e às 15h30, no mesmo local, um bate-papo com o cineasta Amauri Tangará.Às 19h, a mostra de filmes é retomada no Centro de Atenção Integral à Criança (CAIC).

Mostra Competitiva

A iniciativa visa ainda a estimular a produção cinematográfica de criadores locais por meio da mostra competitiva “Curta Cine Cáceres”. O julgamento da mostra será feito por três profissionais do meio audiovisual e por voto popular de participantes do festival. Os filmes serão premiados com troféus nas categorias “Melhor Filme Curta Metragem”, “Melhor Vídeo”, “Melhor Diretor”, “Melhor Ator” e “Melhor Diretor de Fotografia”.
Autor: Assessoria
Fonte: O Nortão

Cinema equatoriano em Foz

Mostra na UNILA contará com quatro obras contemporâneas equatorianas. Para marcar o encerramento cinematográfico das atividades de 2013, o Programa Cinedebate da UNILA, a Embaixada do Equador no Brasil e a Fundação Cultural de Foz do Iguaçu apresentam “Olhares do Cinema Equatoriano”. A Mostra compreende a exibição e o debate de filmes equatorianos contemporâneos e será realizada de 16 a 18 de dezembro, na Fundação Cultural de Foz do Iguaçu, com início sempre às 18h. A entrada é gratuita e as sessões são abertas a toda a comunidade. Haverá certificação aos participantes.





“O Programa Cinedebate propõe-se a abrir espaços para a exibição de significativas obras de cinema, assim como ao fomento da cultura audiovisual e cinematográfica, por meio da articulação dos princípios da UNILA. Na ocasião, graças à Embaixada do Equador no Brasil, queremos compartilhar variadas expressões cinematográficas do Equador. No futuro, pensamos visitar com o cinema vários outros países e conhecer mais a fundo o trabalho e, sobretudo, as perspectivas dos cineastas”, explica o professor do curso de Cinema e Audiovisual, Bruno López Petzoldt, coordenador do Programa Cinedebate.





Prometeo Deportado abre a MostraA cerimônia de abertura contará com a presença de membros da Embaixada do Equador no Brasil e da Universidade Federal da Integração Latino-Americana. Após a sessão, será exibida e discutida a primeira das quatro obras selecionadas: Prometeo Deportado (2010, 111′), de Fernando Mieles. A narrativa se passa em algum aeroporto europeu. Em meio a queixas e reclamações, um grupo de equatorianos é detido. Todos ocultam algo, como Prometeo, um jovem acorrentado como delinquente e que carrega um baú de magia na sua bagagem. Ele está com Afrodita, uma jovem que esconde a sua verdadeira identidade.





Na terça-feira (17) será exibido o documentário Baltazar Ushka, o Tempo Congelado (2008, 22’), de Igor y José Antonio Guayasamín. A história se passa a 6.267 metros de altura, no vulcão mais alto do mundo em relação ao centro da terra, onde trabalha, há mais de trinta anos, Baltazar Ushka. Sua tarefa consiste em tirar gelo do vulcão, depois transportá-lo e vendê-lo. Antigamente essa prática era realizada por toda a comunidade, mas agora só resta Baltazar. O filme viaja no tempo de maneira circular, coerente com a cosmovisão indígena.





En el nombre de la hija será exibido no segundo dia da MostraNa sequência, será exibida a obra de ficção Em nome da filha (2011, 103’), de Tania Hermida, que conta, com humor e ironia, a história de uma menina de nove anos que se vê confrontada com os ideais comunistas de seu pai e os dogmas católicos da sua avó conservadora. O encontro com o “tio louco”, escondido na biblioteca, vai fazer com que a menina resolva seus dilemas, mudando sua relação com a linguagem e com o próprio nome.





O encerramento da Mostra será na quarta-feira (18) com a projeção e debate de Com meu coração em Yambo (2011, 137’), documentário de María Fernanda Restrepo, que aborda a história de sua família cujos pais foram assassinados e torturados pela polícia equatoriana sem qualquer motivo em 1988, no governo de León Febres Cordero.






Mostra




As películas, entre obras de ficção, curtas e documentários, que também já foram exibidas em Brasília, fazem parte da Mostra Doce miradas del cine ecuatoriano, organizada pela Embaixada do Equador no Brasil e que reúne 12 olhares que expressam a contemporaneidade do equatoriana manifestada por estilos e histórias de realizadores no país. A Mostra visa chamar atenção para a grande fase que passa a produção audiovisual no Equador, devido ao apoio do governo nacional.

fonte:

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Museu vai reunir olhares de cineastas sobre Sertão nordestino e Gonzaga

 

Cais do Sertão, no Recife, promete inovar utilizando recursos tecnológicos.
Local terá obras de Paulo Caldas e Camilo Cavalcante, entre outros.



Bastidores da gravação de 'Lua', de Paulo Caldas, que será exibido no Cais do Sertão (Foto: Fred Jordão/ Divulgação)

Em construção no Bairro do Recife, o Cais do Sertão vai abrigar o acervo e reverenciar a obra de Luiz Gonzaga e deve chamar a atenção dos visitantes pelos recursos expositivos e tecnológicos inovadores. As estruturas do museu, instalado no antigo Armazém 10 do Porto do Recife, vão exibir documentos e trabalhos inéditos de artes plásticas, cinema, música, literatura e novas mídias. Os cineastas pernambucanos Lírio Ferreira, Paulo Caldas, Marcelo Gomes, Kleber Mendonça Filho e Camilo Cavalcanti, além do xilogravurista e cordelista J. Borges, são alguns dos artistas que emprestaram o olhar para falar do Sertão nordestino e narrar a trajetória do Rei do Baião. A previsão é que o espaço seja aberto de forma experimental em fevereiro de 2014, entrando em pleno funcionamento até a Copa do Mundo.

Conhecido por dirigir o premiado longa "Baile Perfumado", Paulo Caldas montou o curta-metragem "Lua", que fará parte da instalação permanente do Cais do Sertão. A película foi gravada em outubro passado, no Parque Nacional da Serra do Catimbau e em Serrita, entre o Agreste e Sertão de Pernambuco. "É uma viagem à memória do Sertão através do olhar e da música de Luiz Gonzaga, um grande painel vivo, em movimento, poético e sonoro. Não tem nada do que tradicionalmente se chama biográfico, mas acaba sendo muito mais biográfico também", explicou o cineasta.

O filme será exibido na Caixa do museu, que, segundo Caldas, é "um espaço fechado, para pessoas sentarem, com tela muito grande, som muito bom, imagem de qualidade boa, como cinema". "A nossa expectativa é que a pessoa entre na sala e se sinta dentro do Sertão por meio dos olhos, ouvidos e memória 'gonzaguena'. Acho que [o espaço] vai atrair muitas pessoas, e é fundamental que se tenha esse cuidado, essa reflexão sobre essa parte do Brasil tão importante", disse.
Gravação de 'Memórias', produzido pelo cineasta
Camilo Cavalcante (Foto: Beto Martins/ Divulgação)

Vida de viajante
O produtor e cineasta Camilo Cavalcante assina o vídeo "Memórias", que também fará parte da instalação permanente do Cais do Sertão. Serão dez painéis de LED, com 42 polegadas, nos quais serão exibidos depoimentos de 48 migrantes brasileiros. Gente que fala sobre a experiência de ir morar em Porto Velho (RO), Brasília e cidades-satélites de Goiás e várias regiões de São Paulo, por exemplo. Há entrevistas também com pessoas do Sertão Central e do Araripe pernambucanos que explicam por que voltaram para a cidade natal após essa aventura Brasil afora. "A instalação reflete essas movimentações da vida, sair da estagnação para algo melhor, o sonho de dar certo", contou.

As entrevistas foram feitas ao longo deste ano, em um projeto exclusivo para o Cais do Sertão. Há falas de famosos, como o ex-presidente Lula, o cineasta Vladimir Carvalho e o escritor Marcelino Freire, além de anônimos. "É um painel humano, denso e poético; uma grande imersão nessa questão migratória, que é tema cantado na obra de Luiz Gonzaga", comentou. A instalação é interativa, pois o visitante vai tocar no rosto do relato que tem interesse em ouvir. Cada monitor terá dois fones de ouvido.

Já o cineasta Kleber Mendonça Filho, que se destacou esse ano pela direção do premiado filme "O som ao redor", desenvolveu uma instalação sobre o tema 'feira'. Ele passou alguns dias no município de Ibimirim, no Sertão de Pernambuco, captando imagens que serão exibidas em monitores de alta definição. Uma experiência que ele considerou "incrível".

A música "Légua tirana", de Luiz Gonzaga, inspirou o trabalho do cineasta. "Acho essa música linda, sensível, triste, um lamento. Foi o meu ponto de partida. Eu geralmente não faço obras ou filmes de forma literal, mas que sejam o estado de espírito sobre algo, que nesse caso pode ser a música, o Sertão, Luiz Gonzaga", comentou.
Módulo 1, onde trabalhos dos cineastas serão exibidos, está em obras. (Foto: Fred Jordão/ Divulgação)

Imersão exploratória
As obras serão exibidas em espaços do módulo 1 do Cais do Sertão, que tem ao todo 2.000 metros quadrados, com acervo físico e intervenções tecnológicas. É esse módulo que deve ser aberto ainda no primeiro semestre de 2014. "Os trabalhos estão todos finalizados e aprovados pela curadoria, prontos para testes. Nada neles é tradicional. São provocações tanto do ponto de vista tecnológico quanto curatorial. Essa experimentação é o espírito do museu", comentou Gilberto Freyre Neto, coordenador-executivo do projeto.

O módulo 1 terá recepção com vitrine de objetos de Gonzaga, um espaço para experiências sensoriais e audiovisuais, um galpão onde a vida sertaneja é exposta com variados recursos e uma caixa de projeções audiovisuais sobre Gonzaga, os falares do Sertão e a história do cordel. Ainda haverá uma ala onde o visitante poderá pesquisar a obra completa do Rei do Baião e ainda colocar a mão na massa, criando seus próprios sons.

O módulo 2 corresponde ao centro cultural com auditório, salas para oficinas, restaurante, café e espaços de ambientação e convivência. Esse módulo só deve ser inaugurado no fim do próximo ano.

Fundo Audiovisual anuncia investimento de R$ 17,6 milhões

Outros onze projetos foram chamados para apresentação oral ainda este ano


A Agência Nacional de Cinema (Ancine) e o Banco Regional de Desenvolvimento Econômico, agente financeiro do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), anunciam mais um pacote de investimentos na produção audiovisual brasileira. Nesta operação, oito longas-metragens, três obras seriadas e dois filmes para televisão receberão aportes que totalizam R$ 17,67 milhões. Outros 11 projetos foram convocados para defesa oral neste final de ano.

Na chamada voltada à aquisição de direitos de distribuição comercial de longas-metragens - Prodecine 02/2012 - foram contemplados sete projetos de quatro distribuidoras brasileiras independentes, no valor de R$ 10,1 milhões. Entre os selecionados estão “Zoom”, “Língua seca”, “Do lado de fora” e “Berenice procura”, todos de diretores estreantes em longas de ficção.

Pela linha de comercialização de filmes brasileiros - Prodecine 03/2012 - a distribuidora Pipa Nativa receberá investimento de R$ 75 mil para o lançamento do longa de animação “Ritos de passagem”, produzido na Bahia, com direção de Chico Liberato.

Já a Chamada Prodav 01/2012 contemplou cinco obras para televisão, sendo três obras seriadas e dois documentários, com o valor total de R$ 7,5 milhões. Entre as séries contempladas estão a segunda temporada de “Vida de Estagiário”, da Neoplastique Entretenimento, licenciada para o Warner; a série “Santo Forte”, dirigida por Roberto D’Ávila; e ainda a animação “Angeli, ‘The Killer’”, produzida pela Coala Produções Artísticas para exibição no Canal Brasil.

O Fundo Setorial do Audiovisual foi criado em 2006, pela Lei 11.437. Mas foi a aprovação da Lei do Serviço de Acesso Condicionado (Lei 12.485/2011) que ampliou os recursos destinados ao incentivo à indústria audiovisual nacional, a partir da contribuição também das teles. Até maio de 2013, o valor arrecadado a título de Condecine foi de aproximadamente R$ 1,1 bilhão, referente ao exercício de 2012. Destes, R$ 888 milhões foram arrecadados das operadoras de telecomunicações. Em 2012, pela Condecine foram arrecadados R$ 725,23 milhões, dos quais R$ 655,66 foram pagos pelas teles.



Seleção de projetos continua na próxima semana
Também foi anunciada hoje a convocação de mais 11 projetos para a etapa de Defesa Oral ("pitching") das chamadas públicas PRODAV – 01/2012 (Linha B - produção de obras para televisão), PRODECINE – 02/2012 (Linha C - aquisição de direitos de distribuição de longas-metragens), PRODECINE – 03/2012 (Linha D - de comercialização de obras de longa-metragem) e PRODECINE – 04/2012 (Linha A - produção de obras de longa-metragem). Os proponentes dos projetos devem apresentá-los no próximo dia 16 de dezembro, no Rio de Janeiro. (Da redação)

fonte:

Artistas discutem variação da bilheteria do cinema nacional em 2013


Números indicam que poucos filmes brasileiros vão bem no mercado: a maioria vai mal.


Sempre haverá algum crítico ou espectador para contestar a informação – no ano passado, o melhor filme brasileiro do ano deve ter feito míseros 10 mil espectadores, se tanto, e não se pode dizer que tenha sido um fracasso. Lançado em pouquíssimas salas, em horários alternativos, Sagrado Segredo, de André Luiz Oliveira, fez números decentes por cópia para alcançar a média, mesmo que baixa. Este ano tem sido de comemoração – os números do cinema brasileiro aumentaram muito, incluindo o share, a participação nacional no próprio mercado, mas é muito provável que o melhor brasileiro do ano, programado para estrear no dia 27 – São Silvestre, de Lina Chamie – encerrará 2013 fazendo menos público que o melhor de 2012.



Divulgação
'De Pernas pro Ar 2': 4,7 milhões de espectadores

Justamente nesta sexta-feira, dia 5, a Ancine, Agencia Nacional de Cinema, que regulamenta o cinema no País se reúne para debater a cota de tela para a produção nacional em 2014. Neste ano, dependendo do número de salas de cada complexo, os cinemas cumprem uma cota mínima entre 28 e 63 dias por sala e devem exibir de três a 14 filmes nacionais diferentes, no mínimo. O cineasta Ícaro Martins divulgou um documento que foi avalizado por Eduardo Escorel em seu blog. Há um discurso de que o cinema brasileiro se consolida, avança de vento em popa e não precisa de leis protecionistas para se impor no próprio mercado. Martins tem restrições a ele. Não é verdade – não num mercado formatado para a produção de Hollywood, agora é o repórter quem diz. Como Martins assinala em seu documento, tanto a frequência do público quanto os números do cinema brasileiro aumentaram muito desde 2000. Mas, se é verdade que o mercado cresceu, a presença brasileira tem sido tudo, menos regular.

Este ano, nenhum filme superou a marca de 5 milhões de espectadores, embora dois tenham se aproximado bastante. E são dois bons filmes – De Pernas pro Ar 2, de Roberto Santucci, e Minha Mãe É uma Peça, de André Pellenz, com o fenômeno Paulo Gustavo. Os críticos reclamam do sucesso das comédias, como se elas não pudessem ter méritos. Uma aborda em chave crítica o papel da mulher na sociedade brasileira. A outra discute a disfuncionalidade familiar. Márcio Fraccaroli, da Paris Filmes, que distribui os dois, analisa. Sua empresa fez uma aposta na comédia e deu apoio integral aos projetos, inclusive apostando em lançamentos massivos. Agora mesmo, Crô – O Filme, de Bruno Barreto, acaba de abrir com mais de 330 mil espectadores no primeiro fim de semana. O filme deve fechar a primeira semana em 600 mil espectadores, e Fraccaroli acredita que chegará a 1,5 milhão de espectadores, bem mais que o próprio Barreto alcançou com seu longa precedente, o dramático (e poético) Flores Raras.

Se a previsão de público para este ano no Brasil é de 152 a 155 milhões de espectadores, a expectativa é de que a participação brasileira (o share) fique entre 25 e 26 milhões. Desse total, entre 16 e 17% do bolo, 65% correspondem a filmes da Paris. Fraccaroli comemora, mas mantém a cabeça fria. Para ele, o mercado está em processo de mudança. Como explicar, do seu ponto de vista, que Cine Holliúdy faça mais público que Serra Pelada, de Heitor Dhalia? Neste quadro, os 750 mil espectadores de O Tempo e o Vento, de Jayme Monjardim, são honrosos – mesmo que decepcionantes, na relação custo/benefício. A novidade dos números deste ano foi que tivemos mais produções em torno de 500 mil espectadores, mas isso gerou um discurso equivocado, segundo Ícaro Martins em seu documento.

Os eufóricos saudaram um crescimento dos filmes brasileiros médios, mas a verdade é que os números não são tão positivos assim. Muitos filmes projetados para ser blockbusters realizaram desempenhos abaixo do esperado e obtiveram rendimento de filme médio – aqueles projetados para 150 cópias, ou salas –, ficando na tal faixa dos 500 mil. Recentemente, no RioMarket, Camila Pacheco, diretora de Marketing da Fox no Brasil, apresentou um dado alarmante – o share (participação) do filme médio caiu de 30% para 6% no mercado. Camila culpa a lenta expansão do mercado exibidor, mas há controvérsia. O número de salas tem aumentado a uma razão superior a 7% ao ano, mais que o dobro do PIB. O problema, o real problema, vão informar os produtores e diretores independentes – de pequenos filmes autorais –, é que está cada vez mais caro lançar filmes no Brasil.

Ao contrário da Paris, muitos distribuidores esperam que os produtores tragam o dinheiro do lançamento. Sem investimento – sem publicidade –, as chances dos filmes são reduzidas. Sílvia Cruz, da Vitrine Filmes, tem sido guerreira na batalha por espaço. Muitas vezes ganha horários alternativos empurrada pela crítica. Com O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho, seu maior sucesso, fez 96 mil espectadores. Ela apoia o aumento da cota de tela, mas teme que vá beneficiar ainda mais os filmes grandes. Não ocorre só aqui. No Festival do Rio, ao lançar um dos melhores filmes estrangeiros do ano (Um Estranho no Lago), o diretor Alain Guiraudie disse que seu prestígio não tem a contrapartida do público e, mesmo na França, um país reputado como de cinéfilos, sua média de público tem sido de 30 mil espectadores. Se a tendência à concentração do mercado é mundial, no Brasil é ainda mais dramática. A fatia em que se movimentam os filmes brasileiros, lembra Ícaro Martins, anda na faixa de 12%. Este ano, vai a 17%, mas, dos 115 longas lançados em 2013 (e a retrospectiva começa hoje no CineSesc com 111), 15 dividem, de forma desigual, 15% de toda a renda, cabendo aos outros cem os 2% restantes. Ou seja, o cinema brasileiro vai bem, mas a maioria dos filmes vai mal.