quinta-feira, 29 de maio de 2014

No Recife, projeto chega às escolas públicas para incentivar o audiovisual na educação

"Inventar com a diferença" acontece simultaneamente em 29 cidades do Brasil e, na capital pernambucana, fica até o mês de junho



O objetivo do projeto é incentivar o audiovisual na educação das escolas públicas do Brasil. Foto: Inventar com a Diferença/Divulgação

O projeto de cinema e educação "Inventar com a diferença", que acontece em 29 cidades do Brasil, vai ficar nas escolas públicas do Recife até o mês de junho. Em segunda fase, a proposta continua a mesma: capacitar educadores de escolas públicas para incluir materiais audiovisuais, em torno da temática do cinema e dos Direitos Humanos, nas aulas.


No Brasil, "Inventar com diferença" conta com a capacitação de cerca de 500 professores de 300 escolas públicas brasileiras dos ensinos médio e fundamental, contemplando praticamente 5400 alunos. É um projeto desenvolvido pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e pela Secretaria de Direitos Humanos (SDH).

Escolas do Recife que participam do projeto:

EREM de Beberibe
EREM Ginásio Pernambucano
EREM Joaquim Távora
Escola Carlos Alberto Gonçalves de Almeida/ CASE Santa Luzia
Escola Dona Maria Teresa Corrêa
Escola Municipal Darcy Ribeiro
Escola Profº Fontainha de Abreu
Escola Profº Leal de Barros
Escola Senador Novaes Filho
Escola Estadual Barros Carvalho


fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/viver/2014/05/28/internas_viver,506689/no-recife-projeto-chega-as-escolas-publicas-para-incentivar-o-audiovisual-na-educacao.shtml

quarta-feira, 28 de maio de 2014

A pesquisa antropológica em um mundo dominado pela imagem

“A Antropologia tem sido, predominantemente, uma disciplina de palavras: uma disciplina na qual se fala, se escreve, se lê. E o mundo de hoje é, cada vez mais, um mundo de imagens e de interatividade. Como a pesquisa antropológica pode se aproximar da linguagem do mundo contemporâneo, sem sacrificar o conteúdo daquilo que é pesquisado?”


Foram reflexões como essa, apresentada por Sylvia Caiuby à Agência FAPESP, que motivaram o Projeto Temático “A Experiência do filme na Antropologia”, atualmente em fase de conclusão. Professora titular na área de Antropologia da Imagem da Universidade de São Paulo (USP) e diretora do Centro Universitário Maria Antonia (Ceuma), Sylvia é a pesquisadora responsável pelo projeto, que tem o apoio da FAPESP.


“Já estamos no terceiro Temático apoiado pela FAPESP. O financiamento aos dois projetos anteriores e a verba obtida por meio do Programa de Apoio à Infraestrutura permitiram modernizar e equipar o Laboratório de Imagem e Som em Antropologia (Lisa), dotando-o de uma infraestrutura ímpar em termos acadêmicos na América do Sul”, disse Sylvia.


Ligado ao Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, o Lisa abriga um acervo com cerca de 1,6 mil vídeos, 8 mil fotos (em papel, diapositivos e negativos de vidro) e mais de 180 horas de material sonoro (em CDs, fitas cassetes e discos), além de documentos de referência (livros, teses e catálogos). Grande parte desse material foi digitalizada e ele está agora arquivado em dois conjuntos de HDs, de 18 terabytes cada, com backup em uma nuvem computacional instalada fora da universidade.


Um destaque do acervo do Lisa é a enorme coleção de fotos em papel de Lux Vidal, professora emérita da USP, que trabalhou durante anos com os Kayapó-Xikrin. Também notáveis como registros que documentam, em parte, a própria história da Antropologia são as fotografias feitas pelos etnólogos alemães naturalizados brasileiros Herbert Baldus (1899-1970) e Curt Nimuendajú (1883-1945) e pelo antropólogo francês Claude Lévi-Strauss (1908-2009), entre outras.


Curt Nimuendajú (1883-1945)

O Lisa ocupa duas unidades no Conjunto Colmeia da USP e dispõe de sala climatizada e desumidificada com estantes deslizantes para acondicionamento do acervo, auditório para projeção audiovisual, duas ilhas de edição de vídeos (uma em plataforma PC e outra em Mac) e sala acusticamente isolada para edição de som, entre outros equipamentos.

Todos esses recursos estão à disposição de pesquisadores, professores e alunos de Antropologia. E o público, em geral, pode ter acesso, via internet, ao banco de dados do acervo, com a relação completa dos filmes e sinopses, e busca por título, diretor e palavras-chave, bem como à versão integral de 90 filmes produzidos no próprio Lisa. Basta cadastrar-se no site http://www.lisa.usp.br/.

O Lisa reúne atualmente três grupos de pesquisa: o Grupo de Antropologia Visual (Gravi), coordenado diretamente por Sylvia; o Núcleo de Antropologia, Performance e Drama (Napedra), coordenado por John Cowart Dawsey, que concluiu recentemente o Projeto Temático “Antropologia da Performance - Drama, Estética e Ritual” , também apoiado pela FAPESP; e o grupo Pesquisas em Antropologia Musical (PAM), coordenado por Rose Satiko Gitirana Hikiji, que também coordena o Lisa como um todo.
“Em linhas bem gerais, o grande objetivo do nosso projeto temático “A Experiência do filme na Antropologia” é desenvolver formas narrativas que venham se somar ao texto verbal. Como trabalhamos com imagens e sons, seja por meio da análise da documentação audiovisual, seja por meio da produção de resultados de pesquisas, todas as áreas da antropologia, todos os subtemas da antropologia, podem se beneficiar daquilo que fazemos”, comentou Sylvia.


Darcy Ribeiro já buscava isso...


Mas a pesquisadora enfatizou que a relação, absolutamente necessária, entre a produção audiovisual e a antropologia não é tarefa fácil. “Como retratar um ritual funerário em um filme?”, exemplificou.



O filme Funeral Bororo, de Maureen Bisilliat, gravado e editado em 1990, tem como matéria prima original o registro documental etnográfico de um funeral de um chefe da nação Bororo. Esta documentaçao foi realizada em 1953 pelo fotógrafo alemão Heinz Forthman (foto) e por Darcy Ribeiro, ambos professores da Unb, o primeiro de Fotografia de Cinema e o segundo de Antropologia.
“Não podemos fazer algo simplista, ou sensacionalista, ou que desconsidere os princípios éticos que balizam a disciplina. Ao mesmo tempo, precisamos levar em conta as especificidades da linguagem cinematográfica, e não fazer a mera transposição do texto acadêmico para o filme. As pesquisas tipicamente antropológicas são estudos de longo prazo, nos quais o pesquisador estabelece relações de confiança e procura captar o ponto de vista do outro. Como apresentar cinematograficamente ou por meio de um ensaio fotográfico os resultados?”, prosseguiu.




De certa forma, a distinção tradicional entre o trabalho do cientista e o trabalho do artista precisa ser superada. “Essa superação de barreiras conceituais é algo que já ocorre, por exemplo, em relação à dicotomia entre documentário e ficção. Verificamos que essa distinção não é operacional”, disse Sylvia.


“A palavra ficção vem do latim fictio, que significa inventado, fabricado. Mas todo documentário é também fabricado, é também construído – no caso, construído pelo pesquisador na relação com as pessoas pesquisadas. As pessoas documentadas em um filme querem aparecer de determinada maneira e não de outra; elas escolhem a maneira como sua imagem deve se tornar pública”, disse.

Nanook of the North (Nanuk l'esquimal), 1922, Robert J. Flaherty.



O personagem Nannok no filme de ficçao KABLOONAK (1993), de Claude Massot. Que narra uma outra história da realizaçao do filme Nannok do Norte entre os Innuit (ou Esquimós), considerado o primeiro documentário do Cinema e a trajetória posterior de Robert J. Flaherty.
Ao mesmo tempo – lembrou a pesquisadora –, várias sociedades indígenas, com a assessoria de antropólogos, estão atualmente transformando em filmes suas narrativas míticas. “São filmes encenados, nos quais pessoas da comunidade representam os papéis dos vários personagens míticos. Um filme como esse é documentário ou ficção? Não há divisão clara”, argumentou.


O maior ou menor sucesso no enfrentamento desses e de outros desafios pode ser avaliado assistindo-se aos filmes disponíveis no site do Lisa. Vários deles foram levados a público recentemente na mostra “Contro-Sguardi: retrospectiva do festival de cinema antropológico” , exibida em São Paulo, no Cine Livraria Cultura, no Centro Universitário Maria Antonia e no Cinusp Paulo Emilio, entre 14 e 30 de abril.


fonte:@edisonmariotti #edisonmariotti    Por José Tadeu Arantes Agência FAPESP 
http://antrocine.blogspot.com.br/2014/05/a-pesquisa-antropologica-em-um-mundo_27.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed:+AntropologiaDoCinema+(Antropologia+do+Cinema)

terça-feira, 27 de maio de 2014

Dossiê "Cinema, Gênero e Sexualidade"

A revista Bagoas - estudos gays: gênero e sexualidades(UFRN) acaba de publicar o dossiê "Cinema, Gênero e Sexualidade", organizado por Zulmira Newlands Borges e Laure Garrabé:



Os autores aqui reunidos têm desenvolvido em suas universidades pesquisas sobre os temas de direitos sexuais, gênero, sexualidade, saúde, corpo, autonomia reprodutiva, direitos humanos, contribuindo direta ou indiretamente para o debate no campo do ensino da sexualidade e do gênero nas escolas. Amparados por referenciais teóricos da antropologia, da educação, dos estudos feministas e em especial de Michel Foucault, os artigos apresentam, em linguagem acessível e voltada para um público escolar, interpretações que questionam a visão essencialista da sexualidade (centrada na visão do corpo como um reduto dos instintos) para discutir a sexualidade e o gênero como construções contextuais e históricas.

A maioria dos artigos propõe a análise antropológica e pedagógica de filmes que tratam de gênero e da sexualidade em uma perspectiva comum do respeito à diversidade sexual e de gênero e dos direitos sexuais. Parte-se do princípio de que o cinema também é um discurso sobre gênero e sexualidade e que retrata a expressão de um autor/diretor, mas também reflete muito dos valores/racionalidades/moralidades vigentes em um dado momento histórico e em uma dada sociedade.

A proposta de realização do dossiê está relacionada à potencialidade do cinema como instrumento pedagógico, no sentido de que é também uma pedagogia culturalmente situada sobre os marcadores de gênero e sexualidade. Os artigos aqui selecionados se propõem a oferecer uma visão crítica acerca dos filmes, situando os eventos e as moralidades em termos históricos e discursivos, evitando, assim, reforçar marginalidades e estigmatizações.

Os ensaios refletem em grande medida uma análise fílmica e uma interpretação qualificada por trabalhos e experiências prévias de pesquisa. No entanto, não se trata de proceder a uma interrogação sobre a imagem, embora esta seja permanentemente o alvo da análise. Trata-se de analisar experiências do ver,tomando em conta a difusão debandada pelo maior acesso às tecnologias visuais, a partir da apreensão dos eixos corpo, gênero e sexualidade.

Link para a revista:

http://www.periodicos.ufrn.br/bagoas/issue/view/359/showToc @edisonmariotti #edisonmariotti

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Fundo Fundo de Apoio à Cultura contempla Museu do Festival de Cinema

O turismo de Gramado recebeu uma notícia muito importante na última sexta-feira, 23. O Projeto do Museu do Festival de Cinema de Gramado, inscrito no “Pró-Cultura – FAC (Fundo de Apoio à Cultura) dos Museus – Prefeituras” foi aprovado pelo Governo do Estado.

A verba será destinada para a criação do espaço turístico e cultural, que terá como finalidade conservar coleções de valor histórico, artístico, científico e técnico do Festival de Cinema de Gramado.

O Projeto do Museu do Festival de Cinema, idealizado pela Secretaria de Turismo, contempla o novo atrativo com espaço próprio, na zona central da cidade, reunindo todo o arsenal de fotos, arquivos e equipamentos que fizeram a história do maior Festival de Cinema do Brasil.

Conforme a Secretária de Turismo, Rosa Helena Volk, a próxima etapa será a formalização de um plano museológico. “Este será o primeiro passo para a concretização deste grande projeto”, destaca Rosa Helena.
 
fonte:http://gramado.sul21.com.br/2014/05/26/fundo-de-apoio-a-cultura-contempla-museu-do-festival-de-cinema/ @edisonmariotti #edisonmariotti

Cinema do Brasil se aproxima de vizinhos em Floripa

Estados Unidos. No cinema, essa forma de alienação é ainda mais perceptível. Por sorte, vários festivais brasileiros - Cine Ceará, Festival Latino-Americano de São Paulo, Gramado e, agora, o Cine PE, do Recife, entre outros - têm percebido as vantagens da aproximação cultural com nossos vizinhos. O FAM é um dos pioneiros nessa tentativa de sintonia.

No sábado (24), foi apresentado um dos representantes do Chile, "Matar a un Hombre", de Alejandro Fernández Almendras, e já provocou polêmica entre os críticos presentes (gente do Uruguai, Argentina, Bolívia, Brasil e do próprio Chile). Houve quem considerasse a história duvidosa do ponto de vista, digamos, político.

O personagem principal é Jorge, um guarda florestal diabético, que mora num bairro de periferia. Jorge - e sua família - é atormentado por um grupo de desordeiros, por um deles em particular, gente de um conjunto habitacional vizinho. Jorge tenta os caminhos legais para se proteger, mas quando estes se revelam falhos, morosos, burocráticos, ele pensa em, digamos, soluções alternativas.

Essa storyline não faz do longa de Almendras um êmulo banal de "Vontade de Matar", o apologista fílmico da "justiça com as próprias mãos". Pelo contrário. Há todo um cuidado em caracterizar o personagem principal como homem fragilizado, contraditório e com problemas de consciência. O filme põe em pauta a questão da violência urbana e de como somos obrigados a lidar com desafios que às vezes dizem respeito à nossa própria sobrevivência. A esquerda tradicional, como se sabe, sempre teve dificuldade a tratar do problema. Como se dissesse: "O nosso foco único é a justiça social, deixamos o discurso da segurança para a direita." Esse equívoco provocou perda de votos e de credibilidade. Afinal, segurança não é uma questão ideológica, mas um direito do cidadão, e vazios do Estado tendem a ser preenchidos por aventureiros.

Almendras tem a coragem de tocar nessa questão espinhosa. E também corre o risco de ser mal interpretado ao fazê-lo. Cinematograficamente, o filme é muito interessante, despojado, "quase bressoniano", como lembrou alguém. Refere-se ao francês Robert Bresson, o mestre por excelência do despojamento, tanto nas atuações como nas opções narrativas, com a ausência de tons melodramáticos apelativos, uso parcimonioso, ou ausência completa, da música.

Em seus vários segmentos, o FAM apresentará até 30 de maio mais de uma centena de filmes, entre longas documentais e de ficção, além de curtas-metragens. Estão programadas mesas-redondas, debates e painéis sobre o audiovisual contemporâneo. Entre elas, "Desafio da crítica: as novas linguagens do audiovisual".

fonte:http://www.dgabc.com.br/%28X%281%29S%285cjikpsllwk05yktwu3pps1q%29%29/Noticia/531345/cinema-do-brasil-se-aproxima-de-vizinhos-em-floripa?referencia=minuto-a-minuto-topo @edison.mariotti #edisonmariotti

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Festival de Cinema de Londres recebe filmes

Estão abertas as inscrições para o 58º BFI – Festival de Cinema de Londres, organizado pelo British Film Institute, no Reino Unido. O evento acontece entre os dias 8 e 19 de outubro, na capital inglesa, e aceita inscrições de curtas e longas-metragens finalizados nos últimos 18 meses.

O prazo de inscrição vai até o dia 13 de junho para curtas-metragens com menos de 40 minutos de duração, e até 20 de junho para longas-metragens.

Os interessados em inscrever seus filmes no festival devem preencher um formulário no site e, ao final do processo, serão redirecionados para uma página onde poderão efetuar o pagamento da taxa de inscrição via PayPal. Após o preenchimento online, o proponente deve enviar pelo correio uma cópia do filme em DVD, acompanhada da confirmação da inscrição e do comprovante do pagamento da taxa, do título original e em inglês do filme, nome do diretor, país de produção, duração do filme, uma breve sinopse e informações de contato. Também é oferecida como opção a disponibilização de um link protegido por senha para a visualização do filme porstreaming.

O regulamento completo e mais informações estão disponíveis no site www.bfi.org.uk/lff.

O BFI – Festival de Cinema de Londres é um dos festivais contemplados pelo Programa de Apoio à Participação de Filmes Brasileiros em Festivais Internacionais e de Projetos de Obras Audiovisuais Brasileiras em Laboratórios e Workshops Internacionais, da Ancine. Filmes brasileiros convidados a fazer parte da Seleção Oficial podem requerer o apoio do tipo A, que contempla a confecção de cópia legendada, o envio de cópia e um auxílio financeiro para promoção do filme no evento.
 
*Com informações do site da Ancine @edisonmariotti #edisonmariotti

Ancine instala sua primeira câmara técnica

Com o objetivo de aferir diagnósticos e discutir possíveis soluções para problemas e situações identificados no processo de digitalização e na distribuição de filmes, a Agência Nacional do Cinema (Ancine) instalou a sua primeira câmara técnica. Os assuntos a serem abordados pelo grupo estão detalhados na Notícia Regulatória que está em consulta pública, que segue até 20 de junho.


 
A escolha dos 13 participantes da câmara considerou o seu conhecimento técnico e representatividade profissional em um dos segmentos do mercado audiovisual – produção, distribuição ou exibição. Assim, foram convocados: Adhemar Oliveira, André Sturm, Eduardo Acuña, Jorge Peregrino, Luiz Alberto Rodrigues, Luiz Severiano Ribeiro Neto, Marcelo Bertini, Márcio Fraccaroli, Marcos Barros, Mariza Leão, Paulo Lui, Patrícia Kamitsujie Rodrigo Saturnino Braga.

A primeira reunião está marcada para o dia 29 de maio, no Rio de Janeiro. Entre os pontos a serem discutidos estão a repercussão dos contratos de VPF sobre as atividades das distribuidoras brasileiras, em especial os pequenos lançamentos, a situação dos pequenos cinemas em relação à digitalização e ao lançamento de filmes, o problema dos grandes lançamentos de filmes estrangeiros concentrados em poucos complexos e a regulação do serviço de envio e entrega de conteúdos por satélite para os cinemas. Nesses temas, a Agência focaliza a preservação da diversidade na oferta de filmes e um ambiente comercial equilibrado no mercado de cinema.
 
*Com informações do site da Ancine @edisonmariotti #edisonmariotti

terça-feira, 20 de maio de 2014

Museu da Imagem e Som realiza oficina de cinema em Arujá

Arujá recebe nesta terça-feira (20) a oficina “Cinema: Arte das transformações”. O evento será realizado no Casarão das Artes das 13h às 17h. Ao todo são 50 vagas. A participação é gratuita.

Para participar é necessário ser maior de 14 anos e fazer a inscrição até as 12h desta terça-feira pelo telefone 4651-1261 ou na Rua Rodrigues Alves, 90, Centro.

A oficina será ministrada pelo professor de história do audiovisual Cassio Starling. O projeto do Museu da Imagem e Som (MIS) tem o objetivo de apresentar ao público as mudanças técnicas do cinema desde sua criação até a atualidade.

A ação faz parte do projeto Ponto MIS, criado pelo Museu da Imagem e Som de São Paulo, que tem por objetivo levar cinema e oficinas audiovisuais a diversas cidades do Estado. Arujá é uma das cem cidades contempladas com a iniciativa.


fonte:http://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2014/05/museu-da-imagem-e-som-realiza-oficina-de-cinema-em-aruja.html @edisonmariotti #edisonmariotti

Projeto leva cinema para escolas públicas do país

Luz, câmera e… educação. O cinema passou a fazer parte da rotina escolar de aproximadamente 5.400 alunos do ensino fundamental e médio de todo o país. Com atividades que trabalham a temática dos direitos humanos a partir dos recursos audiovisuais, o projeto Inventar com a Diferença, promovido pela UFF (Universidade Federal Fluminense) em parceria com a Secretaria Nacional dos Direitos Humanos da Presidência da República, capacita educadores de escolas públicas para trabalhar com vídeo na sala de aula e oferece ferramentas para os próprios alunos produzirem seus conteúdos.




O projeto começou a ser desenvolvido em janeiro deste ano. Durante os meses de janeiro e fevereiro, cerca de 500 professores participaram de uma capacitação. Guiados por mediadores regionais, eles aprenderam noções de audiovisual e receberam o material de apoio do Inventar com a Diferença, que traz propostas de exercícios para serem trabalhados nas oficinas, DVDs com trechos de filmes e dicas de sites com informações complementares e exemplos de exercícios. Após esse processo, em março começaram a ser realizadas as primeiras oficinas nas escolas.




“O cinema é uma ferramenta potente para os direitos humanos porque ele pode dar visibilidade para grupos e sujeitos que não seriam retratados em outros lugares”, contou Isaac Pipano, professor da UFF e um dos idealizadores do projeto. Segundo ele, a partir de elementos do audiovisual, é possível trabalhar com os estudantes formas de olhar para o outro, respeitando as suas singularidades. “É nesse lugar da diferença que a gente vê a possibilidade de valorizar os direitos humanos”, pontuou, ao fazer menção ao nome da iniciativa.




As atividades são desenvolvidas pelos estudantes a partir de pequenos exercícios, que, segundo Pipano, ajudam a desencadear processos de aproximação com o outro. Em um dos primeiros exercícios, os alunos precisam fazer um vídeo de um minuto em um plano fixo, captando o espaço a sua frente de forma semelhante às imagens feitas pelos Irmãos Lumièr, consideradas o marco inicial da história cinema. Em outras atividades, por exemplo, eles são estimulados a filmar pessoas desconhecidas com o objetivo de se aproximar do outro. De acordo com Pipano, o desenvolvimento dessas atividades ajuda os alunos a aumentarem a sua percepção do ambiente escolar. “O modo como eu percebo os espaços são formas de criar outros mundos.”




Para José Augusto Ribeiro, mediador do projeto na cidade de Bauru, muitos professores já possuem o hábito de passar filmes na sala de aula para trabalhar alguns conteúdos curriculares. No entanto, eles ainda não oferecem a possiblidade de os estudantes vivenciarem o outro lado do cinema, podendo desenvolver atividades práticas. “Apesar de os professores utilizarem o cinema como uma ferramenta pedagógica, eles ainda não têm o conhecimento de todos os recursos que podem utilizar”, afirmou.




Mais do que possuir uma câmera, um microfone ou um computador, o essencial para que o projeto aconteça é o engajamento de professores e alunos. Segundo Pipano, dentro desse contexto, o educador não deve trabalhar como aquele que leva o conhecimento, mas como aquele que propõe formas para os alunos refletirem. “É possível que a gente crie condições de igualdade para que os alunos e professores possam chegar ao conhecimento juntos”, contou Pipano, ao afirmar que o audiovisual oferece a possibilidades para ambos descobrirem juntos.

Na escola estadual Iracema de Castro Amarante, 34 alunos da oitava série estão participando do projeto. Segundo o professor de geografia Adalberto Caracho, a experiência tem motivado os estudantes. “Eu percebo que eles estão cada vez mais empolgados e o projeto traz resultados positivos”, contou, ao afirmar que os alunos já estavam acostumados a utilizar a câmera de seus aparelhos celulares, porém ainda não tinham tido a oportunidade de criar com equipamentos diferenciados.

O interesse do professor em participar do projeto surgiu por conta do seu envolvimento com o audiovisual. Além de dar aulas de geografia para turmas do ensino fundamental, ele também ministra aulas de fotografia fora da escola. “Sempre tive interesse por cinema e já costumava passar filmes para os alunos durante as minhas aulas para trabalhar conceitos da matéria, porém nunca tinha desenvolvido nenhuma atividade que os próprio alunos pudessem produzir”, contou. Segundo ele, ao trabalhar audiovisual com os alunos também é possível aumentar a percepção do espaço geográfico.

fonte:http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2014/05/19/projeto-leva-cinema-para-escolas-publicas-do-pais/ @edisonmariotti #edisonmariotti

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Workshop com o cineasta - ŽELIMIR ŽILNIK em 27.05 qui MEU MÉTODO CINEMATOGRÁFICO. - Vantagens e desvantagens da produção de baixo orçamento;

Auditório A do Departamento de Cinema, Radio e Televisão
 
28 e 29 de maio, às 14h00  Prédio 4 da ECA-USP
 
* A oficina será ministrada em lingua inglesa e não contará com tradução simultânea.

Em parceria com o LAICA – Laboratório de Investigação e Crítica Audiovisual e com o Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da Escola de Comunicações e Artes da USP, o CINUSP Paulo Emílio oferece nos dias 28 e 29 de maio, das 14h00 às 17h00, no Auditório A do Prédio 4 da Escola de Comunicações e Artes da USP, a oficina * Hoje, Karl Marx Twittaria e Jesus Usaria o Youtube, será ministrada pelo cineasta sérvio Želimir Žilnik. Integrando a mostra ŽELIMIR ŽILNIK E A BLACK WAVE IUGOSLAVA, o evento tem por objetivo apresentar aos estudantes e interessados alguns aspectos da filmografia e dos procedimentos desse importante diretor.


Cineasta sérvio representativo do movimento cinematográfico conhecido como a Onda Negra iugoslava – Black Wave ou Crni Film no idioma original –, Želimir Žilnik continua em atividade com seu cinema polêmico e politicamente engajado. Com uma carreira internacional que abrange filmes de ficção e documentários premiados, tanto no cinema quanto na televisão, Žilnik desembarca no Brasil para uma série de palestras e um workshop. O cineasta pretende discutir o trabalho do diretor cinematográfico e as opções estéticas em filmes autorais e de baixo orçamento, problematizando o cinema independente de ontem e de hoje. Tópicos como o recurso ao docudrama (documentário dramatizado), o trabalho com atores não-profissionais e o papel do cinema na memória das nações estarão entre os assuntos abordados pelo cineasta - cuja obra mais recente tem sido sensível à agenda política e econômica contemporânea, com foco sobre questões de identidade nacional e cidadania na Europa pós-Muro de Berlim. No workshop, Žilnik vai demonstrar e examinar seu método de realização cinematográfica, com base em sua longa experiência internacional no cinema e na TV.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO (por Želimir Žilnik) :

28.05 qua MEU CREDO CINEMATOGRÁFICO.

Por que acredito que o cinema (e o vídeo) nos aproxima e nos faz compreender melhor as relações sociais?
Por que penso que o ser humano precisar levantar sua voz e defender a expressão de sua própria verdade e personalidade?
Falarei sobre a natureza inerentemente subversiva da mensagem cinematográfica, e de como os documentários cinematográficos estão se tornando uma importante e poderosa fonte sobre o nosso passado histórico e social.
Pretendo retomar minhas experiências de trabalho em três períodos históricos controversos: durante o socialismo de Estado, durante a guerra civil e no pós-comunismo.
Exibição de excertos dos filmes Early Works, Marble Ass e The Old School Capitalism.

27.05 qui MEU MÉTODO CINEMATOGRÁFICO.

Falarei sobre:

· Vantagens e desvantagens da produção de baixo orçamento;

· Método de docficção (docudrama);

· Motivos, vantagens, riscos da produção, preparação, escolha de atores não-profissionais;

· A importância da experiência com curtas e filmes documentários no processo de aprendizagem;

· Como escolher o tópico, fazer pesquisas, decidir a forma do filme;

· Qual é o papel do diretor de cinema;

· Como gerenciar a organização da equipe em dois times, um na frente e um atrás das câmeras.





PALESTRANTE:



Želimir Žilnik (nascido em Niš em 1942; atualmente vive e trabalha em Novi Sad) escreveu e dirigiu diversos filmes de ficção e documentários que acumularam vários prêmios em festivais nacionais e internacionais, inclusive no Festival de Cinema de Berlim. Žilnik é reconhecido como o criador do gênero "docudrama" e desde o início, seus filmes focaram em questões contemporâneas, tratando de assuntos sociais, políticos e econômicos da vida cotidiana.
   
"Hoje, Karl Marx twittaria e Jesus usaria o YouTube" 

oficina gratuita, disponibilidade de vagas sujeita à lotação da sala.
para inscrição, enviar email com nome, telefone e unidade para cinusp@usp.br
Local do curso: Escola de Comunicações e Artes
CTR – Departamento de Cinema, Rádio e TV
Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443, Prédio 4
Cidade Universitária – São Paulo – SP
Auditório A – 60 lugares
entrada franca
informações: 11-3091-3540

Painel em Cannes pede quotas para mulheres no cinema

Quotas de filmes baseados no género dos realizadores são a única maneira de elevar a posição das mulheres na indústria do cinema. Este foi o sentimento geral que saiu de Girls Just Wanna Have Film!, um workshop realizado ontem em Cannes e organizado pelo European Audiovisual Observatory (EAO).

Em cima da mesa estiveram três estudos sobre a presença feminina na indústria do cinema e toda a discussão tornou-se mais pertinente após as palavras de Jane Campion, presidente do júri da competição à Palma de Ouro, que afirmou que existe sexismo na indústria.

De acordo com os estudos divulgados pela EAO, apenas 16,1% dos 9.349 filmes europeus lançados no velho continente foram assinados por mulheres. Esses filmes representaram 8,7% dos resultados nas bilheteiras. Um outro estudo do British Film Institute (BFI) chegou à conclusão que nas produções independentes no Reino Unido, entre 2010 e 2012, 37% das obras eram escritas por mulheres, mas apenas 18% tinham uma realizadora. Finalmente, o Centre National du Cinéma (CNC) divulgou que em França, 25% das primeiras obras eram realizadas por mulheres, subindo para 33% esse valor no que toca a segundas obras.

«Eu nunca fui um defensor das quotas, mas depois de ouvir estes números, estou a começar a pensar que faz sentido», disse o produtor italiano Tilde Corsi de R & C Produções. Nik Powell, diretor do Britain's National Film and Television School, defende que também não defende as quotas per se, mas que se deviam destinar mais fundos específicos para as minorias e para as mulheres, que não são propriamente um grupo minoritário, mas têm pouca representação na indústria.

fonte:http://www.c7nema.net/producao/item/41686-painel-em-cannes-pede-quotas-especificas-para-mulheres-na-industria-do-cinema.html#sthash.myO1jiJd.dpuf

Quotas de filmes baseados no género dos realizadores são a única maneira de elevar a posição das mulheres na indústria do cinema. Este foi o sentimento geral que saiu de Girls Just Wanna Have Film!, um workshop realizado ontem em Cannes e organizado pelo European Audiovisual Observatory (EAO).

Em cima da mesa estiveram três estudos sobre a presença feminina na indústria do cinema e toda a discussão tornou-se mais pertinente após as palavras de Jane Campion, presidente do júri da competição à Palma de Ouro, que afirmou que existe sexismo na indústria.

De acordo com os estudos divulgados pela EAO, apenas 16,1% dos 9.349 filmes europeus lançados no velho continente foram assinados por mulheres. Esses filmes representaram 8,7% dos resultados nas bilheteiras. Um outro estudo do British Film Institute (BFI) chegou à conclusão que nas produções independentes no Reino Unido, entre 2010 e 2012, 37% das obras eram escritas por mulheres, mas apenas 18% tinham uma realizadora. Finalmente, o Centre National du Cinéma (CNC) divulgou que em França, 25% das primeiras obras eram realizadas por mulheres, subindo para 33% esse valor no que toca a segundas obras.

«Eu nunca fui um defensor das quotas, mas depois de ouvir estes números, estou a começar a pensar que faz sentido», disse o produtor italiano Tilde Corsi de R & C Produções. Nik Powell, diretor do Britain's National Film and Television School, defende que também não defende as quotas per se, mas que se deviam destinar mais fundos específicos para as minorias e para as mulheres, que não são propriamente um grupo minoritário, mas têm pouca representação na indústria.
- See more at: http://www.c7nema.net/producao/item/41686-painel-em-cannes-pede-quotas-especificas-para-mulheres-na-industria-do-cinema.html#sthash.myO1jiJd.dpuf
Quotas de filmes baseados no género dos realizadores são a única maneira de elevar a posição das mulheres na indústria do cinema. Este foi o sentimento geral que saiu de Girls Just Wanna Have Film!, um workshop realizado ontem em Cannes e organizado pelo European Audiovisual Observatory (EAO).

Em cima da mesa estiveram três estudos sobre a presença feminina na indústria do cinema e toda a discussão tornou-se mais pertinente após as palavras de Jane Campion, presidente do júri da competição à Palma de Ouro, que afirmou que existe sexismo na indústria.

De acordo com os estudos divulgados pela EAO, apenas 16,1% dos 9.349 filmes europeus lançados no velho continente foram assinados por mulheres. Esses filmes representaram 8,7% dos resultados nas bilheteiras. Um outro estudo do British Film Institute (BFI) chegou à conclusão que nas produções independentes no Reino Unido, entre 2010 e 2012, 37% das obras eram escritas por mulheres, mas apenas 18% tinham uma realizadora. Finalmente, o Centre National du Cinéma (CNC) divulgou que em França, 25% das primeiras obras eram realizadas por mulheres, subindo para 33% esse valor no que toca a segundas obras.

«Eu nunca fui um defensor das quotas, mas depois de ouvir estes números, estou a começar a pensar que faz sentido», disse o produtor italiano Tilde Corsi de R & C Produções. Nik Powell, diretor do Britain's National Film and Television School, defende que também não defende as quotas per se, mas que se deviam destinar mais fundos específicos para as minorias e para as mulheres, que não são propriamente um grupo minoritário, mas têm pouca representação na indústria.
- See more at: http://www.c7nema.net/producao/item/41686-painel-em-cannes-pede-quotas-especificas-para-mulheres-na-industria-do-cinema.html#sthash.myO1jiJd.dpuf

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Carla Camurati avalia os rumos do cinema brasileiro

Sem Embrafilme (extinta em 1990) e Lei do Audiovisual (criada em 1993), os primeiros anos da década de 1990 passaram, para a cinematografia nacional, quase em branco. Até mesmo os mais tradicionais festivais de cinema tiveram que se adaptar à quase inexistência de uma produção efetiva de filmes brasileiros. Gramado, até então um dos mais populares, abriu em 1992 sua programação para longas-metragens de origem latina. Nos três anos seguintes, todos os filmes vencedores eram estrangeiros. Pois nesse cenário nada animador, Carla Camurati, então uma atriz de prestígio no meio noveleiro, resolveu remar contra a corrente.


'Eu me divirto com todas as artes, seja produzindo, dirigindo ou cuidando da gestão de um bem como o Teatro Municipal' - Carla Camurati, atriz e cineasta (Marcos de Paula/AE)
"Eu me divirto com todas as artes, seja produzindo, dirigindo ou cuidando da gestão de um bem como o Teatro Municipal" - Carla Camurati, atriz e cineasta


Ainda que seu filme de estreia, Carlota Joaquina – Princesa do Brazil, tenha chegado aos cinemas em janeiro 1995, quando já havia uma regulação para a produção cinematográfica, foram três longos anos para que ele ficasse pronto. Diretora estreante, ela largou tudo para se dedicar ao projeto. Hoje, duas décadas mais tarde, Carla define de forma singular o processo de produção. “Carlota foi filmado em sete semanas ao longo de oito meses, pois eu só conseguia trabalhar uma semana em cada mês.”

Bem, não foi realmente assim, mas também não muito diferente. O projeto teve início em 1992; no ano seguinte, foram realizadas as filmagens – primeiro, duas semanas, mais tarde, outras três e, no final, uma semana a cada mês –; e, em 1994, o filme foi montado. Vinte anos atrás, com pouco dinheiro e experiência, Carla se virou como podia. “Na realidade, o filme se reinventou dentro dele mesmo. Tudo era refeito”, conta ela. Filme-marco da chamada retomada do cinema nacional, Carlota Joaquina, que mostra a chegada da corte portuguesa no Brasil de maneira farsesca, levou 1,4 milhão de espectadores aos cinemas.

O longa-metragem, que tinha apenas 40 cópias e orçamento de R$ 600 mil, ficou em cartaz no país durante 11 meses. Era outro tempo, tanto por isso os números são tão diferentes dos atuais. Até agora, o filme mais visto no Brasil em 2014, Noé, blockbuster de orçamento de US$ 125 milhões, está na sétima semana em cartaz e o número de sessões vem diminuindo rapidamente. Não é uma questão de comparar, mas de mostrar o quanto o cinema mudou em 20 anos. “O mercado hoje é volátil e Carlota fez história porque atingiu um patamar que o cinema brasileiro não atingia há algum tempo. Hoje, o país olha mais para o audiovisual, o parque exibidor é muito maior, existe a agência reguladora da atividade (Ancine)”, comenta Carla.

Os processos de produção, distribuição e lançamento mudaram, mas há questões que permanecem. “Sempre acho que as pessoas se interessam pela história do nosso país. A experiência me diz isso, a vida mostrou que dá certo. E quando se traceja a história de um país, vendo o DNA do que ele veio a ser, compreendemos uma série de coisas”, afirma Carla. Ainda que o discurso possa ser utilizado para a sua experiência na direção de Carlota, ela está falando, aqui, de outro filme, Getúlio, dirigido pelo marido, João Jardim, e produzido pela Copacabana Filmes, empresa que a própria Carla fundou justamente na época em que estava dirigindo seu primeiro longa-metragem.

Em Belo Horizonte, Getúlio, que mostra os 19 dias que antecederam o suicídio do presidente Getúlio Vargas, em agosto de 1954, entrou na segunda semana em cartaz com o mesmo número de salas da estreia. Resultado que espelha a boa acolhida que o filme vem tendo, mesmo lutando num esquema de Davi e Golias (estreou no mesmo dia que o blockbuster O espetacular Homem-Aranha 2). No primeiro fim de semana, foi visto por 155 mil pessoas. Carla só tem a comemorar. “Quando o filme acaba, ele está sendo muito aplaudido, acho que também pela dimensão que as pessoas estão tendo agora do que foi aquele momento para o Brasil. E a questão é que não se mergulha dramaturgicamente na história do Brasil.”

O fato de Getúlio estar caminhando bem na bilheteria é ainda mais aplaudido, porque o cinema brasileiro, nos últimos anos, vem sofrendo com a ditadura da comédia descartável. “Tanto diretores quanto produtores são vítimas de uma situação. O que se precisa entender é que para levantar uma atividade, você tem que fazer isso como um todo. Quando se fala na produção de cinema, seja o americano ou o indiano, que manipulam grandes quantidades de pessoas, fala-se numa indústria que investe em todos os gêneros. Você tem cinema-catástrofe, suspense, musical, drama, ou seja, há uma cartela enorme de possibilidades para o público. O que não se pode é determinar qual prateleira é que vai dar certo.” Por experiência própria, Carla sabe que isso realmente acontece. É só saber fazer.

“Nunca digo nunca”

Depois de Carlota Joaquina, Carla Camurati dirigiu outros três longas-metragens: La serva padrona (1999), o primeiro filme-ópera do país; Copacabana (2001), comédia dramática sobre o envelhecimento; e Irma Vap – O retorno (2006), comédia inspirada nos personagens do teatro. Há oito anos sem dirigir e mais de 10 sem atuar, Carla não volta tão cedo a essas atividades. Desde 2007, é presidente da Fundação Teatro Municipal do Rio de Janeiro, cargo em que permanece até o fim deste ano. Num futuro próximo, já tem convites para assumir atividades que também não têm relação com o cinema.

“O teatro é a parte que a gente mais vê, mas nos últimos sete anos assumi uma fundação que tem escola de balé e três corpos artísticos. Quando entrei, não só a parte física estava muito ruim (foi sob a administração de Carla que o Municipal sofreu sua ampla reforma e restauração), mas os salários defasados, contratos desatualizados. Então foi feito um trabalho de gestão grande e não dá para dirigir um filme fazendo tudo isso”, diz ela. Se a função de diretora não permite outras atividades, já como produtora a carga não é tão pesada.

Além de Getúlio, Carla, na Copacabana Filmes, produziu ou distribuiu filmes como Amor? e Janela da alma (ambos de João Jardim), Feminices (de Domingos Oliveira), entre outros. Ainda criou o Festival Internacional de Cinema Infantil (Fici), que no segundo semestre ganha sua 12ª edição. “Eu me divirto em todas as artes, seja produzindo, dirigindo ou cuidando da gestão de um bem como o Teatro Municipal. E quando falo em diversão, é no sentido do prazer mesmo, de dedicar seu tempo e sua vida a uma atividade.” Atriz que na década de 1980 teve seu momento de musa, Carla, aos 53 anos, fala que pode voltar a atuar. “Venho recebendo convites ao longo dos anos para atuar, mas eram coisas que me fariam parar de fazer atividades que eu tinha que continuar. Não tenho uma atitude de dizer nunca mais, não abandonei nada”, finaliza.
 
fonte:http://divirta-se.uai.com.br/app/noticia/cinema/2014/05/11/noticia_cinema,154518/ela-faz-historia.shtml  - @edisonmariotti - #edisonmariotti

Charlie Chaplin vai mesmo ter um museu na Suíça – com 3D e tudo

Arrancaram finalmente as obras de adaptação da propriedade onde o cineasta passou os últimos 25 anos da sua vida.



A mansão de Corsier-sur-Vevey onde Chaplin viveu está finalmente em obras FABRICE COFFRINI/AFP 


Em 1977, quando Charlie Chaplin morreu numa manhã de Natal, a sua propriedade de Manoir de Ban, na Riviera suíça – para onde se mudara com a mulher, Oona, em Janeiro de 1953, fugindo à Caça às Bruxas do senador McCarthy –, ainda se mantinha fiel à opulência original. Entretanto, essa casa do século XVIII onde o cineasta passou os últimos 25 anos da sua vida (e onde, segundo o seu filho Mickael, “foi extraordinariamente feliz a comer os vegetais do seu próprio jardim: espargos, ervilhas, alface, mas sobretudo os morangos”) entrou num declínio que parece finalmente ter sido interrompido na última quarta-feira, quando as primeiras retroescavadoras ali entraram para iniciar as obras de instalação de um novo museu, o Chaplin’s World – The Modern Times Museum, com abertura prevista para a Primavera de 2016.

Um investimento de mais de 50 milhões de francos suíços (cerca de 41 milhões de euros) permitirá a reconversão da propriedade de 14 hectares num complexo (museu, centro de interpretação e parque temático) equipado com “as mais sofisticadas tecnologias de comunicação interactiva e virtual” – 3D e tudo.

Além do restauro da mansão onde Chaplin viveu com a família em Corsier-sur-Vevey, o projecto do arquitecto suíço Philippe Meyler inclui a construção de uma nave para exposições onde se recriarão a vida e a obra de uma das figuras mais extraordinárias do século XX.

Depois de 14 anos de estudos prévios e disputas judiciais com um vizinho, estão finalmente reunidas as condições para que o projecto de duas empresas – a suíça ARCO Architecture e a canadiana Expérience International – possa avançar, com o apoio dos herdeiros de Chaplin e o mecenato da Nestlé. “Agora está tudo pronto. Temos o financiamento, o líder do projecto, o arquitecto, o designer [François Confino, o mesmo do espectáculo Oceanos e Utopias, da Expo 98] e a luz verde da família”, disse o curador responsável pela museografia, Yves Durand, no arranque das obras, citado pela AP.

“Estamos entusiasmados com o uso de tecnologias multimédia e de realidade virtual, que acreditamos poderem criar uma forma mais mágica e imediata de levar as crianças à descoberta da interacção entre luz e sombra que é tão característica do meu pai”, declarou por sua vez Mickael Chaplin. 
#edisonmariotti
 

Fonte:http://www.publico.pt/cultura/noticia/charlie-chaplin-vai-mesmo-ter-um-museu-na-suica-com-3d-e-tudo-1635499

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Short film movie "bitter coffee" banality - (6.52 min)

Direction and screenplay: Leo Mendes
Directing photography: Regis Waven
Production: Adalberto Santana, Edison Mariotti, Phillip Banks
A
ctors: Adalberto Santana, Karlene Bianca
Based on an original story: David Melo


https://www.youtube.com/watch?v=aITOdNdMbZI




Made in Brazil Entertainment
https://www.facebook.com/MadeInBrazilEntertainment
Short film movie  "bitter coffee" banality - (6.52 min)

terça-feira, 6 de maio de 2014

A questão da língua portuguesa, segundo ele, é fator que limita a internacionalização do cinema brasileiro.

Público recorde marca Ciclo de Cinema Árabe no Rio de Janeiro

Um público participativo e atento às nuances da indústria no cinema nos países árabes e possíveis parcerias com a América Latina – tema do debate de encerramento -, segundo o curador do ciclo, diretor cultural do ICArabe e curador da Mostra Mundo Árabe de Cinema, promovida pelo Instituto, Geraldo Adriano Godoy de Campos. O Ciclo foi promovido em parceria com a Cine Fértil, que promove o LAIFF - Festival Latino Americano de Cine Árabe, na Argentina, e com o Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FCC-UFRJ).


Curador e debatedor do Ciclo, o diretor do ICArabe ressaltou as sessões lotadas, o que mostra que existe um público cada vez maior para o cinema árabe, uma vez que isso é oferecido para a população, um cenário promissor para uma maior participação da Mostra Mundo Árabe de Cinema na cidade. “Este ano a Mostra vem maior e com mais força ainda para o Rio de Janeiro. No ano passado levamos a cineasta egípcia Hanan Abdalla e foi um sucesso. A Mostra começa a se consolidar no Rio de Janeiro”, comentou sobre a 9ª edição da Mostra, que acontecerá no segundo semestre.

Ele pontuou ainda que o papel do ICArabe, cada vez menos limitado a São Paulo. “Temos atuado nacionalmente em parcerias com diferentes instituições: universidades, grupos, governo, ONGs. Temos diversificado os nossos parceiros e também os locais de atuação. É cada vez maior a quantidade de pedidos que chega para colaborarmos”, disse. O evento do Rio de Janeiro nasceu da parceria com a Cine Fértil, que promove o LAIFF - Festival Latino Americano de Cine Árabe, na Argentina, e com o Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FCC-UFRJ).

O ICArabe começa a se apresentar não somente como o organizador de mostras de cinema, mas também como ator regional que atua internacionalmente. No ano passado, por exemplo, Godoy de Campos esteve no Festival Internacional de Cinema de Dubai e este ano irá para o Festival de Cannes (de 14 a 25 de maio).

Além de Godoy de Campos, a mesa contou com a participação de Eduardo Valente (cineasta e assessor internacional da Ancine), Edgardo Alberto Bechara (diretor executivo da Cine Fértil e idealizador da LAIFF – LatinArab Film Festival) e Christian Lionel Mouroux (diretor artístico do LatinArab).

No evento, Godoy de Campos falou da história da Mostra Mundo Árabe de Cinema e fez um paralelo entre o cinema árabe e o latino-americano. Também discorreu sobre a importância da participação da mulher na direção de filmes árabes. No mundo árabe, segundo ele, é onde a presença feminina, dentro do cenário cinematográfico, se faz cada vez mais forte.

Ele também destacou a participação do Egito em produções de cinema como país pioneiro no mundo árabe, que "na virada do século XIX para o XX já fazia exibições cinematográficas e que até hoje tem um volume interessante de filmes".

Ao representante da Ancine na mesa, Eduardo Valente, coube falar sobre o papel do cinema nas relações sul-sul em relação às disputas por significados. Mostrou que a Argentina é o principal e mais constante parceiro do Brasil no contexto cinematográfico e destacou a importância de iniciativas que emergem da sociedade civil, como a parceria entre o ICArabe e a Cine fértil.

Sobre a internacionalização da indústria cinematográfica atual, Valente afirmou que a Ancine vem focando em coproduções. A questão da língua portuguesa, segundo ele, é fator que limita a internacionalização do cinema brasileiro. Mesmo assim o País vem explorando novas parceiras e novas coproduções e financiando filmes com países como Argentina, França e Líbano. Ele apontou que o Brasil, hoje, investe cerca US$ 1 milhão por ano em coproduções.

O diretor executivo da Cine Fértil, Edgardo Bechara, apresentou os potenciais geopolíticos que o cinema carrega. E Christian Lionel Mouroux, diretor artístico do LatinArab falou sobre o banco de projetos latino-árabe do Cine Fértil, que apoia tanto diretores como filmes com temáticas ou rodados em países árabes. O banco de projetos conta com o apoio do ICArabe, que vem trabalhando fortemente em conjunto com essa iniciativa. 

 
fonte:http://www.icarabe.org/noticias/publico-recorde-marca-ciclo-de-cinema-arabe-no-rio-de-janeiro