Cineastas pediram hoje (29) maior participação de produções independentes na grade da TV brasileira. O tema foi discutido durante o seminário Novas Perspectivas do Cinema e do Audiovisual brasileiro, no 44º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
O produtor executivo da Conspiração Filmes, Luis Antônio Silveira, avaliou que os canais brasileiros têm qualidade e competência para produção in house, mas que o aumento da participação de produções independentes nas grades é inevitável. “É, inclusive, mais barato para as emissoras”, explicou.
Para o presidente da Associação Brasileira de Emissoras Públicas (Abepec), Pola Ribeiro, é preciso aumentar a diversidade das grades dos canais de televisão brasileiros por meio da inclusão do cinema, mas com o desafio de sustentar uma boa audiência.
O cineasta e diretor do Canal Brasil, Paulo Mendonça, lembrou que a emissora é um exemplo de veículo que se sustenta com produções independentes e que, por meio dessa estratégia, já atingiu um certo nível de visibilidade. Ele citou, entretanto, dificuldades de sobrevivência em meio aos demais canais. “Me surpreende que um conteúdo rico como o brasileiro não tenha encontrado espaço de distribuição”. A diretora-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Tereza Cruvinel, avaliou a parceria da TV pública com o cinema brasileiro como estratégica e destacou que a TV Brasil deve bater a marca de 40% da grade com produção independente. O diretor-geral de Produção da TV Brasil, Rogério Brandão, referiu-se ao cinema brasileiro como um forte conteúdo de entretenimento e informação, mas ainda pouco utilizado por veículos televisivos no país. “A TV Brasil vai completar quatro anos. Consolidou-se, tem crescido e feito o seu papel institucional como parceira da produção independente. Percebemos um amadurecimento do produtor para se adaptar às necessidades da televisão e ao seu público”, disse. “O futuro da TV Brasil é promissor, mas depende da parceria com a produção independente”, concluiu. Durante o debate, o ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, defendeu uma relação mais forte com o cinema brasileiro. “Não há volta para as mudanças que começaram no Brasil, mas elas precisam chegar mais rápido à cultura e ao cinema”, ressaltou. “O Plano de Aceleração do Crescimento precisa chegar no cinema e na cultura.”
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