O terceiro longa de Wolney Oliveira levou o III Prêmio Coral e mais um prêmio paralelo no 33º Festival Internacional do Novo Cinema Latino-americano de Havana, encerrado na semana passada, em Cuba
O filme "Os últimos cangaceiros", do cineasta Wolney Oliveira, segue sua carreira vitoriosa em festivais mundo afora. O longa recebeu dois prêmios no 33º Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano de Havana, realizado entre os últimos dias 1º e 11, em Cuba. A produção, que concorreu com outros 28 filmes de diversas nacionalidades, levou as categorias III Prêmio Coral e o Prêmio Cibervoto do Portal do Cinema e Audiovisual Latino-Americano e Caribenho da Fundação do Novo Cinema Latino-americano. "Em novembro passado, já havíamos ganhado uma ´Menção Honrosa Especial do Júri´ no 8º Amazonas Film Festival, em Manaus, onde éramos o único documentário competindo com sete ficções", lembra Wolney.
Confira o trailer de 'Os últimos cangaceiros'
"Os últimos cangaceiros" foi exibido pela primeira vez, em junho deste ano, durante o Cine Ceará. O filme, aliás, foi viabilizado com recursos do 6º Prêmio Ceará de Cinema e Vídeo (2006), do Governo do Estado do Ceará; e pela Agência Nacional de Cinema (Ancine), através do Fundo Setorial do Audiovisual/FINEP, além de patrocínio de mecenato das empresas Coelce, BNB, BNDES e Transpetro.
Enquanto negocia a participação em outros festivais, Wolney antecipa que a produção já tem distribuição comercial nacional garantida para o segundo semestre de 2012 pela distribuidora Imovision, de São Paulo. Portanto o grande público poderá ver o filme nos cinemas em 2012. "A princípio, serão 10 salas, incluindo Fortaleza. O aumento desse número depende da bilheteria", avalia.
Ele afirma que, atualmente, um documentário que atinge a marca de 15 mil espectadores pode ser considerado um grande sucesso. De acordo com o cineasta, porém, o êxito comercial de um filme depende de três fatores. O primeiro deles, explica, é que seja bom. "E o nosso, pelo que temos lido e ouvido da crítica especializada preenche este requisito". O segundo fator é se o filme é ficção ou documentário. Para Wolney, o primeiro tipo leva vantagem. O último fator, ressalta, é a verba disponível para o lançamento. "Para se fazer uma campanha digna é preciso, no mínimo, de cerca de R$ 400 mil. Estamos em processo de captação destes recursos".
Apesar da temática bastante regional - o roteiro é baseado na história dos ex-cangaceiros do bando de Lampião, Moreno e Durvinha -, Wolney aposta que o longa irá despertar a atenção do público em todo o Brasil. "No Nordeste, já é esperado que o interesse seja maior, mas o cangaço é um tema que interessa ao mundo inteiro", defende.
Wolney Oliveira destaca a importância dos investimentos públicos em audiovisual. Ele revela que a qualidade do cinema cearense tem provado que o investimento que o Governo do Estado destina ao mesmo compensa, e deve ser incrementado, não só pela possibilidade de geração de empregos mas, em especial, pelos recursos que o cinema tem injetado na economia local, recursos de prêmios nacionais do Ministério da Cultura e da Ancine e captados na iniciativa privada pelas leis Rouanet e do Audiovisual. Os valores somados, nos últimos cinco anos, injetados na economia cearense, conta Wolney, chegam a mais de R$ 10 milhões. "Por isso, achamos de fundamental importância, o fato de um nome, como o de Roberto Smith, ter assumido a Adece (Agência de Desenvolvimento do Ceará). O audiovisual brasileiro, através da Lei 12.485/2011 terá, em 2012, R$ 400 milhões de recursos adicionais para produção audiovisual. Deste valor, obrigatoriamente, pela referida lei, 30% devem ser gastos nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste, o que implica, no mínimo, que o Nordeste terá à disposição R$ 40 milhões para a produção audiovisual e o estado que estiver melhor estruturado e organizado terá mais chances de utilizar esses recursos", acrescenta.
fonte:
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1083903
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