Um passo importante foi dado em setembro passado, quando o município assinou um acordo de cooperação federativa com Governo Federal e Ministério da Cultura, de adesão ao Sistema Nacional da Cultura (SNC).
De acordo com a secretária, esse acordo estabelece compromissos, como a criação de um conselho de cultura com representação da sociedade civil e de câmaras setoriais, que vão discutir as politicas públicas dos vários segmentos do audiovisual. Outra ação divulgada por ela é o Plano Municipal de Cultura, que irá pensar ações para a cidade nos próximos dez anos. "Isso vai tornar a politica permanente".
Também está previsto a criação de um fundo municipal de incentivo, alinhado a fundos estaduais e ao nacional. "Adesão permite repasse de fundo a fundo e por meio de politicas de incentivo, como já vinha acontecendo", diz. Segundo ela, Paulínia produziu 42 filmes, desde a inauguração em 2009, 27 deles incentivados.
No cronograma de atividades, a prioridade será retomar os cursos de curta duração. "Estamos sondando formação rápida e técnica com objetivo de absorção imediata no mercado de trabalho", diz. Para isso, estão ouvindo produtores, cineastas e profissionais da área, em São Paulo e no Rio.
Outra ação imediata, segundo Monica Trigo, é por para funcionar a escola de animação. "É uma área que está crescendo no Brasil e que carece de mão de obra". Além disso, editais para a produção de longas e curtas, incluindo parcerias com outros países, devem ser lançados nos próximos meses, segundo a secretária.
Fórum dos festivais
A notícia da retomada do polo cinematográfico de Paulínia, e do festival de cinema, considerado sua principal vitrine, foi recebida com festa no Fórum dos Festivais, realizado dentro da programação da 20° edição do Festival de Vitória, na tarde desta sexta, 1. A entidade que reúne os principais eventos audiovisuais brasileiros, realizados no país ou no exterior, elege sua nova diretoria neste sábado, 2.
Paulínia participou pela primeira vez do encontro, que também colocou em discussão o papel dos festivais na formação de público e para a difusão de filmes nacionais. Para a secretária, foi um momento importante no diálogo que a cidade está iniciando com o setor. "Foi um grande acolhimento ao retorno de um grande festival, que em pouco tempo adquiriu uma robustez respeitável", diz.
Hollywood brasileira
Idealizada para ser a "Hollywood brasileira", estima-se que cerca de R$ 490 milhões já tenham sido gastos no polo de Paulínia, desde a década de 1990, quando iniciaram as obras. Os recursos são oriundos dos royalties do petróleo.
Entretanto, um imbróglio político interrompeu as atividades do complexo, que possui estúdios de gravação, teatro, escola, escritório de captação de projetos e um restaurante. O projeto foi criado pelo ex-prefeito, Edson Moura (PMDB), que elegeu o filho Edson Moura Júnior (PMDB), na eleição de 2012, como manobra para escapar da Lei da Ficha Limpa.
Moura disputou a eleição por força de uma liminar a seu favor, mas já havia sido condenado duas vezes pelo Tribunal de Justiça de São Paulo por improbidade administrativa.
Depois de recorrer na justiça, quem acabou ocupando o cargo na ocasião foi o segundo colocado em Paulínia, José Pavan Junior (PSB). Em abril passado, Pavan que já havia abandonado a estrutura do polo e interrompido editais, cancelou o festival de cinema da cidade.
Em julho deste ano, porém, por decisão do TSE, Moura Junior assumiu o cargo e anunciou a intenção de retomar o projeto do polo.
Monica Trigo, secretária municipal de Cultura de Paulínia, anuncia volta do festival na cidade
fonte: FB
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