O projeto Ponto de Cultura Cinema Céu Aberto, que teve início em 2011, leva oficinas que ensinam sobre audiovisual para jovens e adolescentes do ensino médio da rede pública de educação do Distrito Federal, nas cidades de São Sebastião, Paranoá, Sobradinho e Ceilândia.
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O projeto é coordenado pela Tantri Arte e Cultura, em convênio com o programa Cultura Viva do Ministério da Cultura e Secretaria de Cultura do Distrito Federal. A coordenadora do Cinema Céu Aberto, Carina Bini, conta que o projeto surgiu da percepção da necessidade de mão de obra qualificada para a área cinematográfica brasileira. “A ideia é que eles saiam dos três módulos capacitados para o mercado de trabalho, pois terão maturidade e compreensão do processo produtivo suficiente para atender a demanda”, explica Carina.
O curso é gratuito e dividido em três módulos com tempo de duração de um ano e meio. As oficinas contam com aulas práticas e teóricas e são ministradas aos sábados pelo cineasta Rubens Shinkai.
“O mercado está cheio de pessoas com formação acadêmica, mas sem capacidade técnica suficiente”, relata Shinkai. Ele diz que procura, em suas aulas, ensinar todo o processo industrial do cinema, para que o aluno entenda a importância do saber fazer. “A arte só acontece se o processo produtivo for bem feito”, declara.
Para poderem participar do projeto, os alunos de ensino médio passaram por uma seleção, onde concorreram com mais de 400 inscritos. A turma tem 55 alunos e encerra o primeiro módulo em 4 de Agosto.
Victtor Gomes tem 16 anos e trabalha com teatro desde os 13. Ele explica que resolveu fazer o curso, porque, além do aperfeiçoamento profissional queria ter certeza de que essa era a área em que iria concorrer a vagas no vestibular. Além de aprender muito, ele percebeu uma transformação no seu modo de ver. “Antes eu via a câmera como apenas um equipamento de gravação, hoje, eu vejo como um quadro onde eu tenho amplas possibilidades para me expressar.”Ezequiel Souza tem 17 anos e nunca havia se imaginado trabalhando com audiovisual. A experiência, antes despretensiosa, acabou surpreendendo o jovem, e a brincadeira virou paixão. Ele viu o cinema como um meio vasto de comunicação, capaz de quebrar barreiras, transmitir ideias e transformar as pessoas. “Tive a oportunidade de ir à exposição sobre a Índia no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) e me aproximei mais da cultura deles através do cinema”, conta.
Os alunos realizarão uma mostra de cinema, com entrada franca em 17 de agosto, às 19h30, e em 18 de agosto, às 16h, no Cine Club do Centro Educacional 11 de Ceilândia. Além dos filmes que serão selecionados por eles, será exibido os trabalhos realizados nas oficinas ao longo do primeiro módulo.
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