sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Incentivo para o interior



Carlos Segundo está com dois filmes na Mostra de Tiradentes, levantando a discussão sobre a descentralização

Tiradentes. É estranho fazer uma entrevista por telefone quando se tem a oportunidade de se conversar tomando um café, algo cada vez mais raro no jornalismo. Mas quando o assunto foi levantado para Carlos Segundo do outro lado da linha – o diretor estava na ponte aérea –, a conversa fluiu na mesma medida que sua urgência. “Me interessa muito falar sobre a descentralização da produção. Ainda há no programa Filme em Minas uma participação pequena de realizadores contemplados que vivem e trabalham no interior”, explica ele, que no catálogo da Mostra de Cinema de Tiradentes está dividido entre as siglas MG e SP, com o longa exibido na sexta-feira, “Turn OFF”, e o curta “Poeira de Prata no Escuro do Quarto”, em cartaz hoje, às 16h15, na Mostra Panorama, no Cine-Tenda.


Ironicamente, Carlos Segundo está vivendo em São Paulo (onde nasceu). Ele cursa o doutorado em cinema pela Unicamp. “Paralelamente à minha produção, senti a necessidade de mergulhar em atividades acadêmicas. Foi um processo bastante planejado, mas a minha produtora, a Cass Filmes, continua em Uberlândia e não pretendo desativá-la. Talvez criar um braço aqui. Tenho um vínculo forte com Minas: meu primeiro longa de ficção, ‘O Herói Hesitante’, será feito em parte na cidade para fomentar a produção local e como forma de agradecimento a meus grandes amigos”, explica.

Com uma história relativamente recente no cinema, o diretor era, até 2007, professor de matemática. O desejo de trabalhar com arte surgiu após uma temporada na Inglaterra em 2004. Em Uberlândia, ele conheceu a professora de cinema Iara Magalhães e, após um curso na área, rodou o primeiro projeto audiovisual, “26 de Dezembro”. “Descobri minha paixão e decidi que faria ao menos um curta por ano pela minha produtora que, inicialmente, se chamava Etc. Fui contemplado no Doctv, e apenas em 2011 dei uma pausa nos pequenos filmes para realizar meu primeiro documentário, ‘No Fundo Nem Tudo É Memória’”, afirma Segundo, que ministrava cursos e oficinas na cidade do Triângulo Mineiro que, de acordo com ele, tem um desejo e uma vocação para realizar filmes.

“É preciso que haja um olhar mais sensível para o interior. Quando dava essas oficinas, comecei a mostrar resultados do êxito que os filmes podem ter com a participação e premiação em festivais e oficinas. O cinema pode ser produzido em qualquer cidade, especialmente graças ao digital. E essas cidades pequenas são o espelho de possibilidades muito interessantes, de histórias bem particulares”, acredita.

E o cenário vem melhorando com a presença cada vez maior de realizadores em eventos do gênero, e a Mostra de Tiradentes tem um papel muito importante nesse caráter de abertura e criação de módulos que ultrapassem a produção dos grandes centros. “Não é comum o mapeamento dessa produção no interior, mas acredito que podemos contribuir para o audiovisual. Não estamos falando de um cenário vazio, sempre houve uma boa produção em quantidade e qualidade. Uberlândia sempre produziu muitas riquezas para o Estado, e o cinema pode ser uma delas. Como em todos os anos, li com atenção o edital do governo mineiro para o incentivo ao audiovisual. A versão de 2014 se mostra mais sensível e cuidadosa. São modificações que vêm com o tempo”, pondera.
A jornalista viajou a convite da Mostra

fonte:
http://www.otempo.com.br/diversão/magazine/incentivo-para-o-interior-1.781354

Diretor de cinema destaca a importância da sétima arte na Amazônia, em entrevista

De passagem por Manaus, diretor Ruy Guerra, 82, do clássico “Os cafajestes”, fala de cinema na Amazônia e no Brasil, e de alguns dos filmes que dirigiu

O desenvolvimento do setor audiovisual numa cidade passa necessariamente pelo investimento na formação e pelo estímulo à produção cinematográfica local. A opinião é de ninguém menos que Ruy Guerra, 82, um dos nomes-chave do Cinema Novo, que deu novo fôlego à produção cinematográfica brasileira a partir dos anos 1950. “Além de um curso de cinema ou audiovisual, é preciso que haja também fomento à atividade por parte do Governo”, defende o cineasta.



Ruy Guerra é um dos nomes-chaves do Cinema Novo (Lucas Silva)

Guerra, que encerrou ontem uma oficina para alunos do curso de Tecnologia em Produção Audiovisual da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), concedeu entrevista exclusiva à reportagem, na qual fala da produção e do mercado de cinema na Amazônia e no Brasil, e de alguns filmes que dirigiu, entre eles o emblemático “Os cafajestes”, de 1962. Confira!

A seu ver, o que é essencial para o desenvolvimento do segmento audiovisual onde ele ainda é incipiente?

Além de um curso de cinema ou audiovisual, é preciso que haja também fomento à atividade por parte do Governo. Os realizadores precisam ainda de uma base para captar recursos, inclusive de empresas, para desenvolver seus curtas, médias ou longas-metragens. Do contrário, o mercado fica restrito à publicidade e, eventualmente, os profissionais formados num lugar terão de ir a outras cidades em busca de mercados que possam absorvê-los.

O apoio da iniciativa privada é fundamental, ou dá para passar sem ele?

Esse apoio precisa ser instrumentalizado por meio de leis de incentivo fiscal. Não dá para correr de porta em porta.

Como avalia o cinema feito no Brasil hoje?

Há um cinema comercial que é praticamente uma “sequela” da TV, mas que tem que existir e deve existir. E há um outro cinema, que tem preocupação por questões importantes, mas de filmes que sempre têm muita dificuldade de distribuição e exibição. E não há vontade política de mudar isso – as leis são feitas aos trancos, e as estruturas da Ancine (Agência Nacional de Cinema) são muito burocratizadas e com quadros de competência questionável. Isso tudo atravanca o processo de produção no País.

A seu ver, que lugar o cinema feito no País ocupa no mercado internacional?

É sempre difícil avaliar o mercado. Não temos mecanismos de divulgação no exterior, e mesmo nos festivais a representatividade do Brasil é reduzida. Poucos filmes têm impacto para atravessar as fronteiras. Além disso, lá fora se tem uma imagem do que é o Brasil, e os filmes que não se encaixam nela não interessam. Hoje, por exemplo, é a questão da violência urbana; ontem, eram o Carnaval, as belezas naturais.

A Amazônia também costuma atrair o interesse no cenário mundial. O que acha disso, considerando que o segmento ainda é restrito na região?

Sim, a Amazônia é uma marca forte em muitos aspectos – na saúde do planeta, na questão dos índios e por aí vai. Todos se interessam pela região, portanto há um grande potencial de distribuição do que é feito aqui. Mas esse potencial é pouco explorado por não se ter ainda um núcleo de cinema amazônico, e porque é caro para cineastas de outros lugares filmar aqui, por conta da infraestrutura ou das distâncias. Se o Estado apoiasse, seria mais fácil, mas não há apoio. Assim, a Amazônia é pouco vista no cinema, apesar do interesse que suscita.

“Os cafajestes” (1962) é o filme pelo qual você é mais lembrado. O que lembra da produção, e como vê o status que o longa ocupa até hoje na cinematografia brasileira?

Era uma época de transição, em que só se fazia chanchada no Rio de Janeiro e a Veracruz acabara de ser extinta. O filme rompeu o marasmo do momento. É iconoclasta, com propostas novas no cinema, sem falar da temática e da nudez de Norma Bengell. Foi o primeiro grande sucesso do Cinema Novo. Após tantos anos, revi o filme e acho que ele se mantém de pé e segue bastante atual.

Como entrou no projeto?

Foi um projeto que criei ao lado do Miguel Torres, ator e roteirista baiano, e com Jece Valadão, que atuou um pouco no lado da produção. A Norma nem recebia cachê. Formamos uma cooperativa, e fizemos com um dinheiro mínimo para pagar o celuloide.

“Os fuzis” (1964) lhe rendeu um Urso de Prata de Direção em Berlim. O que recorda dessa produção?

Era um projeto que tinha há algum tempo e que adaptei para o Nordeste. Tentei filmar na Grécia, mas a censura não deixou. O projeto era sobre uma aldeia atacada pelos lobos a cada inverno. Os aldeões pediam às autoridades armas para se proteger, mas o pedido era negado por medo de rebeliões. Transformei os lobos da ideia original nos famintos da seca.

Que rumos o cinema nacional seguirá daqui para a frente, na sua visão?

Não tenho ideia. Tudo dependerá da vontade política dos dirigentes, dos próprios cineastas. Hoje se produz tanto quanto há 50 anos, mas seguindo um modelo norte-americano, de espetáculo, de grandes orçamentos. Não sei em que medida os canais fechados darão espaço às novas produções, tanto mais com as séries americanas ocupando toda a programação. E há a chegada do digital, que muda muita coisa. São tantos fatores a considerar que qualquer opinião seria um mero palpite.

Que conselho daria a quem quer seguir carreira no cinema ou no audiovisual?

Não gosto de dar conselhos, pois experiência não se transmite falando. Mas diria uma frase de Jorge Luis Borges (escritor argentino), que dizia, “Seja fiel ao seu imaginário”. Para um cineasta, penso, o mais importante é ter talento e coragem de ser fiel ao seu imaginário.

fonte:
http://acritica.uol.com.br/vida/manaus-amazonas-amazonia-Diretor-cinema-destaca-importancia-Ruy_Guerra-filmes-entrevista_0_1075692450.html

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Cinema e mercado audiovisual em foco no Ciclo de Oficinas da Esat, em Manaus

Programação inicia com debates sobre criação e imaginário cinematográfico. A palestra de abertura contou com a presença do cineasta Ruy Guerra. 

[ i ]


Manaus - O ciclo de oficinas do curso de Tecnologia em Produção audiovisual iniciou, nesta segunda-feira (27), com palestra do cineasta Ruy Guerra sobre a arte de fazer cinema e criação audiovisual. O profissional atualmente faz parte da Escola de Cinema Darcy Ribeiro (ECDR), no Rio de Janeiro, e palestrou ainda sobre as perspectivas do mercado audiovisual para acadêmicos do 3º período do curso.

A oficina contou com a presença de alunos, professores, do reitor da UEA, Cleinaldo Costa, da pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp), Maria Paula Mourão, da pró-reitora de Interiorização (Prai), Samara Menezes, da diretora da Escola Superior de Artes e Turismo (Esat), Cristiane Barroncas e do coordenador do curso de Tecnologia em Produção Audiovisual, Abrahim Baze Jr.

A iniciativa pioneira do curso foi destacada pelo coordenador e por acadêmicos como de grande importância para a formação na área de produção cinematográfica. Segundo Abrahim Baze Jr, a ideia é promover outros ciclos de oficinas com alunos da UEA, por meio de parcerias com instituições como a Academia Internacional de Cinema. “O ideal é que, ao final do curso, os alunos saiam com 18 certificados de formação técnico-profissionalizante. Isso vai dar um diferencial para eles no mercado de trabalho e oferecer a dupla certificação”, afirmou.

Além disso, a proposta de trazer as oficinas com renomados profissionais de fora do estado também foi vista como positiva e desafiadora. “Todo curso tem no seu ementário as atividades complementares e, no nosso caso, optamos pela formação continuada. A proposta principal é que possamos criar primeiro um panorama com os alunos para que eles possam ter uma visão do mercado e da profissão e, a partir daí, colocá-los na prática”, completou. O mercado do cinema também chamou a atenção dos acadêmicos na palestra de Ruy Guerra.

“O cineasta Ruy e outros cineastas da Escola Darcy Ribeiro têm uma expertise em relação ao mercado, boa parte deles não tem formação de graduação. Eles têm notório saber que é, no caso de Ruy Guerra, a produção de 50 anos no mercado audiovisual. Como não podemos tê-los como professores, nós os convidamos para ciclos de palestras para que os alunos possam ter acesso aos professores nacionais”, completou Abrahim.

Na visão do aluno do curso de Produção Audiovisual, Alessandro Natan, a oficina é válida no sentido de agregar conhecimento. “É sempre bom conhecer pessoas que fizeram tal diferença dentro do universo audiovisual. Podemos conhecer melhor como vai ser o nosso futuro e procurar fazer o que virá pela frente. Temos que sair um pouco daquele meio de só ter aulas e fazer algo diferente como ouvir palestras de pessoas de fora, como o Ruy”, disse.

O acadêmico Max Michel também aprovou a ideia das oficinas, ressaltando que iniciativas como essa são importantes para colocar o aprendizado em prática. “São ótimas oficinas e tratam bem sobre o que cada um precisa de formação técnica. Tem muita gente aqui que faz filmes, que dirige, mas precisamos dessa informação. As oficinas vêm justamente para preencher esse vácuo que está faltando que é a parte técnica”, alegou.

Palestra

Técnica foi um dos pontos de destaque da palestra do cineasta Ruy Guerra, com vasta experiência no cinema. Ele ministra a oficina de Direção, no evento que acontece no período de 27 a 29 de janeiro na Esat. “Essa técnica não serve nada sem essa capacidade criadora. Você pode cair na coisa certa através da técnica ou você pode cair no abismo do erro através da loucura”, disse durante a palestra para os alunos no auditório da unidade acadêmica.

O reitor da UEA, Cleinaldo Costa, enalteceu a presença do cineasta pelos trabalhos realizados ao longo da carreira e da diretora da Escola de Cinema, Irene Ferraz. “Quando alguém escolhe essa profissão, tem que casar com ela. Estou feliz de tê-los aqui, no início dessa jornada de melhoria do curso”, destacou. O reitor também lembrou as parcerias que estão sendo feitas para melhorar a qualidade do ensino aos acadêmicos da Escola Superior de Artes e Turismo.

“É um curso que para a UEA é de prioridade número um. A Universidade do Estado do Amazonas vem mais que cobrir essa lacuna, mas ainda abrir oportunidades, cenários e espaços de trabalho para toda essa geração que tem esse anseio. Por essa razão, apoiamos tanto esse curso, até porque a arte é a alma dessa Universidade”, concluiu.

Durante os dias de ciclo de oficinas, também serão oferecidas as oficinas de Fotografia, de Produção, de Captação de Som Direto, de Cenografia e de Roteiro, ministradas por Cesar Elias, Marcela Amaral, Gabriela Damasceno, Marcos Flaksman e Jorge Durán, respectivamente. A Escola de Cinema Darcy Ribeiro entregará certificados com carga horária de 20h para os alunos.
 
fonte:
http://www.d24am.com/plus/cinema/cinema-e-mercado-audiovisual-em-foco-no-ciclo-de-oficinas-da-esat-em-manaus/105140

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

'Diálogos de Cinema' promove cursos sobre produções independentes

Curadores querem fomentar a discussão técnica e ao mesmo tempo ajudar a divulgar curtas ''anônimos''

Pouco dinheiro e a falta de editais não são obstáculos para produzir cinema de qualidade. Apesar das dificuldades, a produção audiovisual brasileira vem crescendo e algumas dessas obras estarão presente no Diálogos de Cinema. Um ciclo de cursos, exibição de curtas e debates dedicado à formação audiovisual e à discussão sobre o cinema brasileiro independente produzido nos anos 2000.

O ciclo é uma produção da Pique-Bandeira Filmes e tem curadoria de Vitor Graize e Maria Inês. “Percebemos uma carência na formação audiovisual no Espírito Santo. Apesar dos recentes cursos superiores na área do audiovisual, ainda há uma falta de conhecimento em questões mais especificas, que é o que queremos abordar nos cursos”, diz Maria Inês.

Toda a programação é gratuita, mas a participação no curso depende de inscrição prévia, já que as vagas são limitadas – apenas 30. As inscrições podem ser feitas no site www.dialogosdecinema.com.br a partir desta segunda-feira (27).

“Queremos promover uma discussão técnica e ao mesmo tempo ajudar na divulgação desses curtas, que muitas vezes ficam com uma circulação restrita”, explica a curadora. Os curtas que serão exibidos foram escolhidos pensando nos convidados que vão ministrar os cursos, muitos deles participaram da produção dos filmes. As sessões comentadas de curtas acontecerão sempre aos sábados, às 19h no Cine Metrópolis.



Para a primeira semana do evento, que começa dia 8 de fevereiro, já foram escolhidas as obras a serem exibidas. O documentário Meninos, da capixaba Ursula Dart vai abrir a programação seguida da estudante de Audiovisual Mariana Preti que vai apresentar o curta Romance a La Nelson e também haverá um produção paraibana, o curta A Felicidade dos Peixes, de Arthus Lins.

Além das sessões de projeção, a programação é composta por um curso dividido em seis módulos. Os cursos acontecem também aos sábados, às 14h, com quatro horas de duração e serão ministrados por profissionais de reconhecido talento em suas áreas de atuação.

Os módulos foram divididos em Produção Executiva, que inicia o evento do dia 8 de fevereiro. O curso é ministrado por Ursula Dart e vai tratar de projetos audiovisuais do ponto de vista da administração do orçamento global envolvendo todas as etapas da pré a pós produção.

Assistência de direção é tema do segundo módulo e será apresentado pela pesquisadora e produtora audiovisual Aline X. Neste curso propõe-se uma dinâmica de troca de experiências para se discutir as particularidades dos métodos de trabalho adotados pelo assistente de direção em cada filme.

O som e a direção de arte também serão abordados durante os módulos. O músico Pedro Aspahan vai discorrer sobre a captação de som direto e os processos de edição e finalização. E o diretor de arte Juliano Dornelles vai explicar a desde a relação entre o roteiro e a arte até a estrutura de projetos cenográficos e pesquisa de materiais.

Os dois módulos que estão entre os mais importantes são Produção de Finalização e Finalização / Masterização. Ambos vão proporcionar aos ouvintes a possibilidade de conhecer melhor os processos envolvidos no gerenciamento da finalização de um produto audiovisual e também vão oferecer uma introdução às ferramentas e técnicas de finalização de produtos audiovisuais para diversos meios e mídias, entre elas DCP, Blu-Ray/DVD, Digital para internet. Os módulos serão apresentados pela produtora de finalização Vanessa Marques e o diretor Francês Antoine d`Artemare, respectivamente.

Maria Inês explica que os filmes, na sua maioria, exibidos e discutidos são curtas produzidos no Espírito Santo que estão em sintonia com a produção contemporânea nacional. “Essa produção contemporânea tem vários pontos em comum, por exemplo, o modo de produção com poucos recursos. Os módulos serão importantes porque vão ajudar a solucionar muitos problemas e a criar alternativas”, diz.

A curadora também fala que quando se tem pouco dinheiro todas as etapas de produção devem ser repensadas e adequadas a esse esquema. Durante o curso, a troca de informações entre produtores de diversos estados vai contribuir para se criar novas formas de produção nesse esquema.

PROGRAMAÇÃO
Toda a programação acontecerá no Cine Metrópolis - UFES (Campus de Goiabeiras).

08/02
14h-18h: Curso
Módulo 1 - Produção Executiva, com Ursula Dart.
19h: Sessão Comentada seguida de debate.

15/02
14h-18h: Curso
Módulo 2 - Assistência de Direção, com Aline X.
19h: Sessão Comentada seguida de debate.

22/02
14h-18h: Curso
Módulo 3 - Som (Captação e Edição), com Pedro Aspahan.
19h: Sessão Comentada seguida de debate.

15/03
14h-18h: Curso
Módulo 4 - Direção de Arte, com Juliano Dornelles.
19h: Sessão Comentada seguida de debate.

22/03
14h-18h: Curso
Módulo 5 - Produção de Finalização, com Vanessa Marques.
19h: Sessão Comentada seguida de debate.

29/03
14h-18h: Curso
Módulo 6 - Finalização / Masterização, com Antoine d`Artemare.
19h: Sessão Comentada seguida de debate.

fonte:
http://seculodiario.com.br/15133/17/idialogos-de-cinemai-promove-cursos-sobre-producoes-independentes

domingo, 26 de janeiro de 2014

Preparem seus cofrinhos.. teremos Comic-Con em Sampa

Exatamente, entre os dias 4 a 7 de dezembro de 2014, teremos a Comic-Con Experience, o primeiro evento nos moldes das famigeradas comic-cons que são realizadas em diversas partes do mundo, que reúnem fãs e profissionais de quadrinhos, cinema, TV, games, anime, RPG, memorabília e colecionáveis para conhecerem as últimas novidades dessas áreas em um grande celebração do universo geek e da cultura pop.

Entre as atrações estarão artistas, atores e criadores nacionais e estrangeiros, exibição de materiais inéditos, lançamentos, exposições, concurso de cosplay – pessoas que se vestem e atuam como seus personagens favoritos – entre outras atrações e atividades a serem anunciadas.

"Estamos trazendo a experiência da Comic-Con ao país para atender à demanda crescente do publico brasileiro por um evento de nível internacional que reúna as principais áreas da cultura pop", afirma Pierre Mantovani, diretor geral do Omelete. "É o resultado de vários anos de planejamento, fundamentais para realizarmos uma comic-con à altura da expectativa dos fãs, dos expositores e de mais de 30 patrocinadores que já garantiram presença no evento", complementa Ivan Freitas da Costa, sócio-fundador da Chiaroscuro Studios e um dos organizadores do FIQ – Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte, um dos maiores do gênero no mundo.

O evento ocupará 17 mil metros quadrados do Expo Imigrantes, localizado a 900 metros do da estação Jabaquara do Metrô, em São Paulo. Informações sobre a programação, valores dos ingressos e data de início das vendas serão divulgadas ao longo dos próximos meses. Para saber mais novidades, siga os perfis da Comic Con Experience no Twitter e no Facebook.
Henrique Rizatto | janeiro 26, 2014 às 5:13 pm | URL: http://wp.me/p3OHBB-4ui

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Revista de Cinema Notícias Colunas TV Revista de Cinema Espaço do Realizador Quem Somos CINEMA DO BRASIL GANHA NOVO REFORÇO NA CONSULTORIA INTERNACIONAL

O Programa Cinema do Brasil, responsável por ampliar a participação do audiovisual brasileiro no mercado internacional, ganha novo reforço em sua equipe a partir deste mês. Marika Kozlovska assume o cargo de nova consultora internacional, com o objetivo de aprimorar o trabalho de internacionalização das empresas e dos filmes nacionais.

Com 10 anos de experiência na indústria do entretenimento e residência na Alemanha, a profissional tem sido uma ativa organizadora de eventos em festivais internacionais, responsável por representar produtores de diversos países, como México, Holanda e Rússia. Ao longo da carreira, Marika trabalhou com uma ampla rede de produtores e prestou consultoria estratégica em financiamento internacional para cinema. Na bagagem, traz ainda atuações em diversos festivais e mercados de coprodução como o Festival de Roma, Berlim, Cannes, Locarno, Moscow Business Square, Nordic Co-Production and Film Financing Forum, Baltic Sea Documentary Forum, entre outros.

Já a partir do Festival de Berlim, em fevereiro, Marika Kozlovksa prestará consultoria internacional ao programa e todos os associados poderão agendar reuniões individuais para desenvolver posicionamentos no mercado internacional. A profissional virá ao Brasil, algumas vezes por ano e antes de eventos estratégicos como Berlim e Cannes, para auxiliar as empresas associadas ao Programa a encontrar oportunidades.

Para apresentar a Marika Kozlovksa ao mercado nacional, o Cinema do Brasil promoverá uma palestra nesta quarta, dia 22 de janeiro, no SIAESP – Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo. No encontro, para associados e também aberto ao público, ela apresentará um panorama geral de oportunidades existentes para os brasileiros no âmbito internacional, especialmente na Europa, tanto em treinamentos, suportes e residências para diretores, como em mercados de coprodução e fundos de financiamento.

fonte:
http://revistadecinema.uol.com.br/index.php/2014/01/cinema-do-brasil-ganha-novo-reforco-na-consultoria-internacional/

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

AS SURPRESAS E OS FRACASSOS

2013 foi um bom ano para o cinema brasileiro. Com estimados 25 milhões de ingressos vendidos (até o fechamento desta edição, já estava na casa dos 22 milhões) e um market share entre 18 e 19%, o filme brasileiro supera 2010 – ano de “Tropa de Elite 2” – e tem seu melhor ano desde a Retomada – só perde, no market share, para 2003, quando chegamos a 22%. E, como não podia deixar de ser, as comédias mais uma vez reinaram. 

Oito filmes ultrapassaram, até o momento, um milhão de ingressos vendidos em 2013, dois dos quais seis são comédias: “De Pernas pro Ar 2”, de Roberto Santucci, com 4,8 milhões, que estreou em 28 de dezembro de 2012; “Minha Mãe É uma Peça – O Filme”, de André Pellenz, com 4,5 milhões; “Vai que Dá Certo”, de Maurício Farias, com 2,75 milhões; “O Concurso”, de Pedro Vasconcelos, com 1,3 milhão; “Meu Passado me Condena”, de Julia Rezende, com 1,2 milhão; e “Mato sem Cachorro”, de Pedro Amorim, com 1,1 milhão – sendo que os dois últimos continuam a carreira. Até o final de 2013, outros dois filmes com muito potencial estreiam: “Crô”, de Bruno Barreto, e “Até que a Sorte nos Separe 2”, de Roberto Santucci.






“O Menino no Espelho”, de Guilherme Fiúza. © Gustavo Baxter



“As comédias são preferência nacional, assim como as cinebiografias, os filmes de cunho religioso/espiritual e os filmes de ação. Basta ver o ranking dos mais vistos. Acontece que o gênero comédia é o primeiro a se profissionalizar. Tem muitos talentos na frente e atrás das câmeras – roteiristas – e um orçamento relativamente baixo, o que permite uma produção constante. E assim vai-se criando um círculo virtuoso, com o aprimoramento do gênero”, conta Bruno Wainer, à frente da distribuidora de filmes brasileiros Downtown Filmes.

Em 2013, o grupo de humor Porta dos Fundos se consolidou, transpondo as telinhas dos computadores, tablets e celulares, e inundou as publicidades. No cinema, alguns de seus integrantes viraram bilheteria garantida, em especial Fábio Porchat, que está a frente do elenco de “Vai que Dá Certo” (com Gregório Duvivier, também do Porta dos Fundos), “O Concurso” e “Meu Passado Me Condena”. Um filme do Porta dos Fundos também já foi anunciado.

As comédias prometidas para 2014

Wainer espera um 2014 ainda melhor. “2014 será um ano de ouro. Vamos ultrapassar com folga os 30 milhões de ingressos vendidos. E espero que a grande novidade seja o início da implantação do Vale Cultura [o benefício governamental que dará R$ 50,00 para serem gastos mensalmente em cultura]”, comenta.

Para o ano que vem, estão programadas as comédias: “Confissões de Adolescente”, de Daniel Filho e Cris D’Amato; “Julio Sumiu”, de Roberto Berliner; “Muita Calma Nessa Hora 2”, de Felipe Joffily; “Meus Dois Amores”; de Luiz Henrique Rios; “Divã 2”, sem diretor definido ainda; “Os Cara de Pau”, de Felipe Joffily; “Doidas e Santas”, sem diretor definido ainda; “Os Homens São de Marte”, de Marcus Baldini; “O Candidato Honesto”, sem diretor definido ainda; “Minha Mãe É uma Peça 2”, sem diretor definido ainda; e “Vestido para Casar”, de Gerson Sanginitto, entre outras, que devem aparecer ao longo de 2014. As continuações, nota-se, permanecem em alta. “Franquia é sinal de amadurecimento da indústria e as que forem baseadas em sucessos, se apresentarem novidade, têm tudo para não só repetirem o sucesso original, mas amplia-lo”, explica Bruno Wainer.


A comédia “Confissões de Adolescentes”, de Daniel Filho e Cris D’Amato, é promessa de boa bilheteria

Algumas dessas comédias devem vir a fracassar, ficando muito abaixo do esperado, como ocorreu em 2013 com comédias como “Odeio o Dia dos Namorados”, de Roberto Santucci, com 450 mil espectadores, “Se Puder… Dirija”, de Paulo Fontenelle, com 360 mil, “Giovanni Improtta”, de José Wilker, com 200 mil, e “A Casa da Mãe Joana 2”, de Hugo Carnava, com 150 mil.

Acertos e fracassos

Se as comédias são soberanas no cinema nacional e a expectativa é que isso se mantenha em 2014, alguns filmes de outros gêneros teimam na resistência à completa dominação. Quem tem se saído melhor nisso são os filmes derivados do universo da música brasileira. Em 2012, a única não-comédia a fazer mais que um milhão de espectadores foi “Gonzaga – De Pai para Filho”. Em 2013, dois filmes adaptados de Renato Russo, o líder da banda Legião Urbana, tiveram esse papel: “Somos Tão Jovens”, de Antônio Carlos da Fontoura, cinebiografia de Russo até a formação da Legião, fez 1,7 milhão; e “Faroeste Caboclo”, de René Sampaio, adaptação da música homônima da Legião, fez 1,5 milhão.

Em 2014, chega aos cinemas a cinebiografia “Tim Maia”, sobre o ícone do soul e funk brasileiro, com direção de Mauro Lima. Fora do escopo musical, duas outras cinebiografias tentam um lugar ao sol: “Trinta”, de Paulo Machline, sobre o carnavalesco Joãosinho Trinta, e “Irmã Dulce”, de Cesar Rodrigues, sobre a religiosa baiana.


“Tim Maia”, de Mauro Lima, é uma das três cinebiografias prometidas para 2014. © Páprica Fotografia

Gêneros como o policial e a ação têm dado resultado no cinema brasileiro, mas a produção é um tanto escassa, por isso, anos se passam sem que apareça um novo destaque. Em 2013, houve a tentativa fracassada de grande bilheteria com o gênero em “Serra Pelada”, de Heitor Dhalia, na casa dos 300 mil espectadores – e que deve apanhar para chegar aos 500 mil. A aposta para 2014 é “Alemão”, de José Eduardo Belmonte, sobre policiais infiltrados no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Belmonte, um cineasta que tem se arriscado em diferentes gêneros, chega também com a comédia independente “Meu Mundo Quebrado”.


O ator Cauã Raymond, em “Alemão”: aposta no gênero policial de Eduardo Belmonte. © Páprica Fotografia

Filmes para a garotada

O cinema infanto-juvenil também tenta se colocar. “Tainá 3 – A Origem”, de Rosane Svartman, ficou abaixo dos 400 mil espectadores, ainda que represente um bom resultado para o gênero, fez bem menos que seus dois antecessores. Em 2014, devem aportar “O Segredo dos Diamantes”, de Helvécio Ratton, e “O Menino no Espelho”, de Guilherme Fiúza, adaptado do romance homônimo de Fernando Sabino.

Entre as animações, apesar da boa circulação mundial, “Uma História de Amor e Fúria”, de Luiz Bolognesi, ficou na casa dos 30 mil ingressos. Está prevista, para até o final de 2013, a estreia de “Minhocas”, de Paolo Conti e Arthur Nunes. Em 2014, devem estrear “O Menino e o Mundo”, de Alê Abreu, “Até que a Sbórnia nos Separe”, de Otto Guerra e Ennio Torresan Jr., ambos premiados em festivais brasileiros, e “Nautilus”, de Rodrigo Gava. Bruno Wainer vê com pessimismo o gênero no Brasil. “Animação brasileira, muito provavelmente, jamais será um gênero competitivo comercialmente, assim como a ficção científica ou qualquer gênero que tenha que ter como elemento principal a especialidade técnica aliada a um grande orçamento. Neste território (e somente neste), as majors reinam absolutas”, comenta.


O gracioso “Minhocas”, de Paolo Conti e Arthur Nunes, é a novidade na animação brasileira em stop motion

O drama, que triunfa como gênero produzido no país, tem alçado voos em busca de maiores bilheterias. “A Busca”, de Luciano Moura, conseguiu respeitáveis 350 mil espectadores, enquanto a superprodução “Flores Raras”, de Bruno Barreto, ficou na casa dos 275 mil, bem abaixo do esperado. Em 2014, filmes como “Confia em Mim”, de Michel Tikhomiroff, e “Entre Nós”, de Paulo Morelli, tentam esse caminho.

Lançamento regional

Algo que chamou a atenção do mercado cinematográfico brasileiro foi o sucesso de lançamentos regionais pontuais. “O Tempo e o Vento”, de Jayme Monjardim, adaptado do épico gaúcho de Érico Veríssimo, teria sido um fracasso monumental – esperava-se milhões do filme, e até o momento o longa contabiliza 650 mil espectadores – se não fosse a excelente carreira no Rio Grande do Sul, onde fez mais da metade de seu público. Lá, a estreia do filme foi antecipada em uma semana para coincidir com a comemoração da semana farroupilha. “Repeti em ‘O Tempo e o Vento’ o que já tinha feito no ‘Gonzaga’ (outro filme da Globo Filmes): programar um circuito muito maior nas suas regiões de ‘origem’ (Nordeste e Sul) do que os lançamentos nacionais normais. Foi uma estratégia em função da certeza que estas áreas teriam uma resposta muito melhor do que no restante do Brasil”, explica Bruno Wainer.


“Entre Nós”, de Paulo Morelli, representa os filmes dramáticos que buscará um espaço nas bilheterias de 2014

O destaque, porém, fica mesmo com o cearense “Cine Holliúdy”, de Halder Gomes. O filme, que circulou em festivais em 2012, estreou com lançamento apenas no Ceará. Lá, ficou mais de oito semanas como líder de bilheteria, sendo que nas primeiras alcançou a marca de mais de dois mil espectadores por sala – com sessões sempre esgotadas. Só no Estado, foram mais de 250 mil espectadores – mais outros 150 mil em praças nordestinas. Até o momento, o filme computa mais de 450 mil espectadores – e o longa acaba de ser lançado no Sudeste, e no Sul ainda sem previsão. “A experiência do ‘Cine Holliúdy’ foi especialmente saborosa e mostrou que existem muitos jeitos de se produzir e lançar um filme com sucesso, basta um pouquinho de conhecimento, criatividade e ousadia. Pré-vendi o filme para o Canal Brasil e com o recurso da pré-venda, fiz um lançamento local digno de blockbuster”, conta Bruno Wainer que também lançou o filme. “Já tenho um filme sergipano que gosto muito – “A Pelada” [de Damien Chemin, em coprodução Brasil-Bélgica] – primeiro filme produzido no Sergipe, e adotarei, lógico, a mesma estratégia”, complementa.

Filmes independentes

O dito cinema autoral raramente consegue uma bilheteria digna de nota. Resta a esses filmes um mercado de nicho, pequeno. Há público para esses filmes, a questão é saber como chegar a ele. O marco, em 2013, ficou por conta de “O Som ao Redor”, de Kleber Mendonça Filho, longa premiado pelo mundo e escolhido para representar o Brasil no Oscar 2014. O filme estreou em 12 salas e conseguiu, ao longo de sua carreira, dignos 95 mil espectadores. Infelizmente, “O Som ao Redor” parece ser uma exceção. Cada vez mais, filmes brasileiros independentes se veem com espaço reduzido e bilheterias minguantes, raras são às vezes em que ultrapassam a casa dos cinco mil espectadores.


“O Homem das Multidões”, de Cao Guimarães e Marcelo Gomes, é um dos filmes autorais que estreia no ano que vem

O cinema independente brasileiro teve filmes bastante comentados no círculo de festivais e de críticos, vários dos quais chegam ao circuito em 2014. Entre eles, “Avanti Popolo”, de Michael Wahrmann, “Os Dias com Ele”, de Maria Clara Escobar, “Èden”, de Bruno Sáfadi, “Os Amigos”, de Lina Chamie, “Amor, Plástico e Barulho”, de Renata Pinheiro, “De Menor”, de Caru Alves de Souza, “Depois da Chuva”, de Cláudio Marques e Marília Hughes, “Exilados do Vulcão”, de Paula Gaitán, “O Homem das Multidões”, de Cao Guimarães e Marcelo Gomes, “Jogo das Decapitações”, de Sérgio Bianchi, “O Lobo Atrás da Porta”, de Fernando Coimbra, “Quase Samba”, de Ricardo Targino, e “Riocorrente”, de Paulo Sacramento.

Outros filmes, se não estrearem, devem ao menos começar a fazer o circuito de festivais, como “Quando Eu Era Vivo”, de Marco Dutra, “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”, de Daniel Ribeiro, “Acorda Brasil”, de Sérgio Machado, “Praia do Futuro”, Karin Aïnouz, “Deserto Azul”, de Eder Santos, “Obra”, de Gregório Graziosi, “O Outro Lado do Paraíso”, de André Ristum, e “Brincante”, de Walter Carvalho. Agora, é esperar por 2014.


“Acorda Brasil”, de Sérgio Machado, retoma a parceria com Lázaro Ramos em um filme sobre superação social


fonte:
http://revistadecinema.uol.com.br/index.php/2013/12/as-surpresas-e-os-fracassos/

Abertas inscrições para produções de MT

As inscrições para as produções mato-grossenses do Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá começam nesta segunda-feira (20) e se estendem até o 25 próximo.

A cadeia produtiva do audiovisual mato-grossense se agita com a retomada do Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá, o Cinemato, que ocorre entre os dias 19 e 25 de fevereiro.
Evento ligado ao cinema e vídeo acontece em fevereiro



Organizadores do evento definem detalhes para a realização

As produções locais terão a visibilidade que merecem na Mostra Competitiva de Curta-Metragem dedicada aos realizadores de Mato Grosso.
Nessa categoria, concorrem filmes de até 20 minutos realizados em 2013, em qualquer formato digital ou película.

A 19ª edição do festival também abre uma janela para a produção audiovisual dos pontos de cultura de Mato Grosso. Para incentivar também as criações cinematográficas idealizadas por esses centros de cultura, uma parceria com a Organização Comunitária da Aldeia - ponto de cultura da Chapada dos Guimarães-, Instituto Cultural América (Inca) e a Rede Pontos do Mato proporciona mais uma mostra competitiva nos mesmos moldes.

Para que os produtores audiovisuais de todos os municípios e pontos de cultura possam participar, é necessário realizar a inscrição em tempo hábil, no qual vai ser levada em conta a data da postagem. À correspondência deve estar anexados os documentos pessoais, uma cópia em DVD da produção, foto do realizador (a), sinopse e ficha técnica, além de uma declaração de autorização de imagem do filme em favor do Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá, o Cinemato.

Vale ressaltar, a retomada do festival traz peculiaridades, já que esta é a primeira vez em sua história que ocorre por determinação do Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Cultura. “A natureza jurídica do recurso exige que ele seja realizado no prazo de 60 dias para a execução e prestação de contas. Sendo assim, tivemos que fazer adequações”, diz o idealizador do Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá, Luiz Borges.

Entre as adequações, figura a mudança na Mostra Competitiva Nacional de Curta Metragem que vai selecionar três curtas de cada região do país. No caso da Mostra Competitiva de Longa Metragem, vão concorrer produções também selecionadas pela curadoria do Cinemato. “Tivemos que nos adaptar para esta retomada mas, ainda assim, a plateia ganha com uma seleção primorosa. Vamos mostrar um conjunto de produções que traz a linguagem audiovisual brasileira da produção independente. Filmes que são inéditos em Mato Grosso e que dificilmente seriam exibidas pelo circuito comercial”, destaca Borges.

Serviço:
Inscrições abertas para as mostras competitivas de curta-metragem para realizadores e pontos de cultura de Mato Grosso

Inscrições entre os dias 20 e 25 de janeiro via correspondência

Endereço: Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá – Cinemato

Rua Ramiro de Noronha, 606 bairro Jardim Cuiabá

78043-277

Telefone e-mail de informações: (65) 3028-2531 ou 3054-4030 / cinematocuiaba@gmail.com


fonte:
http://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=3&cid=185992

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

“Tabu” de Miguel Gomes finalista do Prémio LUX do Parlamento Europeu

O filme “Tabu”, do português Miguel Gomes, amplamente aclamado pela crítica nacional e internacional e com destaque nos vários festivais de cinema onde tem sido apresentado, está entre os três finalistas ao Prémio LUX, atribuído pelo Parlamento Europeu.



“Tabu”, que se estreou no Festival de Berlim, em Fevereiro, conquistando o prémio da crítica, atribuído pela Fipresci, e o prémio Alfred Bauer, concorre agora com o filme do húngaro Bence Fliegauf, “Csak a szél”, e com o italiano “Io Sono Li”, de Andrea Segre.

Rodado em película, a preto e branco, o filme evoca e invoca ao mesmo tempo a presença portuguesa em África e o cinema clássico, passado entre a Lisboa dos nossos dias e os anos de 1960 no sopé do Monte Tabu.

Em Março a terceira longa-metragem de Miguel Gomes conquistou o prémio Lady Harimaguada de Prata no Festival de Las Palmas, no valor de 20 mil euros, depois do seu filme anterior, "Aquele Querido Mês de Agosto", ter recebido o mesmo galardão em 2009. Em Las Palmas o filme recebeu ainda o prémio do público.

Criado em 2007 para valorizar longas-metragens de origem europeia, premiando os filmes que melhor contribuem para realçar a identidade e a diversidade cultural europeia, o Prémio LUX foi atribuído a obras como “Do Outro Lado”, de Fatih Akin, em 2007, “O Silêncio de Lorna”, dos irmãos Jean-Pierre e Luc Dardenne, em 2008, “Welcome – Bem-vindo”, de Philippe Lioret, em 2009, “O Estrangeiro”, de Feo Aladag, em 2010. “As Neves do Kilimanjaro”, do francês Robert Guédiguian, foi o vencedor da edição do ano passado.

Os LUX não atribuem dinheiro aos vencedores. O Parlamento Europeu responsabiliza-se por financiar a legendagem do filme vencedor nas 23 línguas oficiais da União Europeia, distribuir no espaço europeu e a adaptar a versão original para pessoas com deficiência visual e auditiva

Esta é assim a segunda vez que um filme português chega aos três finalistas do prémio, depois de em 2007 Manoel de Oliveira ter sido escolhido com “Belle Toujours”.

“Tabu”, que foi escolhido por um júri constituído por 17 profissionais do sector, vai agora ser exibido em todos os países europeus em diferentes festivais e salas dos 27 Estados-membros, em sessões por vezes seguidas de debates e discussões públicas com o realizador, os actores e os deputados europeus, num programa que integra os Dias dos Filmes Lux.

fonte:
http://pam-patrimonioartesemuseus.com/forum/topics/tabu-de-miguel-gomes-finalista-do-pr-mio-lux-do-parlamento

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Cinemateca Brasileira divulga programação de Janeiro!

A mostra traça um panorama da recente produção em diversos estados do país, reunindo longas e curtas-metragens, ficção e documentário. A seleção inclui obras aclamadas em diversos festivais pelo mundo, como o pernambucano "O Som ao Redor", de Kleber Mendonça Filho, e o paulistano "Doméstica", de Gabriel Mascaro. O evento também exibe "O sol nos meus olhos", de Flora Dias e Juruna Mallon, inédito no circuito comercial paulista.
Algumas DAS sessões serão apresentadas pelos próprios diretores, que também participam de bate-papo com o público após a exibição dos filmes.
Serviço:
CINEMATECA BRASILEIRA
Largo Senador Raul Cardoso, 207
próximo ao Metrô Vila Mariana
Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO E AS SINOPSES DOS FILMES:
17.01 | SEXTA
SALA CINEMATECA BNDES
18h00 | MONUMENTO
Dir.: Gregório Graziosi
São Paulo, 2012, digital, pb, 10'
Documentário sobre a escultura paulistana Monumento às Bandeiras, de Victor Brecheret. Um registro dos detalhes, identificando personagens e destacando as possíveis relações entre eles.
Classificação livre
18h00 | A CIDADE É UMA SÓ?
Dir.: Adriley Queirós
Brasília, 2013, digital, cor, 73’, Documentário.
Reflexão sobre os 50 anos de Brasília, tendo como foco a discussão sobre o processo permanente de exclusão territorial e social que uma parcela considerável da população do Distrito Federal e do Entorno sofre, e de como essas pessoas restabelecem a ordem social através do cotidiano.
Não indicado para menores de 10 anos
20h00 | ESSE AMOR QUE NOS CONSOME
Dir.: Allan Ribeiro
Rio de Janeiro, 2013, digital, cor, 80’, Ficção.
Esse Amor que nos Consome é um filme híbrido, que mistura as linguagens de ficção e documentário. O elenco é formado por integrantes da Companhia Rubens Barbot, o mais antigo grupo afro-brasileiro de dança contemporânea.
Não indicado para menores de 12 anos
--
18.01 |SÁBADO
SALA CINEMATECA BNDES
somaoredor-0417h30 | O SOM AO REDOR
Dir.: Kleber Mendonça Filho
Recife, 2013, 35mm, cor, 131’, Ficção | Exibição em dcp
A vida numa rua de classe-média na zona sul do Recife toma um rumo inesperado após a chegada de uma milícia que oferece a paz de espírito da segurança particular. A presença desses homens traz tranquilidade para alguns, e tensão para outros, numa comunidade que parece temer muita coisa.
Não indicado para menores de 16 anos
SALA CINEMATECA PETROBRAS
20h00 | GIRIMUNHO
Dir.: Helvécio Marins Jr. e Clarissa Campolina
Minas Gerais, 2011, digital, cor, 90’, Ficção.
No sertão mineiro, onde o tempo parece andar ao ritmo do rio, duas senhoras acompanham o girar do redemoinho. Bastú acaba de perder o marido Feliciano e sem choro busca abrigo nos sinais do dia a dia e em suas lembranças. Mas é na liberdade dos sonhos e nas novidades trazidas pelos netos que ela faz sua própria transformação. Maria carrega em seu tambor a alegria e força de seu povo. Seu batuque ecoa os sons de outros lugares e marca a presença daquilo que não pode morrer. Neste universo onde a tradição é surpreeendida pela novidade e a realidade pela invenção, pequenos movimentos podem fantasiar o correr da vida.
Não indicado para menores de 14 anos
--
19.01 | DOMINGO
SALA CINEMATECA BNDES
Cena de "O Duplo" (Juliana Rojas)
Cena de "O Duplo" (Juliana Rojas)
17h00 | O DUPLO
Dir.: Juliana Rojas
São Paulo, 2012, 35mm, cor, 25'
Elenco: Sabrina Greve, Gilda Nomacce, Majeca Angelucci, Sara Silveira
Silvia é uma jovem professora. Certo dia, sua aula é interrompida quando os alunos veem seu duplo pela janela. Ela tenta ignorar a aparição, mas o evento perturbador passa a impregnar seu cotidiano e alterar sua personalidade. Vencedor do Prêmio Nikon no Festival de Cannes.
Não indicado para menores de 14 anos
17h00 | AS HIPER MULHERES
Dir.: Carlos Fausto, Leonardo Sette, Takumã Kuikuro
Mato Grosso, 2012, digital, cor, 80’, Documentário.
Temendo a morte da esposa idosa, um velho pede que seu sobrinho realize o Jamurikumalu, o maior ritual feminino do Alto Xingu (MT), para que ela possa cantar uma última vez.
Não indicado para menores de 10 anos
19h00 | CAJAMAR
Dir.: Bruno Risas
São Paulo, 2013, digital, cor, 13'
Elenco: Gabriela Cordaro, Eduardo Gomes, Gilda Nomacce
Uma moça que trabalha, come pastel, dança, se perde e se reencontra; como a história de Cajamar, cidade que foi engolida por um buraco.
Não indicado para menores de 12 anos
19h00 | O SOL NOS MEUS OLHOS (presença da diretora Flora Dias)
Dir.: Flora Dias e Juruna Mallon
Rio de Janeiro, 2013, digital, cor, 68', Ficção.
Um homem chega em casa do trabalho e encontra sua mulher morta. Em um surto silencioso toma o corpo dela e parte em uma viagem.
Não indicado para menores de 16 anos
--
23.01| QUINTA
SALA CINEMATECA BNDES
18h00 | DESASSOSEGO (FILME DAS MARAVILHAS)
Dir.: Karim Ainouz, Felipe Bragança, Marina Meliande, Ivo Lopes Araujo, Carolina Durao, Andrea Capella,Gustavo Bragança, Marco Dutra, Juliana Rojas, Helvécio Marins, Clarissa Campolina, Raphael Mesquita, Leonardo Levis, Caetano Gotardo
Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, 2011, 35mm, cor, 63', Ficção
A partir de uma carta escrita inspirada em um bilhete encontrado em um armário abandonado por uma menina de 16 anos, 14 cineastas dirigiram 10 fragmentos de filmes, que foram costurados como uma carta-filme de 63 minutos, falando de amor, utopia, explosões e apocalipse.
Não indicado para menores de 14 anos
SALA CINEMATECA PETROBRAS
20h00 | OS RESIDENTES
Dir.: Tiago Mata Machado
Minas Gerais, 2010, 35mm, 120', Ficção.
Instalados em uma nova zona autônoma temporária, os residentes passam os seus dias entre pequenos complôs lunáticos, farsas quixotescas e delírios rimbaudianos. Órfãos de um século que quis moldar o homem novo e não fez senão destruir o antigo, os residentes resistem em seu auto exílio, às margens de um mundo perdido para a poesia. Decretada a Igualdade dos Amigos, o grupo se lança em uma última experiência do excesso, uma operação de choque teórica urdida entre quatro paredes. Política do avestruz ou farsa pura e simples, eles parecem viver até o fim o luto da tão solenemente anunciada morte das vanguardas. Premiado no Festival de Brasília e Mostra de Tiradentes.
Não indicado para menores de 14 anos
--
24.01 |SEXTA
SALA CINEMATECA BNDES
18h00 | PACIFIC
Dir.: Marcelo Pedroso
Pernambuco, 2009, Digital, cor, 72', Documentário.
Uma viagem de sonho em um cruzeiro rumo a Fernando de Noronha. As lentes dos passageiros captam tudo a todo instante. E eles se divertem, brincam, vão a noitadas. Desfrutam de seu ideal de conforto e bem-estar. E, a cada dia, aproximam-se mais do tão sonhado paraíso tropical...
Não indicado para menores de 14 anos
20h00 | DOMÉSTICA
Dir.: Gabriel Mascaro
São Paulo, 2013, digital, cor, 65’, Documentário.
Documentário sobre o choque da intimidade, as relações de poder e a performance do cotidiano, o filme lança um olhar contemporâneo sobre o trabalho doméstico no ambiente familiar e se transforma num potente ensaio sobre afeto e trabalho.
Não indicado para menores de 10 anos
--
25.01 | SÁBADO
SALA CINEMATECA BNDES
18h00 | TRABALHAR CANSA
Dir.: Juliana Rojas e Marco Dutra
São Paulo, 2011, 35mm, cor, 99', Ficção.
Dona de casa empreendedora decide abrir um mercadinho e contrata uma empregada que trate das coisas da casa, para que ela possa trabalhar. Tudo corre bem até o momento em que seu marido perde o emprego. A partir daí, fatos misteriosos começam a atormentar o cotidiano da família. Exibido na seção “Um certo olhar” do Festival de Cannes de 2011.
Não indicado para menores de 12 anos
EVA NIL cem anos sem filmes20h00 | EVA NIL CEM ANOS SEM FILMES
Dir.: João Marcos de Almeida
São Paulo, 2009, digital, cor, 13'
Elenco: Daiane Martins, Eduardo Gomes, Gilda Nomacce, Caetano Gotardo, Carlos Roberto de Souza
Ensaio videográfico em homenagem ao centenário de Eva Nil, a primeira estrela do cinema brasileiro.
Classificação livre
20h00 | O QUE SE MOVE
Dir.: Caetano Gotardo
São Paulo, 2012, 35mm, cor, 97', Ficção.
Três famílias distintas estão tendo que lidar com a chegada - ou perda - de um filho, fato que causa uma mudança muito significante em suas rotinas. Cada núcleo irá lidar com as dores e alegrias à sua própria maneira, mas o amor sempre irá falar mais alto através da figura da mãe, mesmo que isso se expresse nas pequenas coisas do dia-a-dia.
Não indicado para menores de 14 anos
--
26.01| DOMINGO
SALA CINEMATECA PETROBRAS
17h00 | ESTRADA PARA YTHACA
Dir.: Guto Parente, Luiz Pretti, Pedro Diógenes, Ricardo Pretti
Ceará, 2010, Digital, 70', Ficção.
"Mantenha sempre Ythaca em sua mente.Chegar lá é sua meta final,Mas não tenha pressa na viagem.Melhor que dure vários anos;E ancore na ilha quando você estiver velho,com todas as riquezas que você tiver adquirido no caminho,sem esperar que Ythaca irá enriquecê-lo.Ythaca terá lhe dado a linda viagem.Sem ela você nunca teria partido,E ela não poderia dar-lhe mais…Tão sábio que serás, com todo conhecimento,terás entendido o que significa Ythaca." [Konstantínos Kaváfis]. Premiado na Mostra de Tiradentes e no Cine Ceará.
Não indicado para menores de 12 anos
19h00 | A FUGA DA MULHER GORILA
Dir.: Felipe Bragança e Marina Meliande
Rio de Janeiro, 2009, Digital, cor, 82', Ficção.
Duas irmãs pegam a estrada de kombi, recolhem ator que deseja conhecer o Rio de Janeiro, organizam show mambembe no qual se transformam em gorila e ameaçam a plateia – o oceano, símbolo do infinito, motiva-as a se lançarem na busca, a desbravarem o caminho, mesmo que ele seja inalcançável. O filme de Felipe Bragança e Marina Meliande pulsa sobre o tênue limite entre a aventura e a melancolia, em virtude da impossibilidade de se concluir a jornada. Melhor filme do júri na 12ª Mostra de Tiradentes.
Não indicado para menores de 12 anos


domingo, 5 de janeiro de 2014

Aliás, para mim, este é um dos pontos fortes do filme: a câmera. Cuarón teve a sensibilidade de contar uma história no espaço de uma forma inédita!


Crítica: Gravidade



Existe uma música do Paulinho Moska que diz: “Não somos mais, que uma gota de luz, uma estrela que cai, uma fagulha tão só, na idade do céu…” Esta música me veio a mente depois de assistir ao novo filme de Alfonso Cuarón, intitulado “Gravidade”.

Já falamos de tudo que tinha para falar sobre o filme, mostramos trilha sonora, trailer em alta definição e muito mais, agora chegou a vez de falar do filme como filme, da história e mergulhar neste que é um dos filmes mais marcantes do ano.

Alfonso Cuarón recrutou Sandra Bullock, George Clooney, Eric Michels, Basher Savage, Paul Sharma para o elenco que trabalharia em “Gravidade”, porém, podemos dizer que o filme é Sandra Bullock e um pouco de George Clooney. A história se passa a mais de 600km de altura na órbita terrestre, onde astronautas trabalham concertando satélites. De cara somos apresentados para dois personagens completamente opostos. O primeiro, vivido por Clooney, é Matt Kowalski, um veterano astronauta que já esta pensando na sua aposentadoria. O segundo é a doutora Ryan Stone, vivida por Sandra, que é uma caloura entre a equipe.


O filme começa já dizendo que a vida no espaço é impossível, pois a temperatura varia muito, não temos oxigênio, etc… Ele só não diz isso, ele mostra. Nos 15 primeiros do filme já temos a nítida sensação que o homem está à merce do espaço. Pequenas ações como a Dra. Ryan perder um parafuso já deixam claro que os personagens estão limitados pelo seu meio.

Por conta de um acidente em um dos satélites, a tripulação fica em risco, e a chuva de fragmentos acaba viajando tão rápido a ponto de transformar estes fragmentos em tiros cegos.

O filme é impecável em termos de fragilizar o homem. Quando a Dra. Ryan é lançada ao espaço, a câmera viaja desde um plano aberto onde vemos ela se distanciando da nave, até termos a visão em primeira pessoa da personagem à deriva no espaço. Ou seja, Cuarón consegue transportar as sensações e desesperos de forma única! Temos uma ligação forte com os personagens e vemos sua impotência diante a situação. A cena é tão forte, tão precisa, que temos a nítida sensação de que não há o que fazer!


Aliás, para mim, este é um dos pontos fortes do filme: a câmera. Cuarón teve a sensibilidade de contar uma história no espaço de uma forma inédita! O filme nos brinda com vários planos sequência, planos longos que nos colocam dentro do filme, como se fôssemos mais um astronauta. Além destes maravilhosos planos-sequência, temos também essa proximidade com o personagem em primeira pessoa. Vemos o que a Dra. Ryan vê, escutamos a respiração dela, e temos ali uma conexão fortíssima com o personagem, o que é sem dúvida uma sensibilidade fantástica do diretor. Inúmeros planos-detalhe também dão um tom mais íntimo ao filme, e como disse, este é um dos pontos fortes de “Gravidade”.

Outro ponto a ser observado é a trilha sonora impecável que o filme nos oferece. A trilha é trabalhada como trilha e dá o tom do filme inteiro. Muitas vezes é a música que nos alerta para os perigos, e que música! De tirar o fôlego! Com agudos que incomodam, e de repente o silêncio, como uma facada no peito, mostrando que não sobrou nada! Simplesmente perfeita.





Além destes detalhes técnicos que são fantásticos, os personagens também são fenomenais. O roteiro escrito por Alfonso Cuarón e Jonás Cuarón é brilhante na construção dos personagens. Ao mesmo tempo que temos um “herói” imerso em um problema praticamente impossível de resolver, nós também vemos ali a fragilidade do ser humano de forma emocional. Como vivenciar toda a situação de estar perdido no espaço e ao mesmo tempo estar perdido na Terra? Sem ninguém para chorar sua perda? 




O que motiva o personagem a seguir em frente? A querer ir além? Para mim, tudo se resume em “oportunidade”, e o filme mostra exatamente isso, como o homem pode se deixar fragilizar tão repentinamente, mas como pode reverter a situação se tiver uma oportunidade. Seja interna, seja externa.

O filme é sem dúvida um dos mais bem feitos dos últimos anos. Não só pelo senso estético, que é maravilhoso, mas por unir essa beleza fotográfica com uma história profunda e imersiva.

Cuarón, tirei meu chapéu para você. Em “Gravidade” você ganhou um fã.
Foda d+!

sábado, 4 de janeiro de 2014

Produtores Independentes aplaudem alteração à lei de cinema e audiovisual - ( .pt )

A Associação dos Produtores Independentes de Televisão (APIT) aplaudiu hoje a proposta de alteração à lei do cinema, apresentada na quinta-feira pelo Governo, por garantir soluções de financiamento para o sector.

Em declarações à Lusa, o presidente da APIT, António Borga, aplaudiu o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, por ter cumprido "um compromisso que tinha assumido de arranjar uma solução" para o sector.

O Governo aprovou na quinta-feira uma proposta de alteração da lei do cinema e audiovisual, para que o financiamento do sector "possa concretizar-se da melhor forma", como explicou Jorge Barreto Xavier, no final do Conselho de Ministros.

Em causa está a cobrança de uma taxa aos operadores de televisão por subscrição, que estão em incumprimento, devendo cerca de 11 milhões de euros, que revertem para os cofres do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA) e a alteração da lei pretende garantir que os produtores recebam de facto financiamento.

A proposta de alteração legislativa estabelece que aqueles operadores paguem uma taxa de 1,75 euros anuais por cada subscrição, sendo aumentada progressivamente até dois euros. Até aqui a lei definia um montante mínimo de 3,5 euros até ao máximo de cinco euros.

A proposta de alteração da lei refere ainda que a Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) passa a transferir para o ICA "uma parte do resultado líquido de cada exercício anual", referente a "receitas provenientes da utilização de bens do domínio público cobradas ao sector das comunicações".

É que os operadores de televisão por subscrição - nomeadamente a Zon/Optimus, a PT, a Cabovisão e a Vodafone - ainda não pagaram aquela taxa referente a 2013, numa dívida que ascende a 11 milhões de euros, necessários para investir na produção de cinema e audiovisual.

Perante esta dívida, produtores e realizadores apelaram insistentemente ao secretário de Estado da Cultura para que fizesse cumprir a lei, por considerarem que o sector sai prejudicado por falta de financiamento.

Em Novembro passado, Jorge Barreto Xavier disse, num encontro com jornalistas, que a lei era para cumprir e que o Governo iria "cumprir todos os passos legais" para receber os valores em falta das operadoras e, caso fosse preciso, recorreria "ao contencioso".

António Borga, da APIT, considera ainda que esta matéria de investimento no cinema envolve também o serviço público de televisão.

"Há um défice de conteúdos nacionais, não há produção de telefilmes, séries de ficção, documentários e a concessionária de serviço público tem obrigações nessa matéria", sublinhou.

Lusa/SOL

fonte:

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Cineclube no Solar Boa Vista promove debates e exibição de filmes independentes

Idealizado pelo CUAL, o projeto Cine Avuadora será lançado no próximo dia 18 e contará com a presença dos realizadores

Com o intuito de apresentar e discutir o cinema independente no Brasil, o Coletivo Urgente de Audiovisual (CUAL) idealizou o projeto Cine Avuadora, que terá uma sessão de estreia no dia 18 de janeiro (sábado), a partir das 16h, no Solar Boa Vista, bairro de Brotas, em Salvador. A entrada é gratuita e o evento contará com a participação dos realizadores dos filmes.
Na ocasião, será lançado o filme 'Otto Recicla', o mais recente do coletivo, que é formado por Ramon Coutinho, Álvaro Andrade, Marcus Curvelo, Bianca Muniz, Danilo Umbelino, Deise Valente, Bruno Guimarães, Francisco Gabriel Almeida, Luan Santana Marques e Carlos Baumgarten, além de agregar parceiros das mais diversas áreas. Também Serão exibidas outras produções independentes da Bahia e de outros estados. 
A iniciativa integra o projeto de Ações Continuadas do grupo, contemplado pelo edital Setorial de Audiovisual através da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SECULT) em 2013. Ao longo deste ano, serão realizadas diversas sessões itinerantes em Salvador e no interior do estado.

Reportagem: iBahia
Cineclube no Solar Boa Vista promove debates e exibição de filmes independentes

fonte: