terça-feira, 11 de junho de 2013

Cultura – Divulgados dados sobre o mercado de cinema brasileiro em 2012



O Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual (OCA) trouxe, nesta segunda-feira (10), os informes anuais de Distribuição em Salas, Exibição e Vídeo Doméstico. As análises trazem os números finais do mercado audiovisual brasileiro em todo ano passado. Os informes atualizam os números divulgados na primeira quinzena de janeiro, enquanto o informe de Vídeo Doméstico traz dados inéditos. A publicação é da Superintendência de Acompanhamento de Mercado da Agência Nacional de Cinema (Ancine).

O Informe de Distribuição em Salas apresenta um panorama das bilheterias das salas de cinema nos últimos quatro anos, de 2009 a 2012 – uma novidade em relação às publicações anteriores do OCA. Entre os destaques do período analisado, está o crescimento de 30% nos ingressos vendidos e de 66% na renda bruta das salas de exibição do País. A arrecadação dos títulos brasileiros teve um crescimento de 20% entre 2009 e 2012.

A terceira publicação no Observatório é o Informe de Vídeo Doméstico, que traz o monitoramento das obras lançadas em DVD e Blu-ray em 2012. Ao todo, foram 1.038 novos títulos em DVD, dos quais 66 brasileiros, lançados por 31 distribuidoras que operam em território nacional. No período analisado, as distribuidoras brasileiras fizeram mais lançamentos do que as distribuidoras internacionais (majors): foram 717 lançamentos de distribuidoras brasileiras contra 321 das majors no total. No formato Blu-ray, os lançamentos totalizaram 455 títulos, 20 deles brasileiros.

Dos 66 títulos brasileiros lançados em DVD no período, 44 deles, ou 67%, são títulos que tiveram sua primeira exibição nos cinemas entre 2008 e 2012. Outros 10 títulos (15%) são obras relançadas ou lançadas diretamente no vídeo. Séries de TV, médias-metragens, curtas-metragens e vídeos educativos constituem, por sua vez, 12 lançamentos (18%).

Produção audiovisual brasileira

Depois da retomada do cinema brasileiro nos anos 1990, a produção foi consolidada. A estética dos filmes ganhou o mundo com grandes produções, a cena alternativa está em alta e a publicidade ganha prêmios pela inventividade.

Desde 1993, a Lei nº 8.685, conhecida por Lei do Audiovisual, é a política pública que faz existir toda essa produção. Baseada no modelo da Lei Rouanet, permite que patrocinadores do cinema ganhem isenção de até 100% do Imposto de Renda, o que gerou tanto a ascensão recente do cinema nacional quanto críticas de que essas produções seriam de interesse de empresas e da iniciativa privada.

De qualquer forma, a cadeia produtiva audiovisual é das mais complexas. Em geral, há dez etapas a seguir para chegar a um produto audiovisual: sinopse, argumento, roteiro, story board, decupagem, filmagem, decupagem do material filmado, digitalização, edição e finalização. Os custos de equipamentos e de recursos humanos para cada etapa é altíssimo, por isso, no País, a Lei do Audiovisual, foi necessária naquele momento histórico, e continua sendo mola propulsora.

Antes da Ancine, órgão que regulamenta o setor, houve diversas tentativas, a começar pela Instituto Nacional do Cinema (1966-1975), a Embrafilme (1969-1990) e o Concine (1976-1990). Hoje, além da Ancine, o setor também é responsabilidade da Secretaria do Audiovisual, do Ministério da Cultura.

Grandes produções

A produção de Cidade de Deus (2002), amplamente premiado no mundo inteiro e indicado ao Oscar, é um marco, principalmente pelo fato de o diretor, Fernando Meirelles, ter sido antes disso um grande nome da publicidade. O Brasil leva anualmente mais de 20 leões no Festival de Cannes, tendo inscrito mais de dois mil trabalhos, uma produção internacional de grande vulto.

Nas bilheterias, os filmes nacionais ainda perdem para produções estrangeiras, principalmente norte-americanas, mas o público não é de se ignorar. O filme brasileiro que mais atraiu pessoas às salas foi Tropa de Elite 2, com mais de 11 milhões de espectadores, seguido por Se Eu Fosse Você 2, Dois Filhos de Francisco, Carandiru e Nosso Lar. 





O mercado brasileiro de cinema é o mais pujante entre todas as artes -  Foto : Divulgação / Fundação pedro Calmon (BA)
O mercado brasileiro de cinema é o mais pujante entre todas as artes – Foto : Divulgação / Fundação pedro Calmon (BA)

Fonte: Agência Nacional de Cinema

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