sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

MIS de MS ... democratizar ainda mais o acesso à memória audiovisual

MIS de MS oferece programação diferenciada a partir de 2012


O Museu da Imagem e do Som de Mato Grosso do Sul (MIS de MS), unidade vinculada à Gerência de Patrimônio Histórico e Cultural (GPHC) da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), apresentará, a partir de 2012, programação diferenciada, buscando democratizar ainda mais o acesso à memória audiovisual do Estado, do país e do mundo.



A nova programação dá sequência ao projeto de reestruturação do Museu, que foi reformado e reinaugurado em maio deste ano, configurando-se como o principal espaço de preservação de registros que compõem a memória audiovisual sul-mato-grossense. Em 2012, o MIS de MS irá realizar novos cursos, palestras e exposições audiovisuais, além de mostras mensais ligadas a temas e cinematografias diversas (Cinemas Brasileiro, Italiano, Argentino, Japonês, Francês, Espanhol, Afro-Brasileiro, Indígena, entre outros).



O Presidente da FCMS, Américo Calheiros, acredita que a reestruturação do MIS e sua atual programação mais dinâmica e interdisciplinar contemplou ações voltadas às questões museológicas, educativas e audiovisuais, tanto no sentido de difusão quanto no de produção, fomento, reflexão e conscientização. “Para dar continuidade a este caráter dinâmico que os museus assumem na contemporaneidade, a programação do MIS de 2012 irá abarcar tais questões para democratizarmos ainda mais o acesso da população à arte e à cultura, bem como fomentar o desenvolvimento do audiovisual, que tem sua memória continuamente reconstruída”, afirma.



O MIS de MS faz a salvaguarda dos bens culturais que formam a identidade cultural do Estado e possui acervo formado de doações particulares e institucionais, sendo composto por um rico material que contempla categorias como fotografia, vinil, CD, VHS, DVD, película, livro, catálogo e objeto. Desde sua criação, o MIS vem desenvolvendo ações museológicas no sentido de contribuir com a formação e a difusão de conhecimento e da cultura no Estado, oferecendo à comunidade uma programação diversificada que compreende palestras, oficinas, cursos, seminários, mostras de cinema e exposições.



Em 2011, a coordenação do MIS priorizou a realização de eventos e exposições híbridas, ao invés de produzir unicamente eventos a partir de suportes convencionais, com o objetivo de integrar as expressões artísticas (fotografia, música, vídeo, cinema) por afinidades ou contrastes poéticos. Programas como Amplificadores de Cultura, Cultura em Situação, Cinema no Museu e Exposições Temporárias promoveram, por meio de estratégias educativas, o acesso aos bens culturais que formam a identidade sócio-histórica do Estado. Além disso, desde a sua criação, o MIS tem desenvolvido ações no sentido de contribuir com a formação e a difusão de conhecimento no Estado, oferecendo à comunidade uma programação diversificada que compreende palestras, oficinas, cursos, seminários, mostras de cinema e exposições.



Reestruturação



A Fundação de Cultura reinaugurou, no dia 3 de maio de 2011, o MIS de MS apresentando ao público a conclusão dos projetos de Adequação das Áreas de Salvaguarda do Acervo, Implementação da Sala de Projeção e criação da Sala de Exposição, todos realizados com o apoio do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e contrapartida do governo estadual, totalizando mais de R$ 300 mil reais em investimentos.



O MIS estreou suas novas instalações com a produção de cinco exposições audiovisuais/videoinstalações pioneiras e inéditas no Estado, realizadas em parceria com artistas e colaboradores diversos, como o músico e jornalista Rodrigo Teixeira, os Coletivos Corpomancia e Vaca Azul, o fotógrafo Roberto Higa, os pesquisadores e produtores audiovisuais Angel Rodriguez e Norminanda Montoya, a socióloga Fabiane Medina e o Arquivo Público Estadual. Todas tiveram grande repercussão ao longo do ano de 2011, sendo elas: “Os Pioneiros – a origem da música sertaneja de MS”, “Memória Fotográfica de Campo Grande por Roberto Higa”, “Me=morar”, “História de T. Lídia Baís”, “Exposição Audiofotográfica Saudades do Brasil... em 1000 pedaços” e “Exposição Memória Pública da Companhia Matte Laranjeira”.



Além disso, o MIS realizou doze mostras/festivais, também com parceiros diversos (Rumos Itaú Cultural, UFMS, SESC Horto, Núcleo de Dança da FCMS, Coletivo Bigorna, entre outros) e produtores independentes, ou com obras pertencentes ao próprio acervo. Neste sentido, foram realizados os seguintes eventos: “Festival Internacional de Vídeo & Dança – Dança em Foco”, “MS Mostra Regional de Videodança”, “Mostra Itinerante Rumos Itaú Cultural Cinema e Vídeo”, “Mostra Pantanal”, “Mostra Memória Fotográfica”, “Festival Mix Brasil – Festival de Cinema da Diversidade Sexual”, “Mostra Mulheres e Memórias de Mato Grosso do Sul”, “Mostra de Arte e Tecnologia – FAT 3.0”, “Mostra Mato Grosso do Sul, da Imagem e do Som”, “6ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América Latina”, “4º Festival de Cultura Independente Fogo no Cerrado” e “Vídeo Índio Brasil 2011”.



Apoio ao audiovisual



O MIS de MS auxiliou a FCMS na elaboração e repasse dos recursos do Edital de Apoio à Produção de Obras Audiovisuais Inéditas de Curta-metragem (Ficção ou Documentário). O edital, destinado a produtores audiovisuais, investiu R$ 125 mil na produção de cinco projetos de obras audiovisuais de curta-metragem, nas categorias ficção ou documentário. O objetivo é prestigiar a produção independente sul-mato-grossense de forma a fomentar o desenvolvimento da produção audiovisual local. Os projetos selecionados foram: Dia de Visita, de Augusto Cézar Gomes da Silva; A Ressaca, de Giuliano Alves Gondim; Ana, de Breno Benetti; Corixo, de Marcelo Moreira Santos e A TV está ligada, de Essi Rafael Mongenot Leal.



Em âmbito federal, o MIS apoiou a FCMS na realização do I Encontro das Associações Brasileiras de Documentaristas e Film Comissions do Centro-Oeste, que reuniu representantes e produtores de todos os Estados. Este encontro objetivou fomentar a criação da Film Comission de MS, que é por definição um órgão governamental de apoio à realização de obras audiovisuais. A criação da Film Comission de MS e a implantação de políticas públicas para o desenvolvimento do mercado de cinema local pode incentivar o desenvolvimento do turismo regional, atrair produções nacionais e internacionais e potencializar a cooperação entre os diversos agentes, desde financiadores e profissionais da área a elos indiretos da cadeia, como os setores de hotelaria, alimentação e entretenimento. Para a continuidade deste projeto, foi realizada também uma reunião entre Secretarias e Prefeituras de MS para a Criação da Film Comission de MS.



Ações educativas



Os Programas Amplificadores de Cultura e Cultura em Situação realizaram cursos, oficinas, workshops e palestras sobre linguagem audiovisual e arte contemporânea, totalizando desde a sua implantação 77 cursos. Em 2011, foram realizados um Laboratório do RUMOS Itaú Cultural – Jornalismo Cultural e Literatura, com o escritor Luiz Ruffato, quatro Cursos de Fotografia Digital para Câmeras Reflex e Compacta, e o Curso de Introdução ao Audiovisual por meio de Animação em Stopmotion, o II Encontro da RECOMUS (Rede de Cooperação Museológica de MS) e palestras sobre diversos temas, entre elas: O Setor Educativo do MIS (Alexandre Sogabe), Memória Fonográfica de Mato Grosso do Sul (Carlos Luz), A evolução das Mídias (Adriano dos Santos), Salas de Sonhos – Memórias dos Cinemas de MS (Marinete Pinheiro), Fotografia e Memória (Roberto Higa).



O MIS de MS iniciou também o Programa VisitaMIS, que recebe alunos do ensino fundamental e médio, assim como a segmentos interessados, como associações, clubes de terceira idade, entre outros, para visitas mediadas e oficinas sobre a temática da exposição em curso.



Serviço: Museu da Imagem e do Som de MS - Memorial da Cultura e Cidadania, Av. Fernando Corrêa da Costa, 559, 3º andar, Campo Grande, MS. Mais informações:             67 3316 9178       – mis.de.ms@gmail.com

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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Convênio do Programa Cinema do Brasil é reprovado pela União

O Programa Cinema do Brasil, que tem como uma das ações levar realizadores brasileiros para festivais internacionais, por exemplo, não teve o seu convênio com a Secretaria do Audiovisual, do Ministério da Cultura, aprovado pela Consultoria Jurídica Geral da União. Segue abaixo a declaração na íntegra de André Sturm, presidente do Cinema do Brasil:
"O Programa Cinema do Brasil informa que o nosso novo convênio com a Secretaria do Audiovisual / Ministério da Cultura não foi aprovado pela Consultoria Jurídica Geral da União, afetando diretamente a realização de uma das ações mais importantes da entidade: a participação da delegação de 30 produtores brasileiros de cinema no Festival de Berlim / European Film Market, um dos maiores mercados e festivais do mundo.
De acordo com o órgão competente, as prestações de contas enviadas pelo Programa Cinema do Brasil não foram analisadas pelo próprio Ministério da Cultura, o que inviabiliza a renovação do convênio para o biênio 2011/2012. Informamos que foram cumpridas todas as obrigações com a União e lamentamos que os documentos enviados há mais de quatro anos não tenham sido sequer analisados pelas autoridades competentes.
O Programa Cinema do Brasil é gerenciado pelo Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo (SIAESP) desde 2006, com o mesmo objeto. No entanto, a Consultoria Jurídica Geral da União entendeu que o convênio para a execução do Programa Cinema do Brasil foi realizado apenas nos anos de 2006, 2007, 2009 e 2010. Também está presente no parecer da Conjur que, embora o SIAESP tenha prestado contas corretamente de todos os convênios celebrados com a SAv/MinC, a Secretaria e o Ministério ainda não avaliaram nenhuma das prestações de contas apresentadas, mesmo diante do fato de que a Administração Federal tem até 90 dias da entrega da prestação de contas para apresentar seu parecer. Dessa maneira, a Conjur avalia que não houve parceria continua para a execução do presente convênio, nem suas prestações de contas foram aprovadas.
Desde 2006, Programa Cinema do Brasil colabora com a expansão do nosso Cinema e da nossa Cultura no exterior, promovendo rodadas de negócios entre produtores brasileiros, distribuidores e compradores estrangeiros, o que ampliou exponencialmente o interesse internacional pelo cinema brasileiro nos últimos anos. Há cinco anos, o Programa Cinema do Brasil é responsável pela ida de delegações de brasileiros para os maiores mercados e festivais do mundo, como Cannes, Berlim, San Sebastián, American Film Market, Ventana Sur, dentre outros. 
Por meio do Prêmio de Apoio à Distribuição – oferecido pelo Programa Cinema do Brasil em parceria com o Ministério das Relações Exteriores –, cerca de 30 filmes brasileiros receberam apoio de US$ 25 mil para serem distribuídos em países do exterior. Também são realizados anualmente cursos de capacitação e preparação para o desenvolvimento de projetos a serem apresentados em mercados de cinema internacionais. Em julho de 2011, realizamos o Curso de Preparação de Projetos para o Berlinale Co-Production Market e World Cinema Fund, trazendo Sonja Heinen, coordenadora do evento, para ministrar o workshop.
A Secretaria do Audiovisual nos informou que recorrerá junto à Consultoria Jurídica da União. No entanto, caso o convênio não venha a ser assinado mesmo assim, o Programa Cinema do Brasil também irá se reformular. As novas diretrizes serão apresentadas e divulgadas no começo de 2012. 
Ressaltamos que o apoio e a parceria com a APEX-BRASIL se mantém e garante a continuidade das demais atividades e a existência do Programa.

Atenciosamente,
André Sturm 
Presidente 
Cinema do Brasil"


fonte:

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

FCMS investe R$ 125 mil na Produção de Obras Audiovisuais

O governo do Estado, por meio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), repassou ontem (19) recursos da ordem de R$ 125 mil para os projetos aprovados na seleção do Edital de Apoio à Produção de Obras Audiovisuais Inéditas de Curta-metragem. Dos 23 projetos inscritos, cinco receberam o suporte financeiro de R$ 25 mil cada para a produção de seus respectivos curtas-metragens.

“O governo do Estado está ampliando cada vez mais os investimentos visando fortalecer esta área de extrema importância para o registro de nossa cultura, história e memória”, afirmou o presidente da FCMS, Américo Calheiros.

Os projetos selecionados foram “Dia de Visita”, de Augusto Cézar Gomes da Silva; “A Ressaca”, de Giuliano Alves Gondim; “Ana”, de Breno Benetti; “Corixo”, de Marcelo Moreira Santos e “A TV está ligada”, de Essi Rafael Mongenot Leal.

O edital, destinado a produtores audiovisuais independentes, investiu na produção dos cinco projetos de obras audiovisuais de curta metragem aprovados, que deverão ser entregues e lançados até o final do ano que vem. O objetivo do edital é prestigiar a produção independente sul-mato-grossense e desta forma fomentar o desenvolvimento da produção audiovisual local.

As obras contempladas são inéditas e terão duração entre 10 e 15 minutos, com matriz de captação em formatos digitais de alta definição (HD), podendo conter técnicas de animação e a incursão experimental com caráter de inovação de linguagem.

“Iniciativas como esta promovem o fomento e o desenvolvimento à produção audiovisual independente no estado, que ainda precisa do apoio do poder público para crescer devidamente”, afirmou, Essi Rafael, produtor que circulou recentemente pela Europa e Estados Unidos com sua última produção, "Ela Veio Me Ver". Com o apoio do Governo do Estado, Essi pôde levar seu curta-metragem a festivais de cinema importantes, como os Festivais de Cinema Latino de Chicago e de Nova York, além do Festival de Cinema da Juventude de Londres, Festival de Cinema do Rio, Mostra de Cinema de Tiradentes e Festival Internacional de Curtas-metragens de São Paulo.

Serviço:Mais informações sobre o Edital de Apoio à Produção de Obras Audiovisuais podem ser obtidas pelo e-mail mis.de.ms@gmail.com ou pelo telefone(67) 3316-9179.


fonte:
http://www.msnoticias.com.br/?p=ler&id=77909

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O secretário de Estado, entretanto, anunciou a criação no próximo ano de “dois gabinetes de apoio à gestão cultural” uma matéria onde notou fragilidades por parte das entidades culturais.

Ministério da Economia deve partilhar cinema e património - Francisco José Viegas

Francisco José Viegas esclareceu que as áreas que podem ser “partilhadas” com o Ministério da Economia são o Fundo de Investimento no Cinema e no Audiovisual (FICA) ou fundos de internacionalização.


Refira-se que o secretário de Estado da Cultura tinha defendido que algumas áreas da Cultura podiam passar para a área da Economia.

“Referia-me aos fundos como o FICA ou para a internacionalização e aliás temos trabalhado em conjunto”, disse aos jornalistas.
“Quanto ao turismo temo-nos candidatado aos seus fundos”, acrescentou o titular da pasta da cultura.
“A cultura não é um gueto e temos de encontrar pontes com a Educação, o Turismo e a Economia”, argumentou.

O secretário de Estado, entretanto, anunciou a criação no próximo ano de “dois gabinetes de apoio à gestão cultural” uma matéria onde notou fragilidades por parte das entidades culturais.

Francisco José Viegas disse ainda que “o excesso de equipamentos culturais é porque não há públicos”.
O governante contou que no âmbito dos apoios do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) há um programa de apoio caso esses equipamentos “tenham durante um ano 1500 espectadores e 120 sessões”.
De todas os municípios do país “apenas sete” reuniam as condições necessárias e “alguns com reuniões de bombeiros e de pais” como sessões artísticas.

Neste sentido apontou o caminho: “qualquer política cultural tem que ter em atenção a educação, a criação de públicos” e referiu como exemplo a Orquestra Sinfónica Juvenil, que gostou muito de ouvir.
“Ali estava o nervo fundamental para qualquer política cultural: os jovens”, disse.
O governante afirmou que “os portugueses em geral olham para a cultura como um ornamento” quando é essencial “que reconheçam o seu valor económico que o sector cultural e artístico têm e não é uma ficção”
Para Francisco José Viegas “a crise actual vai-nos ensinar a viver de outra maneira, a escolher o essencial, a consumir menos, e que a cultura seja uma zona de conforto”.
Escritor premiado, Francisco José Viegas reconheceu que “seríamos mais insuportavelmente infelizes sem acesso aos bens culturais”.
(AC)

fonte:
http://www.hardmusica.pt/noticia_detalhe.php?cd_noticia=11160

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Dois prêmios em Cuba

O terceiro longa de Wolney Oliveira levou o III Prêmio Coral e mais um prêmio paralelo no 33º Festival Internacional do Novo Cinema Latino-americano de Havana, encerrado na semana passada, em Cuba
O filme "Os últimos cangaceiros", do cineasta Wolney Oliveira, segue sua carreira vitoriosa em festivais mundo afora. O longa recebeu dois prêmios no 33º Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano de Havana, realizado entre os últimos dias 1º e 11, em Cuba. A produção, que concorreu com outros 28 filmes de diversas nacionalidades, levou as categorias III Prêmio Coral e o Prêmio Cibervoto do Portal do Cinema e Audiovisual Latino-Americano e Caribenho da Fundação do Novo Cinema Latino-americano. "Em novembro passado, já havíamos ganhado uma ´Menção Honrosa Especial do Júri´ no 8º Amazonas Film Festival, em Manaus, onde éramos o único documentário competindo com sete ficções", lembra Wolney.

Confira o trailer de 'Os últimos cangaceiros'



"Os últimos cangaceiros" foi exibido pela primeira vez, em junho deste ano, durante o Cine Ceará. O filme, aliás, foi viabilizado com recursos do 6º Prêmio Ceará de Cinema e Vídeo (2006), do Governo do Estado do Ceará; e pela Agência Nacional de Cinema (Ancine), através do Fundo Setorial do Audiovisual/FINEP, além de patrocínio de mecenato das empresas Coelce, BNB, BNDES e Transpetro.

Enquanto negocia a participação em outros festivais, Wolney antecipa que a produção já tem distribuição comercial nacional garantida para o segundo semestre de 2012 pela distribuidora Imovision, de São Paulo. Portanto o grande público poderá ver o filme nos cinemas em 2012. "A princípio, serão 10 salas, incluindo Fortaleza. O aumento desse número depende da bilheteria", avalia.

Ele afirma que, atualmente, um documentário que atinge a marca de 15 mil espectadores pode ser considerado um grande sucesso. De acordo com o cineasta, porém, o êxito comercial de um filme depende de três fatores. O primeiro deles, explica, é que seja bom. "E o nosso, pelo que temos lido e ouvido da crítica especializada preenche este requisito". O segundo fator é se o filme é ficção ou documentário. Para Wolney, o primeiro tipo leva vantagem. O último fator, ressalta, é a verba disponível para o lançamento. "Para se fazer uma campanha digna é preciso, no mínimo, de cerca de R$ 400 mil. Estamos em processo de captação destes recursos".

Apesar da temática bastante regional - o roteiro é baseado na história dos ex-cangaceiros do bando de Lampião, Moreno e Durvinha -, Wolney aposta que o longa irá despertar a atenção do público em todo o Brasil. "No Nordeste, já é esperado que o interesse seja maior, mas o cangaço é um tema que interessa ao mundo inteiro", defende.

Wolney Oliveira destaca a importância dos investimentos públicos em audiovisual. Ele revela que a qualidade do cinema cearense tem provado que o investimento que o Governo do Estado destina ao mesmo compensa, e deve ser incrementado, não só pela possibilidade de geração de empregos mas, em especial, pelos recursos que o cinema tem injetado na economia local, recursos de prêmios nacionais do Ministério da Cultura e da Ancine e captados na iniciativa privada pelas leis Rouanet e do Audiovisual. Os valores somados, nos últimos cinco anos, injetados na economia cearense, conta Wolney, chegam a mais de R$ 10 milhões. "Por isso, achamos de fundamental importância, o fato de um nome, como o de Roberto Smith, ter assumido a Adece (Agência de Desenvolvimento do Ceará). O audiovisual brasileiro, através da Lei 12.485/2011 terá, em 2012, R$ 400 milhões de recursos adicionais para produção audiovisual. Deste valor, obrigatoriamente, pela referida lei, 30% devem ser gastos nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste, o que implica, no mínimo, que o Nordeste terá à disposição R$ 40 milhões para a produção audiovisual e o estado que estiver melhor estruturado e organizado terá mais chances de utilizar esses recursos", acrescenta.

fonte:
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1083903

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Ministério da Cultura premiará jovens produtores


O Ministério da Cultura publicou hoje, no Diário Oficial da União (DOU), o edital ‘Prêmio Agente Jovem de Cultura: Diálogos e Ações Interculturais’. Por meio da Secretaria de Cidadania Cultural, o MinC vai premiar 500 iniciativas de jovens entre 15 e 29 anos. As inscrições para a premiação começam nesta quinta (15/12) e vão até 31 de janeiro de 2012.

O edital é uma parceria entre o MinC – que investirá R$ 2,9 milhões – e os ministérios da Saúde (R$ 1 milhão) e do Desenvolvimento Agrário (R$ 600 mil), além da Secretaria Nacional de Juventude (R$ 500 mil).


Podem concorrer ao prêmio iniciativas existentes e já concluídas nas áreas de comunicação, tecnologia, pesquisa, formação cultural, produção artística, intercâmbio e sustentabilidade. Cada selecionado irá receber premiação no valor de R$ 9 mil. Os premiados poderão se inscrever de acordo com a faixa etária: serão 200 bolsas para jovens entre 25 e 29 anos, número igual para aqueles que têm entre 18 e 24 anos e outras 100 para os jovens de 15 a 17 anos. As inscrições poderão ser feitas pela internet, por meio do SalicWeb, ou pelos Correios.


O edital terá duas fases: habilitação das propostas (análise documental eliminatória) e seleção (eliminatória e classificatória). Os projetos serão avaliados a partir dos seguintes critérios: criatividade, inovação e boas práticas; impacto social da iniciativa; comprovação da qualidade e efetividade das estratégias de comunicação e de estratégias que promovam o empoderamento para o autocuidado; sustentabilidade valorização da cidadania e da diversidade cultural brasileira.


Para a secretária de Cidadania Cultural do MinC, Márcia Rollemberg, é importante identificar e valorizar o que vem sendo feito por jovens que trabalham com a cultura no Brasil. “Esse prêmio é o primeiro passo de um processo de ação mais ampla e permanente, que vai envolver trabalhos de fortalecimento da formação do agente jovem de cultura, incluindo bolsas de formação, com uma parceria, também, do Ministério da Educação (MEC)”, diz a secretária. 

fonte:
http://www.baixadafacil.com.br/cultura/ministerio-da-cultura-premiara-jovens-produtores-1590.html

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

SANGUE DO MEU SANGUE MELHOR FILME NO FESTIVAL INTERNATIONAL DU FILM DE PAU EM FRANÇA

O festival, que homenageava este ano grandes nomes do cinema, Eustache, Truffaut, Skolimowski e Bonello, apresentou sete filmes em competição, tendo Sangue do meu Sangue conquistado o prémio máximo, que será recebido por Anabela Moreira, esta noite, na cerimónia oficial. 


Sangue do meu Sangue de João Canijo vence o Prémio de Melhor Filme no Festival International du Film de Pau, em França, certame que hoje termina. 
 

 
Sangue do meu Sangue estará também em competição no Miami International Film Festival que revelou ontem a sua competição oficial, onde serão apresentados os últimos filmes de Benito Zambrano, Cristián Jiménez e Carlos Sorín, entre outros. 
 
Sangue do meu Sangue está há dez semanas em exibição em Portugal, sendo já o filme português mais visto de 2011. Tem somado prémios e aplausos em vários festivais e foi já seleccionado para mais uma dezena de festivais internacionais.

Ancine apresenta estrutura das regras do SeAC ao Conselho Superior de Cinema

A Ancine fez uma apresentação esta semana ao Conselho Superior de Cinema sobre a estrutura que pretende dar à regulamentação do Serviço de Acesso Condicionado (SeAC). Ainda que não tenha dado detalhes de como será a regulamentação em si (cuja aprovação para consulta pública deve ocorrer na próxima quinta, 15, na reunião de diretoria da agência), é possível ter uma ideia do que esperar em cada uma das três instruções normativas (INs) que são esperadas para essa primeira etapa da regulamentação, que precisa estar concluída até o dia 12 de março. Segundo participantes da reunião, a indicação é de que essa estrutura deve ser a aprovada pela diretoria da agência. Vale lembrar que o Conselho Superior de Cinema é o órgão que dá as diretrizes políticas de atuação da Ancine. A apresentação está disponível na homepage do site TELETIME.

Segundo a apresentação feita por Manoel Rangel, presidente da Agência Nacional de Cinema, haverá três instruções normativas (o equivalente, na Ancine, aos regulamentos editados pela Anatel): uma referente ao credenciamento de programadores e empacotadores; outra de caráter geral, referente às atividades de programação e empacotamento; e uma terceira com as regras de fiscalização e penalidades. Essa estrutura já havia sido antecipada no Seminário TELA VIVA/MIS, realizado em novembro pela Converge Comunicações (que edita este noticiário).

Na IN de credenciamento, a Ancine pretende estabelecer as responsabilidades administrativa e editorial, colocar os mecanismos de aferição de composição societária, detalhar quais as informações sobre canais, devem ser fornecidas por parte das programadoras e quais as informações sobre composição dos pacotes, a ser fornecidas empacotadoras.

A IN geral é a mais importante, pois trata das regras do SeAC referentes à programação em si.  Pela apresentação, esta deve ser a regulamentação mais polêmica, pois tratará de temas como "questões relacionadas a capital brasileiro, vínculos entre produtoras, programadoras e empacotadoras e direitos de dispor e explorar o conteúdo audiovisual". A Ancine destaca que atuará buscando a "promoção da competitividade, da pluralidade e da competição", com "fortalecimento das empresas de comunicação (programadoras) e das produtoras independentes".

Titularidade
Uma das questões mais antecipadas e consideradas mais preocupantes por parte dos grandes players de TV por assinatura atuais, sobretudo Globosat e canais estrangeiros, diz respeito à titularidade das obras. Na apresentação feita pela Ancine há uma dica do que esperar. Nas definições, a Ancine indica que os conteúdos que caracterizam o "espaço qualificado" são aqueles "capazes de estruturar uma indústria e que geram receita após sua primeira comunicação pública". Já o conteúdo brasileiro que constitui espaço qualificado tem como característica ter seus direitos com empresas brasileiras, não se especificando, pelo menos nessa apresentação, qual é essa empresa (o que dá a entender que poderia ser o próprio canal). No entanto, o conteúdo que constitui espaço qualificado produzido por produtora brasileira independente terá seus direitos com as produtoras independentes, segundo a apresentação.

Novidades
A apresentação da Ancine ao Conselho Superior de Cinema indica, por outro lado, que algumas novidades podem ser esperadas da regulamentação do SeAC. Por exemplo, espera-se alguma disposição sobre reprises, uma definição mais clara do que sejam os pacotes de programação, uma regra sobre o posicionamento dos canais brasileiros de espaço qualificado na grade de canais (line-up) e as condições em que programadoras e empacotadoras poderão estar dispensadas das obrigações.

Condecine
A instrução normativa sobre fiscalização deve apenas adequar a regulamentação atual aos termos da Lei 12.485 e estabelecer os procedimentos recursais.
Outra novidade deve ser uma norma, a ser editada possivelmente no começo de 2012, sobre os novos fatos geradores de Condecine. Nessa norma estarão as regras para os "serviços de telecom que potencialmente podem veicular conteúdos audiovisuais" e "sobre veiculação de obra audiovisual publicitária incluída em programação internacional".

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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Lenha na história - ( por US$ 20. )

Depois de três anos pesquisando em bibliotecas, museus e arquivos de organizações históricas, Sumner McKane dirigiu o documentário In The Blood. Em 73 minutos, ele mostra o estilo de vida dos lenhadores da floresta de Maine, ao noroeste dos Estados Unidos, e seu trabalho numa época entre a passagem do século 19 ao século 20.

Corte de árvore pode não ser o assunto mais interessante ou agradável, mas Sumner quis deixar claro que esses lenhadores formavam uma comunidade que imprimiu hábitos de sustentabilidade e respeito com o meio ambiente.

“É um registro histórico, que mostra muito o caráter e as habilidades desse povo, como no processo de escoar madeira pelo rio”, explica Sumner, que também compôs a trilha do filme.

É curioso ver que talvez os lenhadores do Maine tenham sido os pioneiros na modalidade stand-up paddle em corredeira, equilibrando-se em cima de troncos e improvisando em galhos como remo. Veja no trailer acima.


veja video: http://vimeo.com/20703601








O DVD está disponível no site por US$ 20.  





fonte:
http://gooutside.uol.com.br/1168

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Festival integra jovens de Canoa Quebrada com as artes

Italo Alisson Almeida tem 16 anos e nunca foi além de 30 km de Canoa Quebrada, região famosa pela praia repleta de dunas no município de Aracati, no Leste cearense. Italo não conhece nem mesmo a capital Fortaleza nem nunca foi ao cinema, mas já é diretor.

O rapaz, que mora com a mãe, diarista, e o padrasto, participou da mostra paralela do 7º Curta Canoa - Festival Latino-Americano de Cinema de Canoa Quebrada. O objetivo principal do evento é integrar a comunidade com os projetos audiovisuais. E Italo é prova de que a iniciativa tem sido bem-sucedida. Se o cinema ajuda a construir sonhos de quem o assiste, também forma jovens cidadãos mais conscientes da realidade que os cerca.

Confundido com alguém da produção aos 11 anos, Italo foi ficando no festival. De ajudante, tornou-se aluno das oficinas ministradas durante o ano, que levam conhecimentos básicos sobre a arte de filmar a crianças e adolescentes. O cinema, aqui, é elemento não só de arte como de resgate social. Assim como o jovem e moradores do local, o idealizador do projeto, Rodrigo Tasso, também atesta que as drogas tornaram-se um problema de saúde pública na região e o envolvimento com a produção de filmes mantém os adolescentes em outro caminho.

O Canoa Faz Cinema - projeto em que os jovens alunos dirigem seus filmes - deu certo e expandiu-se para o distrito ao lado. Majorlândia Faz Cinema é apenas mais um tijolo na construção do sonho de Tasso de ter uma cidade inteira envolvida com o cinema. Ideal que é compartilhado com Fernando Maia, um dos professores da Faculdade Católica do Ceará (Marista), que também ministram oficinas durante o evento. O carioca assinala as cores e luzes do Ceará e a visão ainda pouco contaminada de comunidades que tiveram até então o mínimo contato com o cinema como um diferencial. "É um jeito de estimular uma linguagem própria. É assim que funciona o audiovisual, contar uma história através do seu olhar. Não há coisa melhor que pegar pessoas com 'HD zerado'."

E é numa quadra aberta, com jeitão de praça, que todos os filmes - incluindo um grupo de latino-americanos vindo do FAM, o Florianópolis Audiovisual Mercosul - que os filmes são exibidos. Entre a segunda e o sábado passados, mais de cem filmes foram apresentados. Evento que coloca garotos da comunidade, como Italo, ao lado de jovens que já desenham um portfólio cinematográfico consistente, como Thiago Valente. Fortalezense radicado no Rio, ele viu seu curta, "Laura", o quinto que dirige, no telão ao ar livre emoldurado pela lua cheia.

Dirigido por Adriano Lima desde a primeira edição, um apaixonado por cinema, o Curta Canoa ainda envolve a conscientização do meio ambiente como reciclagem de lixo, plantio de mudas de árvores e apoio à moda local. Pequenas ações em prol da comunidade que, aliadas ao aprendizado do cinema, ajudam a florescer cidadãos melhores. Como Italo. No nono ano do Ensino Fundamental e orgulhoso de seu primeiro trabalho cinematográfico, o rapaz tem consciência dos obstáculos, mas está recheado de autoestima suficiente para conquistar seus objetivos.

 As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

fonte:
http://www.parana-online.com.br/editoria/almanaque/news/580293/?noticia=FESTIVAL+INTEGRA+JOVENS+DE+CANOA+QUEBRADA+COM+AS+ARTES

Filme "Frontera" de David Cardoso estreia hoje em Campo Grande

Filme conta a história de sargento que negocia a libertação de reféns

O média metragem “Frontera”, do cineasta David Cardoso, terá pré-estreia nesta segunda-feira (12), às 19h30, no Museu da Imagem e do Som (MIS-MS), em Campo Grande. A entrada é franca.

O filme de 45 minutos recebeu o patrocínio de R$ 70.000 do Fundo de Investimentos Culturais de Mato Grosso do Sul (FIC-MS).

O antigo projeto do cineasta brasileiro chega às telas de cinema do Brasil e do Paraguai. “Frontera” pontua as relações entre Brasil e Paraguai através de personagens intensos.

Os conflitos éticos dão tempero ao roteiro, que pretende desmistificar pré-conceitos e oferecer um panorama diferente ao cotidiano da fronteira.

O enredo, segundo David Cardoso, resgata a honra e a credibilidade das pessoas que moram na fronteira, estigmatizadas no restante do Brasil.

A história

Conta a história de um sargento da Polícia Nacional do Paraguai, que negocia a libertação de reféns após um seqüestro e tem de lidar com a ganância de quem busca apenas o dinheiro, em ambos os lados.

“Eu queria falar de um policial incorruptível, para mostrar que não se pode generalizar. Mas, pesquisando, o que eu esperava encontrar, não apareceu. “Descobri um universo de armas pesadas, com metralhadoras dez vezes mais pesadas do que aquelas que gente vê no cinema”, conta.

As filmagens começaram em agosto deste ano entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero.

O elenco

Além de David Cardoso, diretor e também ator na película, participam do filme a cantora paraguaia Perla, a cantora Natália Cabrera, Aires Gonçalves, Expedito Montebranco, Victor Wagner, David Cardoso Junior, James Cardoso, Osvald Cardoso Neto, Brenda Rebello, Paula Portes e o músico Marcelo Loureiro. Atuaram como figurantes Dejacir Massaranduba (Boy), Marcelino Nunes, entre outros.

O filme foi produzido pela sua própria empresa, a DaCar Produções e pela Render Brasil.

O Museu da Imagem e do Som fica no Memorial da Cultura e Cidadania, na avenida Fernando Correa da Costa, 559.

(Com informações da Fundação de Cultura)


 Fonte: Valdelice Bonifácio - Capital News ( www.capitalnews.com.br )

Destacam em Cuba avanços do festival de cinema de Margarita

Havana, 10 dez (Prensa Latina) O Festival de Cinema Latino-americano e Caribenho de Margarita reporta um crescimento a cada edição, afirmou aqui Luís Luker, diretor desse evento, participante na festa cinematográfica que conclui manhã.

Durante a edição anterior realizamos um importante fórum entitulado Tela nacionais ou privadas, disse à Prensa Latina.

Nesse encontro pedimos licença ao mister danger (senhor perigoso) para exibir nossos audiovisuais, expressou.

Mister danger é um apelido que o presidente de Venezuela, Hugo Chávez, utilizou durante a emissão número 225 de seu programa televisivo e radial Alô Presidente, para se referir ao então mandatário dos Estados Unidos, George W. Bush.

Mas o mais interessante, acrescentou, foi o debate do documento elaborado como resultado desse evento, o qual se apresentou à secretaria da União de Nações Sul-americanas (Unasur).

O documento tem a ver com a distribuição e exibição do nosso cinema latino-americano, que tem sido durante muitos anos uma problemática, reconheceu.

Segundo Luker, o festival registra grandes acordos bilaterais e multinacionais quanto à produção cinematográfica, para a qual se criaram fundos.

Em tal sentido, anunciou, nos próximos dias a direção do festival tem previsto uma reunião com o conselho superior da Fundação do Novo Cinema Latino-americano.

A ideia é que juntos com a fundação, como instância política da festa cinematográfica de Margartita, elaboremos o projeto definitivo que se apresentará à Unasur no primeiro trimestre do próximo ano.

Pensamos para o encontro de 2012 continuar com estes fóruns e organizaremos talvez um evento sobre a dramaturgia do nosso cinema latino-americano, adiantou.

Além disso, no contexto do festival celebraremos o encontro de produtores de Iberoamérica, acrescentou.

Frente a uma interrogante da Prensa latina sobre a festa cinematográfica havanera, Luker respondeu que "sem dúvidas é nosso festival de toda a vida, são 33 edições, não é qualquer coisa".

Claro, acrescentou, é a grande referência do cinema dos povos ao sul do rio Bravo.

Desde 2009 celebra-se o Festival de Cinema Latino-americano e Caribenho na Ilha de Margarita.

O mesmo é organizado pelo Ministério do Poder Popular para a Cultura, através da Plataforma do Cinema e Meios Audiovisuais e da Distribuidora Nacional de Cinema Amazonia Filmes.

fonte:
http://www.prensa-latina.cu/index.php?option=com_content&task=view&id=458478&Itemid=1

sábado, 10 de dezembro de 2011

7º FestAruanda – festival de cinema em João Pessoa-PB

Com entrada gratuita, a mostra anual tem seis dias de exibição de filmes. A entrada para o evento é gratuita. O 7º FestAruanda do Audivisual Brasileiro acontece de 9 a 14 de dezembro e reúne 55 curtas e sete longas, dos quais seis são inéditos.

Além da mostra competitiva com troféus e prêmios, o festival oferece oficinas e seminários com inscrições gratuitas. Entre os seminários destacamos “Do Auto da Compadecida ao Cordel Encantado – A cultura popular na teledramaturgia brasileira” com a participação das autoras da novela Cordel Encantado, Duca Rachid e Thelma Guedes.

Nesta edição, Antônio Pitanga (ator) e Luiz Carlos Vasconcelos (ator, diretor teatral e produtor cultural) e Bete Mendes (atriz) ganharão homenagem “Pelo conjunto da Obra”. A cineasta Lucia Murat receberá o troféu Elizabeth Teixeira – de Contribuição Feminina ao Cinema e ao Audiovisual Brasileiro.

Longas inéditos: Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios (Beto Brant), Marighella (Isa Grispum), Uma longa viagem (Lúcia Murat), Teus olhos meus (Caio Sóhma), Malditos cartunistas (Daniel Garcia e Daniel Paiva), Raul – o início, o fim e o meio (Walter Carvalho). Outro longa da programação: Rock Brasília – Era do Ouro (Vladimir Carvalho).


Ator Antonio Pitanga, atriz Bete Mendes, Ator, diretor e produtor cultural Luiz Carlos Vasconcelos e a cineasta Lucia Murat serão os homenageados do 7º FestAruanda - Festival de Audiovisual em João Pessoa-PB. Fotos: Ego.Globo.com

Veja a programação completa no site do FestAruanda.

fonte:
Babel das Artes

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Aprovada Lei do Cinema e Audiovisual - 07-12-2011 Africa/Luanda



Foi aprovada esta quarta-feira, 30, na generalidade e por unanimidade, em Plenário da Assembleia Nacional, a Lei do Cinema e Audiovisual.

O documento com 16 páginas estabelece no seu artigo 1º, as regras para o fomento, desenvolvimento e protecção da actividade cinematográfica e audiovisual, e aplica-se a todos Órgãos e Serviços da Administração Pública e demais entidades competentes, públicas e privadas.

Tem como objectivos incentivar a produção, exibição, distribuição, difusão e a edição de obras cinematográficas e audiovisuais, desenvolver os mercados de distribuição e exibição cinematográfica nacional, incentivando a sociedade civil e o público a promover e divulgar as obras de cinema e audiovisuais nacionais.

Promove de igual modo o desenvolvimento do sector empresarial no domínio cinematográfico e audiovisual, quer incentivando a criação de empresas, quer criando mecanismos fiscais e financeiros, que beneficiem as entidades que apoiam o desenvolvimento do sector.


Junta-se a estes o fomento a coprodução e co-participação internacional, com os Estados sobre os quais hajam acordos de cooperação no domínio do cinema e do audiovisual, sobretudo com os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e Comunidade dos Países da África Austral (SADC), o incentivo a divulgação e promoção, da produção cinematográfica e audiovisual, quer ao nível nacional e internacional.

A Lei propõe-se ainda ao fomento do ensino e estudo, da formação profissional, da pesquisa e da investigação, no âmbito das actividades cinematográficas e audiovisuais, incentivando as relações institucionais e intersectoriais entre os organismos e órgãos do sector cinematográfico e audiovisual com os dos sectores da Educação, Comunicação Social, das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, Ensino Superior, Ciência e Tecnologia. Visaainda garantir a segurança jurídica das obras cinematográficas e audiovisuais, através da defesa dos direitos autorais das obras, entre outras questões.

O Artigo 5.º por exemplo, alude que Estado garante a existência do património cinematográfico e audiovisual, que constitui parte integrante do património cultural do país, através da criação e aplicação das medidas necessárias à sua conservação e valorização, promovendo o acesso público às obras que integram o património cinematográfico e audiovisual nacional para fins educativos, de investigação cultural e científica, de acordo com as regras de conservação patrimonial.

A par disso, promove o depósito, a preservação e o restauro do património fílmico e audiovisual nacional, bem como o património fílmico e audiovisual internacional mais representativo.

Assegura a existência de uma colecção que inclua todos os filmes nacionais e equiparados, bem como filmes internacionais de reconhecida importância histórica e artística.

http://www.opais.net/pt/opais/?id=1787&det=24462

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Literatura com batata frita - vídeo 16 min.

Tudo mundo sabe: nos bairros mais periféricos de São Paulo, mais afastados do centro da cidade, quase não há alternativas de lazer e cultura. Os parques são poucos. Não existem museus, teatros, salas de cinema. “O único espaço público que o Estado deu pra gente foi o bar”, diz o poeta e escritor Sérgio Vaz. “Pra quem pensava que a gente ia se acabar bebendo cachaça, a gente transformou o bar em centro cultural. Então, fodeu: não tem mais como controlar a gente, porque o que não falta na periferia é bar.”


Curta metragem oferece panorama do fenômeno cultural que ganha cada vez mais adeptos nas periferias de São Paulo — e fora delas também


Sérgio Vaz é um dos criadores da Cooperifa, precursora de um dos movimentos culturais mais importante da capital paulista — e do país — neste começo de século 21: os saraus da periferia. São apresentações de música, teatro e poesia feitas pelos (e destinadas aos) próprios moradores da comunidade. Começaram a ganhar força por volta de 2001, no Capão Redondo, bairro da Zona Sul de São Paulo até então conhecido apenas como uma das regiões mais violentas da cidade. Hoje em dia se multiplicaram por grupos e quebradas: Elo da Corrente, Sarau da Brasa, Sarau da Ademar, Sarau da Vila Fundão e Sarau do Binho são alguns de seus representantes.
São também tema do filme Curta Saraus, que oferece um panorama dos principais centros irradiadores da chamada “cultura de periferia” em São Paulo. “Antigamente a gente pensava assim: ah, o bairro não tem nada. Mas o que a gente pode fazer pra intervir no bairro? O sarau, hoje, é nossa alternativa”, diz o poeta Michel Yakini às câmeras do diretor David Alves da Silva, que contou com o apoio do Ministério da Cultura para rodar o vídeo de 15 minutos (acima).
Mas nem só de alternativas culturais para a população da periferia são feitos os saraus. “O Sarau é uma festa, um princípio de revolução, transformação”, atesta Binho, do Sarau do Binho. No filme, é possível perceber que, ao lado da expressão artística, os versos dos poetas ou as performances cênicas dos atores da periferia carregam uma imensa vontade de transformação social. “A gente está vivendo nossa Primavera de Praga, nossa Tropicália”, compara Sérgio Vaz.
E a riqueza do movimento há tempos foi percebida nas regiões centrais da cidade — e valorizada por setores da classe-média. Não que os saraus precisassem da aprovação intelectual de quem quer que seja para continuar existindo ou reafirmar sua importância cultural e social. Mas é um fato que chamaram a atenção. “A gente tá sendo estudado nas universidades”, lembra Férrez, escritor. “Em muito lugar que a gente nunca ia entrar como pessoa, a gente tá entrando como livro.”

fonte:

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O avanço do mercado de documentários no Brasil

O Observatório da Imprensa exibido ao vivo na terça-feira (29/11) pela TV Brasil discutiu o bom momento do mercado de documentários no país. Em 2010, estrearam mais de 40 produções de não-ficção nacionais, que levaram cerca de 850 mil espectadores às salas de exibição. Em comparação com o cinema de ficção, sobretudo com os blockbusters internacionais, os números do cinema documental brasileiro ainda são acanhados, mas representam um avanço. Entre os fatores que contribuíram para o aumento do número de produções está a tecnologia digital, que barateou os custos de gravação e edição.



Em 2010, estrearam mais de 40 produções de não-ficção nacionais, que levaram cerca de 850 mil espectadores às salas de exibição

Por Lilia Diniz, Observatório da Imprensa

Alberto Dines recebeu dois cineastas no estúdio do Rio de Janeiro: Eduardo Escorel e Vicente Ferraz. Escorel dirigiu, produziu e montou diversos filmes desde 1965, como Terra em Transe (1967), Macunaíma (1969), Cabra marcado para morrer (1984) e Santiago (2006). Dirigiu os documentários Chico Antônio – O herói com caráter (1984), 35 – O assalto ao poder (2002), Vocação do Poder (2005) e O Tempo e o lugar (2008). Vicente Ferraz dirigiu vários curtas e documentários no Brasil e na América Central. Seu primeiro longa-metragem, o documentário Soy Cuba, O Mamute Siberiano (2005), foi premiado nos Festivais de Gramado, Recife, Guadalajara e outros. Ano passado, Ferraz participou do festival “É Tudo Verdade” com o documentário Arquitetos do Poder (2010).
Em editorial, Dines sublinhou que o cinema nasceu documental e, depois, partiu para “os labirintos da imaginação”. “Apesar das ilimitadas possibilidades do filme de ficção, o documentário conseguiu atravessar incólume os 116 anos da história do cinema. E, ao contrário do que aconteceu com o Jornalismo, as novas tecnologias só o legitimam e o reforçam. Mas a sobrevivência do documentário também tem a ver com a formidável coleção de eventos ao longo dos séculos XX e XXI, nos quais foi testemunha e agente”, analisou. Para Dines, o filme de não-ficção é o “antídoto” das telenovelas e, talvez por isso, a televisão comercial não dê a este gênero o estímulo que merece.

Sentimentos vs. Realidade
A reportagem exibida antes do debate ao vivo mostrou a opinião de cineastas, críticos e estudiosos do setor. O consagrado documentarista Eduardo Coutinho concedeu uma entrevista ao programa onde comenta que parte dos documentários não se paga com a exibição. O público de alguns não chega a 5 mil espectadores. “O que existe como referência para quem quer fazer um filme e ter uma chance de ter espectadores é fazer um filme sobre música. E alguns são excelentes”, destacou.

Coutinho comentou a interseção entre as atividades de jornalista e de documentarista: “Eu não faço filmes em que esses dados jornalísticos sejam importantes. Essas pessoas com quem eu falo não estão no Google. Então, não tem essa coisa de você entrevistar, ter a fonte e dizer ‘como? Mas aqui no Google está que você…’. Não são Napoleões, são Silvas. E falam de sentimentos. Então, eu não posso checar se ela amou, foi feliz ou não. Sempre há algo de verdadeiro e algo de teatral, que é para dar sentido à vida dela. E eu não estou ligando”. Coutinho explicou que ficam de fora de seus filmes os mitômanos, os que dizem que têm oito filhos e na verdade não têm, ou os que afirmam que conhecem astros como Lady Gaga ou Grace Kelly.

Para Coutinho, o caráter jornalístico é importante para os filmes de não-ficção, mas acaba gerando uma “maldição” para o estilo de documentário “anti-jornalístico”. “Ainda hoje, no mundo, o que mais interessa ao público – e à televisão mundial então nem se fala – é o seguinte: um grande documentário sobre a invasão do Iraque, um outro sobre os papéis do Pentágono. Filmes que falam sobre o real político mas que não são de caráter realmente jornalístico. Eu simplesmente fico louco porque as pessoas vão ver esses filmes não porque são bem ou mal feitos. Não interessa quem fez. É porque o assunto interessa. E eu digo: o que interessa em um filme é como ele é feito e não de que ele é feito”.

Incentivo do governo
Pedro Butcher, editor do site Filme B, especializado no mercado de cinema no Brasil, explicou que 850 mil espectadores representam apenas 3,5% do público brasileiro, mas que esta é uma cifra significativa. “A gente tem um número excepcional de documentários em cartaz no Brasil. Acho que se a gente for estudar um pouquinho dos outros países é muito difícil encontrar a mesma quantidade em cartaz na mesma semana, na mesmo época. Às vezes estreiam dois na mesma semana”, ressaltou. O jornalista destacou que a facilidade de produção atual no Brasil conta com um estímulo do governo através de programas de fomento ao setor, como o Doc TV. “E a partir de um certo momento alguns desses programas ficaram tão legais, tão interessantes, que passaram a chegar ao cinema”.

O crítico de cinema Carlos Alberto Mattos, especializado em documentários, sublinhou que o país está construindo uma tradição no setor. “Já é de alguns anos que a gente vem com um público mais ou menos, eu não digo que seja um público de uma explosão de audiência, mas um público frequente, um público regular e com a chance de levar os filmes às salas de cinema, o que 10, 15 anos atrás era impensável”. O crítico explicou que os documentários músicais têm potencial para atrair o público porque o povo brasileiro tem uma paixão natural pela música.

Para o cineasta Wladimir de Carvalho, o documentário no Brasil tem se firmado. “O documentário tem assumido uma importância tão grande, tão definitiva quanto um filme de ficção na nossa cinematografia. Às vezes até se projetando, em alguns casos, de uma forma bem superior, batendo acima dos níveis dos filmes de ficção”. Na visão do cineasta, não foi o documentário brasileiro que melhorou de nível. “Ele sempre foi muito interessante, muito bom. Foi o público que passou a se interessar. Por conta do trabalho das cinematecas, dos cineclubes e do ascenso da classe universitária, do interesse pelo país, daqueles que acompanham a vida política, especialmente”.

Novas Tecnologias
Representante da nova geração de cineastas, Júlia Bacha, que está lançando o filme Budrus, destacou que as tecnologias mais acessíveis popularizaram os documentários. “Todo mundo pode ser um cineasta porque as câmeras ficaram muito baratas”, disse. No entanto, a distribuição destes filmes ainda é um desafio, sobretudo com o aumento da exibição dos filmes na internet. “Isso tornou mais difícil a comercialização, nas salas de cinema, destes documentários”, avalia.

O cineasta Evaldo Mocarzel explicou que o documentário contemporâneo brasileiro e mundial, graças às novas tecnologias digitais e aos diferentes tipos de experimentação de linguagens, está se ficcionalizando. Apropria-se de novas linguagens para tentar decifrar o real contemporâneo cada vez mais virtualizado, globalizado e imagético. “O documentário quer decifrar este oráculo contemporâneo que é a realidade”.

Na avaliação do cineasta Silvio Tendler, o cinema documental no Brasil sempre manteve um público fiel. “O público de documentário é o que assiste na laje, no clube, entre amigos, em uma escola, em uma universidade, e esse público não é contabilizado. E aí, claro que a bilheteria do documentário é pífia, mas isso é um erro de avaliação dos órgãos que normatizam”, explicou. Tendler ressaltou que, enquanto na ficção a estrutura está no roteiro, a estrutura do bom documentário está na arte de saber improvisar para construir um bom filme.

O programa relembrou a trajetória do diretor, roteirista e documentarista Alberto Cavalcanti. Precursor do gênero, Cavalcanti trabalhou na Europa na década de 1920, onde teve projeção na escola documental da França e da Inglaterra. Participou da fundação da Companhia Cinematográfica Vera Cruz e elaborou o anteprojeto para o Instituto Nacional de Cinema (INCE), no governo Vargas, entre outros trabalhos.

Olhar para o passado
Silvio Da-Rin, cineasta e autor de Espelho Partido – tradição e transformação do documentário, explicou que a trajetória do Alberto Cavalcanti é extremamente complexa. “Ele viajou muito jovem para a Europa, fez um curso de cenografia na Suíça. Ele foi para a Europa estudar Arte, acabou na França dando importante contribuição à vanguarda francesa. E fez um filme, La Petit Lilie, que é um dos filmes marcantes do movimento vanguarda do cinema francês”. Para Da-Rin, a obra de Cavalcanti é pouco conhecida e valorizada no Brasil.

No debate ao vivo, Dines questionou se o sucesso do documentário no Brasil se deve ao fracasso dos meios de comunicação, que não conseguem dimensionar a realidade. Eduardo Escorel ponderou que é inegável que na última década se formou uma cultura em torno no cinema documentário, mas há um caráter ilusório neste cenário porque as dificuldades do setor são imensas. “Grande parte desta produção tem problemas sérios para conseguir ser vista. Embora o número total – 850 mil espectadores – seja alto, há muitos filmes sendo vistos por 2 mil, 3 mil pessoas”, disse o cineasta. Para Escorel, é questionável a premissa de que o documentário no Brasil, em geral, esteja passando por um momento tão vibrante. “A capacidade humana de lidar com a realidade é muito frágil e essa talvez seja uma barreira para o cinema documentário”, disse.

Vicente Ferraz ressaltou que, por um lado, há um inegável aumento dos documentários, mas as dificuldades do mercado são grandes. “O documentarista tem que se colocar em relação a isto: ‘será que o meu filme só existe na medida em que eu exibo em uma sala de cinema?’. Claro que a sala de cinema é muito importante. Eu fiquei pensando sobre essa cultura de zapear que a gente tem. A gente está vivendo um grande momento em que você fica o dia todo zapeando entre os canais e a internet. E no cinema, a única maneira de você zapear é você sair no meio da sessão. Para você, como realizador, é muito bom ter este espaço onde o documentário que você fez tem a capacidade de permanecer para o espectador”. Na avaliação do cineasta, a crise na maneira de narrar as histórias no cinema pode ser decorrente deste excesso de informação e da fragmentação do mundo contemporâneo.

Forma e conteúdo
As questões colocadas por Eduardo Coutinho sobre jornalismo e documentário foram discutidas pelos convidados no estúdio. Para Vicente Ferraz, a comercialização e a divulgação dos documentários interferem na forma como eles são recebidos pelo público. Um documentário sobre a Primavera Árabe, que é “o tema do momento”, terá um interesse maior por parte dos espectadores. “Agora, se esse é um grande documentário ou se é como o Coutinho falou, apenas um derivado do telejornalismo, é uma questão mercadológica. Não é uma questão artística e estética”, ponderou. O cineasta contou que um dos filmes que mais marcaram a sua vida tinha como tema central a chuva. Portanto, o público de cada estilo é diferente.

Eduardo Escorel sublinhou que sempre existiram documentários de caráter jornalístico e informativo. “Se desenvolveu uma vertente do cinema documentário que tem um compromisso diferente do compromisso da imprensa. E há um campo muito grande de trabalho neste sentido, de filmes em que o processo de feitura em si é o mais importante, que respondem mais a uma necessidade ou curiosidade do documentarista, a um processo de descoberta durante a própria realização e menos a uma coisa que vem da tradição mais informativa, de caráter mais didático”, avaliou o cineasta. Para Escorel, o documentarista não precisa ensinar. Ele pode se propor a descobrir e a registrar esse processo da descoberta, o que pode gerar documentários interessantes.

Um telespectador do programa questionou se o aumento da produção de documentários reflete uma busca pela realidade do país por parte das plateias. Eduardo Escorel tem dúvidas se o espectador que se interessa por documentários está em busca da realidade do Brasil. “Esse contato com a realidade é muito ingrato e os documentários que fazem mais sucesso, em geral, são um pouco distantes dessa imagem do documentário ligado à crítica social ou política ou à apreensão ou problemas da realidade brasileira. Os espectador que vai à sala de cinema hoje em dia vai muito em busca do entretenimento”, avaliou. Para Vicente Ferraz, a questão da exibição dos documentários em salas de cinema sofre um “gargalo”. Além disso, poucos canais exibem a produção documental, panorama diferente de outros países, onde os filmes de não-ficção têm grande espaço nas grades de emissoras comerciais.

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Antídoto das telenovelas
Alberto Dines # editorial do Observatório da Imprensa na TV nº 621, exibido em 29/11/2011
Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
O cinema nasceu documental e nisso a sétima arte não se diferencia das demais artes que começam descrevendo a realidade e, depois, embrenham-se pelos labirintos da imaginação.

Apesar das ilimitadas possibilidades do filme de ficção, o documentário conseguiu atravessar incólume os 116 anos da história do cinema. E, ao contrário do que aconteceu com o jornalismo, as novas tecnologias só o legitimam e o reforçam. Mas a sobrevivência do documentário também tem a ver com a formidável coleção de eventos ao longo dos séculos 20 e 21, nos quais foi testemunha e agente.

O Brasil vive hoje um inédito boom de documentários: aumentou espetacularmente o número de espectadores e o número de produções, mas, muito além das cifras, o que está visível é que o documentário incorporou-se definitivamente à cultura brasileira, faz parte da formação intelectual de, pelo menos, duas gerações de brasileiros. É o melhor antídoto das telenovelas e talvez por isso não receba da televisão comercial o estímulo que merece.

fonte:
http://ponto.outraspalavras.net/2011/12/05/avanco-mercado-de-documentarios-brasil/