sexta-feira, 27 de junho de 2014

São Paulo abre seleção para fomento ao audiovisual

A Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo abre nesta sexta-feira (27/6) inscrições para dois programas direcionados ao setor audiovisual: Programa de Fomento ao Cinema Paulista e Prêmio Estímulo de Curta-Metragem.



O Programa de Fomento ao Cinema Paulista contará com R$ 8 milhões, investidos pela Sabesp, por meio da Lei Rouanet. Serão distribuídos prêmios para produção e finalização de filmes em longa-metragem nos gêneros ficção, animação e documentário. Na modalidade produção, o valor máximo de apoio será de R$ 800 mil para cada projeto, totalizando R$ 6 milhões. O valor restante será destinado aos projetos de finalização, com prêmios individuais de R$ 300 mil, totalizando R$ 2 milhões.

A seleção das produções será realizada pela Secretaria de Estado da Cultura, que avaliará diversos critérios, entre eles a qualidade estética dos projetos, se estão previamente aprovados pela Agência Nacional de Cinema (Ancine) e se o diretor do projeto reside no Estado de São Paulo comprovadamente há mais de dois anos. Como contrapartida, desde 2012, todos os beneficiados também devem produzir cópias com legenda, com o intuito de ampliar o acesso ao conteúdo para pessoas com deficiência auditiva.

Esse programa já viabilizou a execução de filmes como O Cheiro do Ralo (Heitor Dhalia), Antônia (Tata Amaral), Reflexões de um Liquidificador (André Klotzel), É proibido Fumar (Anna Muylaert) e As Melhores Coisas do Mundo (Laís Bodanzky).

Já o Prêmio Estímulo de Curta-Metragem, criado em 1968, destinará em 2014 R$ 1,2 milhão para 15 projetos de filmes com duração igual ou inferior a 25 minutos, nos gêneros ficção, documentário e animação. Os projetos serão selecionados por meio de concurso – à semelhança do que acontece no ProAC Editais. Cada contemplado receberá R$ 80 mil para realização do projeto. No ano passado, foram registradas 268 inscrições.
O prazo para inscrições nos dois programas segue até 11 de agosto.

fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti http://www.culturaemercado.com.br/editais/sao-paulo-abre-selecao-para-fomento-e-estimulo-ao-audiovisual/
Mais informações no site www.cultura.sp.gov.br.

BrLab 2014 abre inscrições para projetos de longas

O BrLab 2014 – Laboratório de Desenvolvimento de Projetos no Brasil, recebe inscrições até o dia 21 de julho. Destinado à qualificação de profissionais do setor audiovisual, o laboratório acontece entre os dias 23 e 29 de outubro, no âmbito da 38ª Mostra Internacional de Cinema, na cidade de São Paulo.

 
Podem participar projetos de longas-metragens de ficção de países da América Latina e Península Ibérica, que tenham produtor e diretor definidos. No BrLab, os participantes terão oportunidade de trabalhar em seus projetos sob a orientação de profissionais renomados.

Serão selecionados 15 projetos: 10 pela convocatória (ao menos dois associados do Programa Cinema do Brasil) e cinco por meio de parcerias e convênios preestabelecidos.

Os selecionados, além da participação no laboratório, concorrem aos prêmios FiGa Films (aquisição para projetos que já tenham 50% do orçamento captado) e Vitrine Filmes (apenas para projetos que não sejam brasileiros). Dois representantes de cada projeto, caso não residam em São Paulo, terão suas despesas de passagem, hospedagem e alimentação custeadas pela organização do BrLab.

Realizadores com pelo menos um curta-metragem de ficção ou documentário no currículo poderão inscrever projetos na categoria Diretor Estreante. Para a categoria de Diretor Não-estreante, o realizador deve ter dirigido ao menos um longa-metragem.

A lista dos projetos selecionados será divulgada até o dia 5 de setembro.

O BrLab ainda promove atividades abertas ao público, como masterclasses, debates e estudos de caso.

As inscrições devem ser feitas pelo site www.lab-br.com.br

 Fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti http://www.culturaemercado.com.br/noticias/brlab-2014-abre-inscricoes-para-projetos-de-longas/
*Com informações do site da Ancine

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Espaço para o made in Pernambuco

A cultura contemporânea de Pernambuco não conta apenas com a explosão do movimento musical mangue beat em Recife. As novas ideias surgidas nos anos 1990 também ecoaram no cinema com o nascimento de uma outra maneira de ser pensar o audiovisual. Longe das superproduções nacionais, o mercado local se preocupou em apresentar densidade e ousadia ao lidar com temas variados de maneira autoral.

Um panorama dessa transformação artística chega a São Paulo a partir de quarta-feira na mostra ''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''O Novo Cinema Pernambucano'''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''', atração que o Centro Cultural Banco do Brasil (Rua Álvares Penteado, 112. Tel.: 3113-3651) irá receber até dia 10. Algumas sessões em DVD têm entrada franca enquanto exibições em película dos filmes custam entre R$ 2 (meia) e R$ 4.

O acervo montado conta com 16 longas e 13 curtas-metragens, mesclando ficções e documentários. Após passar por Brasília, o evento dá seguimento à sua itinerância pelo País. “Apesar de os filmes sempre terem tido boa recepção do críticos e serem marcantes, eles nunca foram calorosamente abraçados pelo público em geral quanto essas comédias novas que batem 1 milhão de espectadores. Muita gente nem sabe que parte dessa produção existe”, explica a curadora Marina Pessanha.

Um dos títulos que marcam a abertura é ''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''Baile Perfumado'''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''' (1997), dos diretores Lírio Ferreira e Paulo Caldas e tido como marco inicial desta fase. A sessão está agendada para as 17h30. O dia também contará com exibição do polêmico ''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''Amarelo Manga'''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''' (2002), do então estreante em longa-metragem Cláudio Assis, a partir das 19h30.

No foco de cineastas como Marcelo Gomes (responsável por ''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''Cinema, Aspirinas e Urubus''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''), Gabriel Mascaro (''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''Doméstica''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''), Marcelo Lordello (''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''Eles Voltam''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''), Kléber Mendonça Filho (''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''O Som ao Redor'''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''') e Hilton Lacerda (''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''Tatuagem'''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''') está um olhar sensível em torno de questões da vida urbana – muitas delas ligadas ao cotidiano de Recife. Entre as principais características das produções está o tratamento entre o tradicional e o moderno.

“Acho que essa produção é a mais instigante do Brasil atual. Trata-se de um cinema corajoso, que ousa em ideias e sempre busca experimentações, além de falar de coisas pouco abordadas, caso da classe média brasileira. Tudo tem sido feito com alta qualidade. E é interessante o aspecto de um movimento como esse aparecer fora do eixo Rio-São Paulo”, analisa Marina, ressaltando que a presença de curtas e documentários no evento ajuda a mostrar a evolução do movimento. “Esse novo cinema que vem de Pernambuco não é um ciclo, mas algo permanente.”

A programação completa do ciclo ''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''O Novo Cinema Pernambucano''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''

está na página da unidade do CCBB da Capital no site (www.bb.com.br/cultura).
fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti http://www.dgabc.com.br/Noticia/536875/espaco-para-o-made-in-pernambuco?referencia=mais-lidas

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Portuguese Film Commission até ao final de 2014 para atrair rodagens e promover o destino Portugal

Primeiro passo é grupo de trabalho agora criado e que envolve as tutelas da Cultura, Finanças, Desenvolvimento Regional e Economia. 
 
Rodagem do filme indiano "Balupu" em Lisboa em Abril de 2013 DANIEL ROCHA

O Governo vai criar até ao final de 2014 uma comissão para atrair mais produções de cinema e audiovisual para Portugal, à semelhança das film commissions regionais ou alocadas a cidades que já existem no país, e para tal criou um grupo de trabalho que envolve as tutelas da Cultura, Finanças, Desenvolvimento Regional e Economia. Em quatro meses, período em que o grupo de trabalho estará activo, a estrutura deve apresentar um relatório final.

O gabinete do secretário de Estado da Cultura adiantou ao PÚBLICO que esta nova comissão nacional "terá uma função agregadora e estará mais vocacionada para a gestão dos apoios ou benefícios que possam vir a ser criados para atrair" filmagens, bem como "para a promoção internacional", frisando a tutela que "não haverá sobreposição com a actividade das actuais Film Commissions, mas sim complementaridade".

Em Portugal existem várias film commissions criadas para atrair e facilitar, através de medidas como isenções de taxas, o trabalho de equipas estrangeiras para rodagens no país, como é o caso da Porto Film Commission, da Lisboa Film Commission ou da Minho Film Commission. De acordo com o Instituto do Cinema e do Audiovisual, além destas estão em actividade a Algarve Film Commission, a Azores Film Commission, a Arrábida Film Commission e a Madeira Film Commission. A sua existência é associada não só ao seu potencial gerador de receitas - gastos em hotelaria, restauração, transportes e contratação de técnicos locais, por exemplo -, mas também ao factor turismo: a ideia de que filmar Portugal como pano de fundo é produzir bilhetes postais que promovem o país como destino foi já sublinhado pelo secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, quando da presença de uma rodagem indiana em Portugal em Abril de 2013.

O objectivo da Portuguese Film Commission é, conforme consta do despacho publicado esta quarta-feira em Diário da República, que esta funcione como um instrumento de promoção do país enquanto palco de rodagens de cinema, televisão ou publicidade internacionais, servindo a futura comissão como um facilitador “operacional e estrutura de apoio” para essa promoção dos recursos naturais, arquitectónicos, empresariais ou laborais do país.

O grupo de trabalho, que é presidido por um representante do secretário de Estado da Cultura e constituído por representantes dos secretários de Estado dos Assuntos Fiscais, da Inovação, Investimento e Competitividade, do Turismo e ainda por um representante do secretário de Estado Adjunto do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, funcionará então durante quatro meses. O seu trabalho será “apresentar medidas para identificar factores de competitividade do território nacional de forma a atrair produções”, além da “parametrização de instrumentos financeiros de incentivo, de âmbito nacional, que permitam a captação de despesas de produções estrangeiras”.

A iniciativa surge contextualizada no despacho 7895/2014 com a necessidade de complementar a existência de uma film commission e acções de promoção da mesma com “mecanismos de incentivo financeiro” para “garantir uma competitividade real” e “consolidar” o país como destino de filmagens do estrangeiro. O despacho, subscrito por todos os secretários de Estado, indica ainda que a Portuguese Film Commission deve surgir “no quadro da estruturação de um eventual cluster sectorial para o cinema e para o audiovisual”.

fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/governo-cria-portuguese-film-commission-para-atrair-rodagens-e-promover-o-destino-portugal-1659512
 

terça-feira, 17 de junho de 2014

Short Plays: futebol na tela em três minutos

Diretores conceituados de cinema dos quatro cantos do planeta aceitaram abordar o tema futebol em curtas-metragens sem diálogos, dando origem à série Short Plays, desenvolvida para a TV pelo diretor mexicano Daniel Gruener.



A intenção é que os curtas sejam transmitidos diariamente durante o Mundial por vários canais de televisão em diversos países. “Minha ideia foi oferecer um tipo diferente de conteúdo durante a Copa”, afirma Gruener. Diretor do longa Sobrenatural (1996) e de diversos trabalhos premiados internacionalmente, o realizador quis criar um projeto que pudesse despertar também o interesse de públicos alheios ao universo do futebol.


Apichatpong Weerasethakul e Karim Aïnouz Ao lado do mexicano, que além de mentor da ideia também dirige um dos curtas, cerca de 30 diretores foram convidados a participar do projeto. São cineastas de renome, premiados entre outros nos conceituados festivais de Cannes, Berlim, Sundance ou Veneza. “Foi uma tarefa exaustante entrar em contato com esse grande número de diretores, todos eles com agendas cheias. Por fim, conseguimos a adesão de 25 nomes provenientes de países que participam do Mundial”, ressalta Gruener. Entre os envolvidos, figuram diretores como os brasileiros Karim Aïnouz e Marcelo Gomes, o tailandês Apichatpong Weerasethakul, o colombiano Carlos Moreno, o marroquino Faouzi Bensaidi, o italiano Luca Lucini e o português Pedro Amorim.




“Na verdade, não me interesso por futebol”, confessa o brasileiro Karim Aïnouz, diretor entre outros de Praia do Futuro, longa que estreou no último Festival de Berlim e está em cartaz nos cinemas brasileiros. “Gosto de nadar. Quando era adolescente, promovia uns jogos de futebol no quintal da minha casa”, relembra o diretor. “A pressão era grande, todo mundo tinha que jogar futebol. Mas depois de uns três jogos entendi que nao era a minha e não joguei nunca mais”. Ainda assim, o projeto de Daniel Gruener o convenceu.


Recorte do Brasil contemporâneo

“O Carlos [Reygardas, diretor mexicano] me ligou e falou do projeto, ele perguntou se eu teria interesse. Futebol não é um tema que me atrai muito, falei para o Daniel. Ele gostou disso, o que me aliviou”, recorda Aïnouz. O contato inicial com Daniel Gruener aconteceu em fevereiro deste ano, durante o Festival de Berlim: “O Daniel me ligou e ao longo da conversa fui entendendo que o curta não precisaria ser exatamente sobre futebol, e sim sobre a possibilidade de, durante a Copa, apresentar um pequeno recorte do Brasil contemporrâneo. Isso me mobilizou”, diz Aïnouz.

Para o projeto Short Plays, o diretor brasileiro convidou o amigo pernambucano e também cineasta Marcelo Gomes, com quem já havia dividido a direção do longa Viajo porque preciso, volto porque te amo (2009). Juntos, realizaram um curta que conta a história de um “mordomo” – função extinta e que descrevia o trabalho de organização e logística antes e após uma partida de futebol, no vestiário.



“O mordomo era aquele cara que limpava o vestiário, que dobrava as camisetas, recolhia as bolas. Era o subalterno do futebol, aquela figura invisível, sempre nos bastidores”, fala Aïnouz. “Marcelo e eu achamos bonito contar a história deste personagem e não necessariamente do jogo em si ou o óbvio de uma partida de futebol, com seus gols e vitórias”, completa. Além disso, continua o diretor, foi desafiante criar em cima de um tema tão importante para os brasileiros: “Futebol é um catalisador de encontros, de ações. O curta que desenvolvemos para o Short Plays nada mais é do que um olhar carinhoso sobre este esporte, pelo qual até então me interessei tão pouco“.


Quando o real se sobrepõe ao digital Daniel Gruener, o iniciador, ficou satisfeito com o resultado: “Seria impossível falar sobre futebol sem convidar um grande diretor brasileiro. E tive a sorte de ter dois”, afirma o realizador mexicano. Entre os nomes europeus, Gruener convidou, entre outros, o norueguês Rune Denstad Langlo e a alemã Doris Dörrie. A escritora, produtora e diretora Dörrie aceitou o convite, embora não nutra “um interesse genuíno pelo futebol. O esporte em si não me interessa muito”, afirma.

“O futebol um dos últimos grandes eventos que acontecem ao vivo e não podem ser adiados através da tecnologia digital. Ele não acontece digitalmente e disso eu gosto”, reflete Dörrie, que se diz impressionada com a forma como essa modalidade esportiva pode ser motivo de grande alegria e festa e ao mesmo tempo razão de profundas tristezas: “Lembro-me de um montador, com quem não podia trocar uma palavra durante uma semana quando o time dele perdia. Sempre achei exagerado e nunca entendi isso”, confessa a diretora.


“Protestos são importantes”



Talvez esteja aí a razão de sua abordagem do assunto no projeto Short Plays: “É uma animação e se chama Der Ball (A bola). É um filme de três minutos, muito delicado, sobre o martírio de uma bola durante uma partida de futebol. E o filme é narrado a partir da perspectiva desta bola”, revela Dörrie.

A cineasta deixa entrever um certo ceticismo quando é questionada a respeito de suas expectativas com relação à Copa do Mundo no Brasil: "Não tenho certeza se a forma como a Fifa resolveu organizar este evento no Brasil realmente é a melhor. Existem tantas perguntas importantes sem resposta. Quem vai se beneficiar com esta competição? Para quem estão fazendo tudo isso?”, indaga a diretora. “Os protestos dos brasileiros são importantes, necessários e servem como base para discussão”, conclui.


Manoella Barbosa
é jornalista freelancer, com mestrado pela Universidade de Hamburgo, onde vive e trabalha.

Copyright: Goethe-Institut Brasilien
Junho de 2014
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fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti 

sábado, 14 de junho de 2014

Cinema de parcerias

Marcia Lohss prepara o elenco, dirige e também atua. Babi Baracho é diretora, diretora de arte, roteirista e produtora. A assessoria de imprensa é atribuição de Priscilla Vilela, que também cuida da produção e ainda participa como atriz. Para fazer cinema em Natal, não basta trabalhar em equipe. Tem que se desdobrar. Pelo menos, no Coletivo Caboré Audiovisual, formado por Marcia, Babi, Priscilla e outras sete pessoas, a coisa só funciona se for assim.

“Janaína” narra um dia na vida da protagonista, que acorda em um banheiro público sem lembrar quem é.

O coletivo começou a se articular no início do ano passado e, com poucos meses de vida, emplacou dois projetos no Cine Natal 2013 – primeiro edital da Prefeitura voltado para o segmento audiovisual. O Caboré foi contemplado com os roteiros dos curtas-metragens de ficção “Janaína Colorida Feito o Céu” e “Três Vezes Maria”.

Para fazer os filmes, o coletivo recebeu R$30 mil (R$15 mil pra cada). Os trabalhos ainda não têm data para ser exibidos, o que só deve ocorrer em um evento oficial realizado pela Prefeitura de Natal para promover o Edital e os três filmes vencedores do prêmio (o terceiro selecionado foi “Alecrim Dourado”, de Rodrigo Sena).

Depois disso, o pessoal do Caboré pretende mostrar seus dois primeiros trabalhos ao mundo. “Vamos inscrevê-los em todas as mostras e festivais que for possível”, diz Babi Baracho.

O filme “Janaína Colorida Feito o Céu” foi rodado em vários lugares de Natal, entre eles, Redinha, Ribeira, Praia do Forte e Cidade Alta. O roteiro, escrito a seis mãos, por Babi Baracho, Johann Jean e André Santos, é bem urbano e atual.

“Janaína” narra um dia na vida da protagonista, que acorda em um banheiro público sem lembrar quem é. Apesar de não saber seu nome, ela mantém uma serenidade arrebatadora diante da condição em que se encontra e das situações de risco em que se coloca. O curta-metragem mostra o desafio da protagonista de redescobrir sua interação com o meio em que a cerca – a cidade – dando, ao longo desse processo, novos significados aos lugares e pessoas ao seu redor.

Já “Três Vezes Maria” tem roteiro de André Santos e Hélio Ronyvon. Filmado em Santo Antônio do Salto da Onça, município da região Agreste do RN, o curta acompanha o cotidiano de três prostitutas que se chamam Maria. “Nossa ideia é lançar o filme como um piloto para uma série”, diz Hélio.

Apesar de ainda muito jovem, o Coletivo Caboré tem se mostrado muito atuante na cena audiovisual potiguar, e não só no que diz respeito à realização. O grupo vem participando ativamente das discussões sobre mercado e profissionalização do setor, ainda muito incipiente.

“Uma das coisas que precisamos buscar é uma tabela para regulamentar o mercado”, diz Diana Coelho, responsável pela produção executiva do filme “Três Vezes Maria”, que, apesar do prêmio da Prefeitura, só foi realizado porque Diana conseguiu 15 apoios por fora e muita gente trabalhou voluntariamente. De toda forma, ela e os outros do coletivo veem o Edital como um incentivo muito importante. “Não tínhamos nada e agora temos alguma coisa”, comenta, acrescentando que o Cine Natal 2014 elevou os recursos de R$15 mil para R$25 mil por filme.

E o Caboré, claro, já está desenvolvendo projetos para concorrer novamente. Paralelamente a isso, atua também na formação audiovisual. Contemplado no Edital do Fundo de Incentivo à Cultura (FIC), o coletivo ofereceu, de 19 de maio a 12 de junho, oficinas a jovens de Mãe Luiza, trabalho que vai resultar em três curtas documentais em torno de temas do cotidiano do bairro.


fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti http://tribunadonorte.com.br/noticia/cinema-de-parcerias/284697

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Nelson Pretto: cinema, patrimônio e educação

Aconteceu semana passada a 9ª Mostra de Cinema de Ouro Preto, com apresentação de filmes e encontros em torno da educação, preservação, estéticas, cinema e patrimônio. Em debate, o conceito e as práticas em redes, ampliando as possibilidades de acesso e intercâmbios sobre a memória.

A ligação da mostra com a educação se dá desde a 2ª edição do evento, com a sua aproximação com Rede Kino - Rede Latino-Americana de Educação, Cinema e Audiovisual. Em Ouro Preto, o cinema foi para os bairros e praças, além de envolver 10 escolas da região em 26 mostras-escola. Nos debates, a importância das redes que, hoje, “atravessam as paredes das escolas produzindo novas formas de produção e partilha do conhecimento”, trazendo enormes desafios para professores e alunos. Para ser mais preciso, os maiores desafiados somos nós mesmos, os professores, pois atuamos numa escola imersa em políticas públicas que não compreendem a importância das imagens em movimento na formação da juventude. Vivemos num mundo repleto de imagens e informações e não sabemos muito bem como trabalhar com tudo isso na educação. Muita vezes, os filmes e vídeos são trazidos como meros ilustradores dos processos, o que é uma enorme redução de suas potencialidades. Temos também uma deficiente formação dos professores, associado à dificuldade de se articular, por exemplo, os cursos de cinema e comunicação com as licenciaturas e a pedagogia.

Além disso, a precariedade de infraestrutura das escolas praticamente impede o uso pleno do audiovisual. As apresentações de filmes e vídeos, quando realizadas, são em televisões com um som deficitário ou em projeções em paredes sujas, com iluminação inadequada, não permitindo ao jovem a efetiva e rica experiência da imersão no mundo do cinema e do audiovisual. Com isso, matamos o cinema!

Complementarmente, a lamentável qualidade de conexão das escolas públicas impede a circulação de imagens em movimento e, o que vemos, é um uso absolutamente precário da internet nas escolas. Isso porque, associado à importante ação de formação de plateias, temos que avançar na perspectiva de ampliar a capacidade de produção da juventude, hoje facilitada com a miniaturização e barateamento das tecnologias como câmeras e celulares.

Mas ainda temos mais desafios. Temos que enfrentar o tema da implantação de uma adequada política de distribuição dos produtos realizados tanto por profissionais como pelos próprios alunos e professores e não podemos ficar dependentes de plataformas comerciais como Youtube. Elas são importantes, mas precisamos ir além.

Outro aspecto a destacar é o do direito autoral, buscando-se outras formas de licenciamento destes produtos para possibilitar a remixagem total da produção audiovisual.

Para encerrar, Glauber Rocha: “O cineasta do Terceiro Mundo não deve ter medo de ser ‘primitivo’. Será naif insistir em imitar a cultura dominadora. Também será naif se se fizer patrioteiro”.

Portanto, sejamos primitivos. E ganhemos o mundo, como fez Glauber.

fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti http://www.correio24horas.com.br/detalhe/noticia/nelson-pretto-cinema-patrimonio-e-educacao/?cHash=7e894dd9c24e8cabfec48a6d83cd6dc3

terça-feira, 3 de junho de 2014

Ancine lança iniciativa para orientar produtores

Seminário "Um dia com a Ancine" pretende capacitar novos profissionais

Dando continuidade a uma série de eventos promovidos com o objetivo de capacitar os agentes do mercado audiovisual e tirar dúvidas sobre o funcionamento da agência, o Escritório Regional da Agência Nacional do Cinema (Ancine) em São Paulo promove, no próximo dia 10 de junho, o seminário "Um dia com a Ancine". A nova iniciativa é voltada ao atendimento de produtores iniciantes no setor. Durante um dia inteiro, serão apresentadas as ferramentas que podem ser utilizadas para o esclarecimento das dúvidas mais frequentes dos profissionais em seus primeiros contatos com as diversas áreas da agência.

Entre os temas que serão abordados, estão o registro de agentes econômicos e emissão de CPB, e o trâmite para a realização de um projeto audiovisual utilizando-se de recursos de fomento e do Fundo Setorial do Audiovisual. Na palestra, serão demonstradas algumas das ferramentas já disponíveis no Portal Ancine para a orientação dos produtores, como a Carta de Serviços, os diversos Manuais e a seção de Perguntas Frequentes.

O diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel, ressaltou a importância da iniciativa: "Nesse momento de explosão da demanda por conteúdo audiovisual, especialmente por conta da Lei 12.485, é de suma importância capacitar novos profissionais para atuarem no mercado. Os mecanismos de fomento estão disponíveis a todos e também é papel da política pública estimular a entrada de gente nova e criativa no setor para nos ajudar a dar conta dos desafios que temos pela frente".

O seminário "Um dia com a Ancine" acontece no dia 10 de junho, das 9h30 às 17h, com intervalo para o almoço, das 12h30 às 14h. As inscrições são gratuitas e os interessados devem preencher o formulário online e aguardar a confirmação de sua participação por e-mail. Nesta primeira edição, serão oferecidas 80 vagas e a participação é restrita a um produtor iniciante por empresa.

Fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti http://www.brasil.gov.br/cultura/2014/06/ancine-lanca-iniciativa-para-orientar-produtores
Agência Nacional do Cinema

Ilhéus sedia mostra de cinema baiano

Em sua quarta edição, o Festival de Cinema Baiano (Feciba) acontece até o próximo sábado, 7, no Cine Santa Clara, no município de Ilhéus (a 462Km de Salvador). 
 
  • Cineasta Glauber Rocha será um dos homenageados do Feciba


A programação diversificada tem o intuito de gerar reflexões e aprendizados sobre cinema e traz homenagens, mostras de curtas-metragens, premiação, cursos de formação para o audiovisual, rede de negócios, debates online e presenciais.

Nesta edição, o festival escolheu como tema "A revolução vem do interior", partindo da perspectiva central de que as revoluções na sociedade nascem no íntimo dos anseios de cada indivíduo, motivado por mudanças.

Movidos por esta temática e inspirados pelo contexto do cinema brasileiro na época da ditadura militar, os realizadores do IV Feciba escolheram prestar homenagens a dois cineastas baianos: Glauber Rocha e Olney São Paulo.

Dois filmes de cada um dos premiados cineastas serão exibidos. "Terra em Transe" (1967) e "O Dragão da maldade contra o Santo Guerreiro" (1969), ambos de Glauber Rocha, fazem parte da Mostra Homenagem. Enquanto "O Grito da Terra" (1964) e "Manhã Cinzenta" (1969), de Olney São Paulo, compõem a Mostra Retrospectiva.

Já o documentário "Sinais de Cinza: a peleja de Olney contra o dragão da maldade" (2013), de Henrique Dantas, pertence à Mostra Atualidades e narra a vida de Olney e a repressão militar sofrida por ele.

Haverá também as Mostras Bahia Afora, Bahia Adentro, Sexualidades, Infantojuvenil, e Competitiva de Curtas.

O festival premiará o curta vencedor - que será escolhido por voto popular - com o troféu Feciba e com o valor de R$ 3 mil em dinheiro.

fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti
Mais informações em no site www.feciba.com.br/2014.

A abertura da 9ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, realizada na noite de quinta-feira, dia 29, foi marcada pela emoção e pela celebração à memória do audiovisual e de carreiras dedicadas ao cinema e à preservação.

ABERTURA DA 9ª CINEOP EMOCIONA PÚBLICO NO CINE VILA RICA COM HOMENAGENS E EXIBIÇÃO DE DOCUMENTÁRIO SOBRE COSME ALVES NETTO

As homenagens a Cosme Alves Netto, Ricardo Miranda e Luiz Rosemberg Filho provocaram aplausos acalorados da plateia no Cine Vila Rica. Rosemberg, inclusive, foi ovacionado de pé. Ele dedicou o troféu a amigos próximos e arrancou risos do público ao dizer que “não preparou nada” para falar. Por sua vez, familiares e amigos de Cosme e Miranda representaram suas memórias e exaltaram a importância da lembrança de seus nomes e da trajetória que tiveram.



Logo em seguida, foi exibido o documentário “Tudo por Amor ao Cinema”, de Aurélio Michiles, que narra a trajetória de Cosme Alves Netto, com depoimentos seus, de amigos e parceiros e a intercalação de filmes que ajudam a ilustrar e narrar cada momento relembrado em cena. Ao apresentar o longa, Michiles relembrou o início do interesse de Cosme na preservação. “Desde muito jovem, ele se preguntava para onde iam os filmes aos quais ele assistia no cinema, ele queria saber o que acontecia com eles”, disse o cineasta.

Nesta sexta-feira, as mesas dedicadas aos homenageados da mostra acontecem à tarde. Às 14h30, o debate “Autorias não negociadas” reúne Luiz Rosemberg Filho a Ana Lúcia Soutto Mayor (UFRJ), Clarissa Nanchery (UFF) e Renato Coelho (Anhembi-Morumbi), sob mediação de Francis Vogner dos Reis, vai discutir o percurso estético e a importância histórica de Ricardo Miranda e Rosemberg.

Às 16h45, a mesa “Cosme Alves Netto” já adianta em seu nome a temática da conversa: a celebração do cinéfilo, cineclubista e restaurador que deu nova face à difusão do cinema no Brasil, especialmente pelos seus anos à frente da Cinemateca do MAM-RJ. Participam Aurélio Michiles (cineasta), Glória Barbosa (viúva de Cosme), João Luiz Vieira (UFF) e Marília Franco (Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro), com mediação de Mateus Nagime.

Nas sessões do dia, o grande destaque, no Cine Vila Rica, é o raríssimo “O Jardim das Espumas” (1970), às 20h. Dirigido por Rosemberg, o filme foi encontrado e restaurado pela equipe da Universo Produção, após três décadas de desaparecimento.


Acompanhe a 9ª CineOP e o programa Cinema Sem Fronteiras 2014
Participe da Campanha #eufaçoaMOSTRA
Twitter: universoprod
Facebook: universoproducao / cineop
Web: cineop.com.br
Informações pelo telefone: (31) 3282.2366

9ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto
28 de maio a 2 de junho de 2014
Idealização e realização: Universo Produção

Patrocinador Master: BNDES/Governo Federal
Patrocínio: Eletrobras, CEMIG/Governo de Minas, Prefeitura Municipal de Ouro Preto e Itaú

Apoio: Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP, APPA, Café 3 Corações, Rede Globo Minas, Canal Brasil, Oi, Localiza e Souza Cruz
 
fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti http://www.segs.com.br/demais-noticias/160604-abertura-da-9o-cineop-emociona-publico-no-cine-vila-rica-com-homenagens-e-exibicao-de-documentario-sobre-cosme-alves-netto.html