quinta-feira, 26 de setembro de 2013

II Semana de Cinema e Mercado


A II Semana de Cinema e Mercado, realizada na Academia Internacional de Cinema, em São Paulo, discutiu o tema “Entrando na TV – como distribuir seu primeiro produto audiovisual” através da palestra do diretor da Synapse Produções, João Worcman, revelou oportunidades e desafios do setor, mostrou planilhas de orçamento e esmiuçou a Lei 12.485.

II Semana de Cinema e Mercado
© Alessandra Haro

Uma das dicas importantes foram as questões contratuais com os canais de TV por assinatura, os itens que as produtoras devem ficar atentas na hora de assinar qualquer contrato de licenciamento, como: a questão de exclusividade, o número de exibição e plaudates, se o contrato inclui catch up ou FVOD, a vigência, os formatos dos materiais a serem entregues e o valor da licença. João também revelou alguns valores médios para conteúdos independentes finalizados. Uma hora de documentário, por exemplo, pode valer de 4 a 10 mil reais, para ser licenciado em um canal de TV por assinatura e de 6 a 12 mil reais na TV aberta. Animação e ficção tem um valor ainda melhor, segundo ele. Ao falar sobre Fundo Setorial mostrou que o fundo pode financiar até 80% das produções e que os canais podem financiar 15%, se tiverem direito de exibição da obra.

fonte:
http://revistadecinema.uol.com.br/index.php/2013/09/ii-semana-de-cinema-e-mercado-3/

domingo, 22 de setembro de 2013

Com apoio do governo, Canne realiza curso de roteiro para documentários




Atenção estudantes de cinema, comunicação, jornalismo e interessados em escrever roteiros ou dirigir documentários. O Centro de Audiovisual Norte Nordeste (Canne) realiza, de 30 de setembro a 4 de outubro, um curso de roteiro para documentário com o cineasta argentino Gualberto Ferrari.

O curso será à tarde e à noite, no Museu da Imagem e do Som (MIS), no segundo andar do Teatro das Bacabeiras. O objetivo é fazer uma abordagem teórica e prática sobre o estudo do documentário, dentro de uma visão abrangente dos processos criativos envolvidos na preparação e redação de um roteiro.

De acordo com a conselheira do Audiovisual da Cultura do Amapá e presidente da Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas do Amapá (ABDeC/AP), Ana Vidigal, as inscrições são gratuitas e podem ser feitas no MIS, em horário comercial, até 27 de setembro, com Rogério Vieira. A lista dos selecionados será divulgada no dia 29 de setembro nas redes sociais e a seleção será comunicada à imprensa.

Gualberto Ferrari é argentino, mas há anos mora na França. Com formação em teatro e cinema, é roteirista, diretor e especialista em análise de roteiros (Script Doctor). Consultor do Produire au Sud, ministra oficinas de roteiros cinematográficos desde 2002 para jovens produtores da França, do Brasil e da Tailândia.

Atualmente, está trabalhando no projeto do documentário de longa-metragem que ele dirigiu, uma co-produção entre Les Films d’Ici e a Fundação Joaquim Nabuco, “Confesiones Argentinas”, e no longa de ficção “Photos”.

O curso é uma articulação da ABDeC/AP e tem a realização da Fundação Joaquim Nabuco, Governo Federal (MinC-SAV), Governo do Amapá (Secult) e com a parceria do Conselho Estadual de Cultura e Univercinema.

Dorislene Muniz/Secom
 
fonte:
http://chicoterra.com/2013/09/20/com-apoio-do-governo-canne-realiza-curso-de-roteiro-para-documentarios/

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Cine Clube Fora do Eixo será inaugurado hoje em Boa Vista

10 curtas nacionais de animação serão exibidos durante a inauguração. Cine funicionará ao lado da Escola Ayrton Senna, no Centro de Boa Vista.


Serão exibidos 10 curtas nacionais que fazem parte do acervo do Sesc/RR (Foto: Divulgação/ColetivoCanoaCultural)



O Coletivo Canoa Cultural inaugura nesta quinta-feira (19), às 19h, o Cine Clube Fora do Eixo, no Pontão de Cultura Boa Vista Digital, localizado ao lado da Escola Ayrton Senna, no Centro de Boa Vista, estreando a nova casa do audiovisual independente de Roaima.

A ideia do Cine Clube vem sendo alimentada desde 2011, durante a segunda edição da Semana do Audiovisual (Seda) em Boa Vista. Desde então, as quatro edições do Seda e o Grito do Rock 2013 tornaram a realização do Cine Clube Fora do Eixo possível.

Manoel Vilas Boas, assessor de Economia Criativa da Secretaria Estadual de Cultura (Secult), comentou sobre os objetivos do projeto. "Por meio do CineClube poderemos fazer exibições e debates sobre filmes específicos, que gerem discussões interessantes. Será um lugar para receber aqueles que gostam e fazem cinema em Roraima", ressaltou.

Durante a inauguração, serão exibidos 10 curtas nacionais que fazem parte do acervo do Sesc de Roraima. Após a exibição dos filmes serão realizados debates sobre a situação da animação e de todo o audiovisual em Roraima.

"A produção audiovisual roraimense explora há tempos a linguagem dos documentários e a ficção também vem ganhando cada vez mais espaço. A animação, porém, não é tão difundida e explorada como em outros lugares. Esperamos que com esta sessão e debate de estreia, o CineClube traga amantes e realizadores interessados em assistir e discutir o presente, passado e principalmente o futuro da animação em Roraima", acrescentou.

SERVIÇO
Sessão do Cine Clube Fora do Eixo
Onde: Pontão de Cultura Boa Vista Digital, ao lado da Escola Ayrton Senna
Quando: 19 de setembro, as 19h
Entrada: Gratuita



fonte:
http://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2013/09/cine-clube-fora-do-eixo-sera-inaugurado-hoje-em-boa-vista.html

 

Produtores discutem mercado de filmes independentes no Festival de Brasília



Brasília - O primeiro dia de atividades no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, aberto ontem (17), foi marcado por debates no seminário Estratégias para o Desenvolvimento das Pequenas Empresas do Audiovisual Brasileiro. Profissionais envolvidos com cinema participaram dos debates, com ampla participação do público.

“O seminário superou as minhas expectativas. Tanto na participação dos convidados como do público, que lotou completamente a sala, interessado e participativo, contribuindo para o debate”, disse Marcus Ligocki, que coordenou a mesa sobre Distribuição Cinematográfica. A mesa contou com a participação de diretores de produtoras de médio e pequeno porte, com suas visões de como ampliar o mercado para filmes independentes.

“A gente está em um modelo de comédia, que está dando certo. Mas não podemos depender só disso. Existem outros formatos que podem funcionar, mas para precisamos entender o público, o que está acontecendo”, analisou Sandro Rodrigues, diretor-geral da H2O Filmes. Para ele, investir em pesquisa de mercado, ainda no início de um projeto, minimiza possíveis prejuízos das empresas do setor.

Sílvia Cruz, diretora-geral da Vitrine Filmes, acredita que os filmes independentes deveriam ter espaços específicos, que não competissem com filmes de maior investimento, com grande potencial comercial. “Em salas comuns de cinema, os filmes disputam espaço com outros muito mais conhecidos, com maior publicidade. Para os filmes que eu lanço, não adiantaria aumentar o número de salas em exibição, precisariam de salas com propostas específicas”, disse.

“Esse seminário teve um papel importante que é trazer pro debate pessoas que representam pilares importantes do mercado, colocando como percebem, o que tá sendo feito, onde sentem problemas”, completou Ligocki, que também é produtor, diretor e roteirista.

As oficinas também prometem movimentar o festival. Hoje, teve início a oficina de roteiro. Ela vai fornecer material para as oficinas de direção, trilha sonora e finalização digital. “Já fiz oficinas nesse molde, com esses mesmos professores, em outros festivais. E dado o sucesso dessas oficinas, resolvemos repetir a experiência aqui. No final, vamos projetar cerca de três ou quatro filmes, resultado do trabalho de todos”, disse Jorge Bodanzky, responsável pela oficina de direção.

A mostra competitiva iniciou hoje (18), com cinco filmes, entre curta-metragem, longa-metragem e documentário. Os filmes concorrentes serão exibidos até o dia 23 de setembro, a partir das 19h, no Cine Brasília, com entrada ao custo de R$ 6 e R$ 12, e com entrada gratuita no Teatro Sesc Newton Rossi, na Ceilândia; no Teatro de Sobradinho; no Teatro Sesc Paulo Autran, em Taguatinga; no Teatro Sesc Gama; e no Teatro do Guará.

Edição: Aécio Amado


fonte:
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-09-18/produtores-discutem-mercado-de-filmes-independentes-no-festival-de-brasilia

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Dois baianos concorrem no mais tradicional festival do País



Dois longas-metragens baianos disputam o mais tradicional evento audiovisual do País, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que abre nesta terça-feira, 17, a sua 46ª edição. Hereros Angola, do fotógrafo Sérgio Guerra, concorre na mostra de documentários, enquanto que Depois da Chuva, de Cláudio Marques e Marilia Hughes, disputa a categoria de ficção.

O Festival de Brasília distribui R$ 700 mil em prêmios e até o próximo dia 24, quando acontece a cerimônia de encerramento, vai exibir mais de 30 produções, a maior parte inédita.

É uma radiografia da diversidade nacional, que começa nesta terça-feira, 17, às 20h30, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional, com a exibição, fora de concurso, do documentário Revelando Sebastião Salgado, de Betse de Paula.

Documentário

Hereros Angola conquistou o seu lugar entre os seis documentários selecionados contando a história dos povos hereros, de Angola. Uma cultura milenar, pouco conhecida até no seu próprio país, que marca a estreia do fotógrafo Sérgio Guerra no cinema. "Eu me encantei com tudo que aquelas pessoas tinham a dizer, minha vida mudou depois de conhecê-los melhor", confessa o diretor.

Vai concorrer com cineastas experientes, como Maria Augusta Ramos (do filme Morro dos Prazeres) e Noilton Nunes (Arte do Renascimento: uma Cinebiografia de Silvio Tendler). Hereros Angola será exibido na sexta-feira, 20, às 19 horas, no Cine Brasília (sede principal do evento).

Ficção

Já Depois da Chuva, que também marca a estreia de Cláudio Marques e Marilia Hughes em longa-metragens, ambienta-se no Brasil dos anos 1980, na época da abertura política.

Conta a história de um adolescente, interpretado pelo ator estreante Pedro Maia, que vive um tempo de descobertas quando o País inteiro passa por grandes mudanças. O filme é cartaz na quinta-feira, na sessão das 21 horas, também no Cine Brasília.

O filme concorre com outros cinco filmes, entre eles, Amor, Plástico e Barulho (PE), de Renata Pinheiro, e Avanti Popolo (SP), de Michael Wahrman, mais dois realizadores estreantes em ficção de longa-metragem.

Completa a lista Exilados do Vulcão (RJ), de Paula Gaitán (RJ), Os Pobres Diabos (CE), de Rosemberg Cariry, e Riocorrente (SP), de Paulo Sacramento.


 
  • Depois da Chuva conta a história de um adolescente que vive um tempo de descobertas


fonte:
 http://atarde.uol.com.br/cinema/materias/1534108-dois-baianos-concorrem-no-mais-tradicional-festival-do-pais

domingo, 15 de setembro de 2013

Novo cinema


A FORMAÇÃO EM AUDIOVISUAL trouxe para o setor características que colocaram o Ceará em contato com o restante do mundo: cineastas e coletivos locais produzem cinema que virou referência de produção contemporâne.





Aulas de Formação Básica de DJ, um dos cursos oferecidos pelo recém-inaugurado Porto Iracema das Artes - braço do formação do Centro Dragão do Mar, que também oferece cursos na linguagem audiovisual

Alguns números podem sugerir a dimensão do impacto do Instituto Dragão do Mar (1996-2003) para o setor do audiovisual: mais de 200 cursos e cerca de 3 mil alunos. Formou não apenas cineastas, mas também técnicos de câmera, edição, finalização. O investimento tinha um fim claro.

Ancorado num contexto de mudança simbólica na política estadual, o audiovisual – e mais especificamente o cinema – eram considerados fundamentais para a economia mundial. Descentralizar a produção e fomentar o início de uma indústria se tornava um imperativo.

De acordo com o pesquisador Alexandre Barbalho, no trabalho A Modernização da Cultura, em que estuda políticas para a linguagem nos governos Tasso Jereissati e Ciro Gomes, “dentro da política desenvolvida pela Secult de implantação e fortalecimento de uma indústria cultural local, o projeto do polo regional de cinema, transfigurou-se em política para a indústria do audiovisual”.

Acabou não se tornando realidade, mas abriu espaço para se repensar o audiovisual cearense – inclusive a necessidade de industrializá-lo.

Na época, a formação se devia em grande medida a uma ideia de política próxima ao que pensou o cineasta Glauber Rocha no Cinema Novo. Em outras palavras, um projeto de cinema que tentava pensar o Brasil.

A partir dali, foi se processando uma mudança de perfil formativo. O Alpendre (1999-2012) e, mais à frente, a Vila das Artes trazem com ainda mais força uma instrução baseada em coletivos, contemporânea e colaborativa.


Segundo o professor do Departamento da Pós-graduação em Comunicação da UFC, Silas de Paula, atualmente a política, que antes estava no jeito de filmar do Glauber, está ligada fortemente às poéticas contemporâneas, à estética.

Ou seja, a política não está condicionada ao modo específico de filmar o mundo, mas à própria dimensão da estética cinematográfica. Essa nova concepção de cinema acaba rompendo com a lógica que dominava anteriormente – muito mais baseada em grandes produções.

“Talvez seja muito mais importante o Cine Caolho (cineclube com exibição de produções cearenses), que dá 200 pessoas numa sessão para discutir a produção local, do que pensar um grande festival, que ainda era muito presente naquele início”, afirma a também professora da Pós-Graduação em Comunicação da UFC, Beatriz Furtado.

Assim, perdem força os festivais de Brasília ou Gramado e ganham, por outro lado, certo tônus muscular o festival de Tiradentes, que aposta em filmes geridos não sob a ótica da grande indústria.

Hoje, segundo ela, temos uma produção que se mantém aberta e em contato com outras cidades do Brasil e países diversos. É assim com o cineasta Leonardo Mouramateus, cuja cinematografia sofre influência da literatura e da dança, ou com os realizadores do coletivo Alumbramento – o primeiro, aluno do curso de Cinema da UFC; os últimos, muito marcados pelas experiências na Vila das Artes. No fim das contas, nosso polo de cinema é menos industrial e mais industrioso.

“Como sempre houve por trás da maioria desses processos de formação a prioridade no desenvolvimento crítico e intelectual dos alunos, há evidentemente a presença de pensamento crítico nas diversas áreas de atuação do audiovisual. Acho que esse é um diferencial na formação das pessoas aqui em Fortaleza”, afirma o cineasta Armando Praça, que foi aluno do Instituto.

Porto IracemaPara essa área, a escola Porto Iracema das Artes, inaugurada este semestre como um projeto vinculado ao Centro Dragão do Mar, tenta preencher uma lacuna de formação com o Cena -15 (Centro de Narrativas Audiovisuais) e o Laboratório de Audiovisual para TV.

Localizado no prédio onde antes era o Alpendre, Cena 15 tem por objetivo pensar narrativas de modo integrado entre linguagens. Além disso, o Laboratório investe para responder uma demanda até então ignorada.


“Os Laboratórios têm a função de qualificar projetos para enfrentar o mercado. Não abrimos mão da experiência de linguagem, porque só estabelece experiência cultural se investir nessa inovação”, afirma a diretora de formação e criação do Instituto de Arte e Cultura do Ceará, Bete Jaguaribe. 


fonte:
http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2013/09/14/noticiasjornalvidaearte,3128768/novo-cinema.shtml

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Reportagem especial sobre a falada crise na criação. - Nunca houve tanto dinheiro disponível para a produção audiovisual no Brasil.



Nunca houve tanto dinheiro disponível para a produção audiovisual no Brasil. Rodando mais de 100 filmes por ano e com o mercado televisivo aquecido por conta da lei da obrigatoriedade da TV paga, o país se vê frente a uma crise: temos dinheiro, mas temos conteúdo para tanta produção? Existem histórias boas o suficiente e bem construídas que possam interessar a alguém? Tais questionamentos começaram a ser levantados pelas emissoras televisivas frente à obrigação de passar 3h30 semanais de conteúdo brasileiro qualificado. Muitas alegavam não haver projetos bons para figurarem em suas grades. As produtoras audiovisuais, por sua vez, alegaram, em parte, que falta ao nosso audiovisual bons roteiros e bons roteiristas para cumprir toda essa demanda. Roteiristas, por sua vez, declararam que falta estrutura e valorização ao trabalho. Se há mesmo uma crise de criação, a questão é saber o porquê disso e aonde se precisa melhorar.

A questão não é a falta de roteiristas

Para o roteirista de cinema e TV, presidente da Associação de Roteiristas (A.R.), ex-Secretário do Audiovisual e contratado como autor da TV Globo, Newton Cannito, existem sim problemas de roteiro no audiovisual brasileiro, mas os roteiristas não podem ser considerados os únicos bodes expiatórios. “Todo mundo entendeu a importância do roteiro. Mas poucos entenderam a do roteirista. Com certeza temos problema de roteiro. Mas não consigo dizer que faltam roteiristas. Pode até ser que falte. Mas conheço dezenas de roteiristas aptos que se formaram para fazer seriados e desistiram de trabalhar com produção independente pelas péssimas condições que ela oferece”, afirma. “Quem tem feito os roteiros das séries não são roteiristas, são os donos da produtora e/ou os diretores de publicidade. Eles contratam jovens como colaboradores de roteiros para atuar como datilógrafos de luxo. Isso não funciona. Não falta roteirista. Falta dar poder ao roteirista”, pontua enfaticamente. Essa é uma das razões que o levaram para a TV Globo. “Para roteirista, só a Globo salva. Hoje é a única empresa que valoriza a carreira de roteirista. Eles chamam inclusive de autor-roteirista, enfatizando o autor. Passei 10 anos apostando em séries e produção independente. Apanhei muito e percebi que o certo mesmo era atuar na Globo. Lá, estou começando de novo, mas já vejo várias novas perspectivas. Estou atuando em colaboração em novelas e tentando emplacar seriados”, explica.


NEWTON CANNITO: “Todo mundo entendeu a importância do roteiro. Mas poucos entenderam a do roteirista. O produtor criativo é o cara que a vida toda fez a contabilidade da empresa e agora quer fingir que é roteirista”. © Flora Pimentel

O roteirista Braúlio Mantovani, responsável por “Cidade de Deus” e “Tropa de Elite 2”, entre outros, concorda com Cannito. “Tanta reclamação não pode ser à toa. Mas por que faltam roteiristas? Seria falta de talento? Acho improvável. Veja que essa afirmação diz respeito ao cinema – e agora à produção independente de séries, que segue o mesmo modelo do cinema. Eu nunca ouvi as pessoas do meio dizerem: ‘Faltam autores de novela’. Se o problema fosse falta de talento, faltariam autores/roteiristas para tudo. Se a falta existe apenas na produção de cinema e de séries realizadas pelas mesmas produtoras que fazem os filmes, talvez a explicação esteja no modelo de produção. Roteiristas no Brasil não têm reconhecimento autoral e ganham mal. Ganham muito mal. Por isso, trabalham em muitos projetos, escrevem com muita velocidade, não têm tempo para reescrever – o que é fundamental em qualquer roteiro, seja qual for o talento do autor”, aponta.

O que falta é mercado

Se por um lado as condições ruins de trabalho exigem uma velocidade não condizente com qualidade, ainda dividido em vários projetos, a profissão de roteirista profissional – que só faz roteiros – não tem tradição no Brasil. “A profissão de roteirista é algo novo na nossa cultura. Uma pessoa investir anos estudando para ser roteirista era bem menos cogitado há 10 anos. Temos vários bons roteiristas, mas na maioria das vezes ou são contratados fixos de alguma emissora ou muitas vezes estão ocupados em outros trabalhos. Ser um bom roteirista exige, além do talento, bastante trabalho e estudo. A prática também traz experiência e agora estamos conseguindo ter um mercado com um volume de trabalho que vai permitir dar quilometragem para muitos profissionais”, afirma Andrea Barata Ribeiro, produtora da O2 Filmes, que crê faltarem também profissionais de outras áreas, como produtores executivos. “Concordo que muitos projetos, inclusive alguns que produzi, têm problemas no roteiro. A experiência, bem como a formação acadêmica, pode ajudar bastante. Um pouco de humildade também faz bem. Muitas vezes converso com colegas que se acham sensacionais ou totalmente preparados para qualquer coisa. Não é bem assim. Temos um caminho a percorrer”, complementa.


ANDREA BARATA RIBEIRO: “O desenvolvimento dos roteiros para cinema, geralmente, é bancado com algum prêmio, como o PAQ ou o PAR, por eles mesmos ou por uma parceria com algum distribuidor”. © Leo Lara

A roteirista e professora Ana Paul discorda veementemente da falta de roteiros ou roteiristas. “Fui jurada de vários editais e neles pude perceber a enorme criatividade que rola por aí. Tomar as decisões sempre é muito complicado, porque costuma ter pelo menos três vezes o número de projetos excelentes do que a possibilidade de premiação. O que falta é um mercado. Não um calculado pelo número de horas de audiovisual brasileiro na TV a cabo, mas um em que se movimente dinheiro. A média de valor para todas as etapas de uma produção de meia hora para cumprimento da lei é de R$ 30 mil para ficção e R$ 15 mil para documentário. Isso é muito pouco e precariza todo o setor. Nesse contexto, acaba se apelando para os iniciantes, que muitas vezes não têm experiência para tocar responsabilidades maiores. Além do mais, a atividade sofre muito com as incertezas a respeito dos rumos de uma produção, principalmente, em relação a orçamento e cronograma”, explica. Segundo Ana, tais acusações são frutos do tempo atual. “Há, de fato, um clima muito conservador e retrógrado na sociedade contemporânea, que algumas pessoas consideram pouco estimulante para a produção de uma arte que não seja de puro lazer ou entretenimento”, afirma.


ANA PAUL: “Temos bons roteiristas. O que falta é mercado e produtores mais criativos”

A formação do roteirista

Parece haver um consenso quando se diz que há bons roteiros e bons roteiristas no Brasil, em maior ou menor grau, assim como parece ser consenso que boa parte dos produtos audiovisuais brasileiros tem problemas diversos na estruturação dos roteiros. Com o aumento da produção, a necessidade por roteiristas e criadores passou a ser maior. Historicamente, no Brasil, o diretor é o roteirista, e isso continua forte. “Geralmente, isso acontece por três motivos. O mais óbvio é que ele se sente apto a escrever também, o que pode ser verdade ou não. Outro motivo é a desconfiança e o preconceito que existe contra o roteirista no meio audiovisual, como se ele pertencesse a um fã clube de adoradores do Syd Field, ávido por fazer um ponto de virada na página 27. Embora, infelizmente, esses adoradores de manuais realmente existam, a atividade de escrita de roteiro é infinitamente mais sofisticada que o reducionismo que inventaram por aí. Por último, muitos diretores gostam de escrever roteiros também para obterem esse pagamento no orçamento. Alguns se dedicam à produção pelo mesmo motivo, em vez de delegar a um profissional capacitado e exclusivo. Além disso, há diretores que exigem que o roteirista divida o crédito com ele, mesmo não tendo escrito nada, conseguindo assim metade da verba”, explica Ana Paul.

“Os nossos profissionais ainda são autodidatas, o que é plenamente justificável. O cinema perdeu muito espaço com o fechamento da Embrafilme e só voltou a ganhar espaço com a criação da Ancine. Neste período, filmes realizados por diretores que também eram autores e, muitas vezes, produtores eram na sua maioria autorais. Há a necessidade dos roteiristas trabalharem para os produtores, desenvolverem roteiros sob encomenda”, afirma o produtor do Grupo INK Paulo Schmidt.


PAULO SCHMIDT: “O produtor independente ainda não tem autonomia suficiente para escolher os seus projetos. Muitos projetos são abraçados por roteiristas por um cachê mínimo, os quais serão finalizados quando os projetos forem viabilizados”

A demanda nos últimos anos, porém, fomentou o interesse na área. Existem cinco pós-graduações exclusivas de roteiro no país, mais de 80 cursos superiores de audiovisual, nos quais há pelo menos dois ou três semestres de roteiro, além dos muitos cursos livres. Para Newton Cannito isso não basta. “No fundo, a formação nem deve ser de roteiro. Deve ser de escrita criativa e/ou narrativa mesmo. O conhecimento de roteiro é 90% igual ao conhecimento de literatura. Dez por cento é o específico audiovisual. Tem que estudar mais literatura e teatro para se formar em roteiro. Não temos no Brasil formação de escritores. Não tem faculdades para formar escritores. O curso de Letras forma professores. Cinema forma pessoas que sonham em dirigir. Escritores não existem. Formar-se em roteiro é algo que vem da base, da cultura, ler Dostoiévski, Flaubert, ver muitos filmes. É uma longa formação”, aponta, mostrando que o problema é mais embaixo.
Além da formação, outra coisa que parece precisar melhorar é o pleno entendimento da função do roteirista e de onde ele se insere no fluxo. “Ninguém entende o workflow de criação. Perceberam a importância da criação coletiva, mas estão usando isso para desvalorizar criativamente todos os criadores. No Brasil, o dono da produtora tem uma ideia simples do tipo ‘4 jovens em Recife’ e assina a criação da obra. Isso não existe em nenhum lugar. Entendemos a importância do produtor criativo mas invertermos o sinal. Nos EUA, o produtor criativo é o criador que deu tão certo, que virou produtor. No Brasil, o produtor criativo é o cara que a vida toda fez a contabilidade da empresa e agora quer fingir que é roteirista. Isso é tirar o poder da criação”, enfatiza Cannito.

As exigências do mercado

Nesse âmbito da comunicação e do entendimento das distintas funções, entra outra questão: produtor sabe avaliar roteiros? “Temos que analisar roteiros sob o ponto de vista do que o distribuidor de filmes e as TVs por assinatura buscam no mercado. Estamos amarrados estruturalmente. O produtor independente ainda não tem autonomia suficiente para escolher os seus projetos, já que a cota e os incentivos para a produção televisiva são muito pequenos e os veículos não dependem desta produção para o seus negócios. De qualquer forma, os projetos devem conter ingredientes mercadológicos, portanto, adaptações de literaturas conhecidas e biografias de personalidades – em especial da música e das artes – são boas fontes para bons projetos”, explica Paulo Schmidt. Para a diretora e também produtora e roteirista Tata Amaral, os roteiros são quase matemáticos. “Há fórmulas, a narrativa tem uma estrutura. Porém, o que realmente faz diferença é o que chamo de ‘intuição da história’. Uma boa história se intui”, pontua.

A roteirista Ana Paul acha que os produtores não sabem avaliar bons roteiros. “Sequer sabem ler roteiros no Brasil. Já vi muitos produtores falando bem de um roteiro problemático só porque o tema é relevante, assim como já notei também dificuldades de análise em projetos com uma narrativa mais delicada e complexa. Historicamente, a atividade foi relegada no Brasil a uma série de procedimentos pragmáticos e burocráticos, nos quais lidar com planilhas, calendários, orçamentos, leis, captações e prestações tomava todo o tempo. Não existia, até pouco tempo atrás, a figura de um produtor mais criativo. De qualquer maneira, ainda faltam sólidos conhecimentos de dramaturgia”, aponta.

A necessidade de se enquadrar em padrões pré-determinados também prejudica a inserção de roteiristas no mercado, assim como de desenvolver diferentes obras. “No cinema, há a necessidade de se criar histórias para outros gêneros, mas isto depende muito dos distribuidores. Eles estão definindo o gênero que o povo brasileiro deve assistir. A lei que estabelece uma cota para produção nacional na TV por assinatura requer conteúdos que estejam alinhados ao perfil e grades dos canais, como seriados, por exemplo, e neste formato os roteiristas brasileiros não têm experiência e formação”, diz Paulo Schmidt. “Cada vez mais, novas formas e novos talentos estão surgindo, mas nem sempre conseguem seu lugar no mercado ou, pelo menos, um destaque maior para suas atividades. Há, por exemplo, um crescente e interessante movimento de pessoas interessadas em trabalhar com horror no Brasil, mas muitas vezes são solenemente ignoradas na hora de captar verbas públicas, pois tem gente que torce o nariz para cinema de gênero ou, no mínimo, considera que o brasileiro ainda não tem capacidade para isso. Muitos jurados de editais preferem projetos com um viés sociológico mais explícito, o que é um absurdo, pois o gênero não precisa se isentar disso nem deve ser visto como uma arte menor”, complementa Ana Paul.

Falta valorização da profissão

Uma das maiores queixas dos roteiristas é a falta de valorização ao trabalho, não só como reconhecimento da importância da função na cadeia audiovisual, como especialmente no quesito monetário. “Lembro-me de minha mãe. Quando dei um livro a ela, que escrevi, ela disse: está vendo como foi bom estudar datilografia? Escritor é quem sabe datilografar rápido. Por incrível que pareça, os produtores pensam meio como minha mãe. Acham um absurdo pagar R$ 100 mil por 100 páginas de roteiro. O Brasil é o único país do mundo aonde o fotógrafo ganha mais que o roteirista. Na verdade, até o assistente de câmera hoje ganha mais que roteirista”, provoca Cannito.

“Os produtores trabalharam durante muito tempo com a ideia de risco zero que as leis de incentivo trouxeram e não estão acostumados a investir. É muito frequente que produtoras, mesmo de grande porte, chamem o roteirista para projetos, alegando que não há dinheiro algum e que a própria empresa está também se arriscando. Contudo, a função de um empresário é justamente se arriscar, correr atrás de negócios e investir. Um roteirista, por sua vez, não é um empresário, seu talento é apenas escrever, o que não é pouco. Para piorar, há roteiristas que topam o esquema unicamente por uma questão de sonho, já que, embora não haja pagamento, há um gigantesco capital simbólico envolvendo o ato de escrever”, afirma Ana Paul.

Essa é uma das razões de ela ter preferido projetos para cinema. “Se for para fazer algo no risco ou com pagamento reduzido, é preferível que seja algo mais autoral, já que não vejo nenhum sentido fazer um trabalho comercial ganhando pouco. Além disso, o trabalho de roteirista de TV é muito parecido com uma residência médica, com carga horária gigantesca”, complementa.

“Se você pesquisar os números, vai ver que o custo proporcional do roteiro é muito baixo. Roteiros deveriam custar 5% do orçamento de uma produção para tornar atraente a carreira de roteirista. Os que já estão no mercado poderiam trabalhar de maneira mais profissional (menos pressa, dedicação exclusiva a cada projeto). E jovens talentosos seriam atraídos para a carreira”, aponta Bráulio Mantovani. Quanto ao fluxo de trabalho, para ele, a relação diretor-roteirista deve ser equilibrada, horizontal. “Se produtores e diretores querem mais e melhores roteiristas, devem incentivar mudanças no modelo de produção. Devem estabelecer com os escritores a mesma relação que o Fernando Meirelles estabeleceu comigo quando escrevi meu primeiro longa, ‘Cidade de Deus’: colocou-me na posição de autor do roteiro (com a respectiva liberdade criativa) e me pagou um bônus quando o filme ficou pronto. Ganhamos quatro indicações ao Oscar. No caso do ‘Tropa de Elite 2’, Padilha me convidou para ser sócio do filme. Investi meu cachê no projeto. Fizemos mais de 11 milhões de espectadores. Ambos os filmes têm roteiros muito bons e fizeram sucesso. Nos dois casos, o modelo da relação diretor-roteirista-produtores é radicalmente diferente daquele que se pratica hoje no Brasil”, completa.


BRÁULIO MANTOVANI: “Mas por que faltam roteiristas? Seria falta de talento? Acho improvável. Roteiristas no Brasil não têm reconhecimento autoral e ganham muito mal. Por isso, trabalham em muitos projetos, escrevem com muita velocidade. Não têm tempo para reescrever”. © Aline Arruda

Visões do mercado para roteirista

Atualmente, no Brasil, o roteirista tem conseguido mais trabalho como script doctor – quando é contratado para “consertar” um roteiro, estruturando-o melhor – ou como roteirista de encomenda – quando o diretor ou o produtor tem a ideia, mas não tem tempo ou não se considera apto a desenvolvê-la. Roteiros também podem surgir de demandas específicas, como adaptação de um livro ou baseado em algum fato real. Em geral, para esses projetos, já há uma verba para a roteirização.

O que parece faltar é dinheiro para o desenvolvimento de histórias. “Não existe ainda verba para desenvolvimento de projetos. Se há prêmios para 10 filmes serem produzidos, deveria ter prêmios para 70 roteiros. A média deveria ser de sete para um. O desenvolvimento é onde o Estado deve investir diretamente, pois as empresas não vão investir nisso”, pontua Newton Cannito, que faz também de três a quatro doctoring por ano. Atualmente, até é possível captar para escrever o roteiro, mas é necessário ter um argumento pronto. Além disso, essa captação é somente via artigo terceiro, o que só favorece um nicho muito específico e não quem mais precisa. “Os editais de roteiro também não são solução e precisam urgentemente ser revistos. De periodicidade incerta, não servem como pagamento inicial para um roteirista trabalhar num projeto. Não raro, o roteirista já está escrevendo mesmo sem o resultado e, para piorar, as produtoras entendem que o prêmio é na verdade de desenvolvimento da pré-produção e mordem metade do valor. Com isso, esses editais só têm interessado a diretores que também escrevem seus próprios roteiros ou então iniciantes em busca de um lugar ao sol”, complementa Ana Paul.

A roteirista aponta o edital de telefilmes da TV Cultura como sendo o melhor que existe, “muito honesto e estimulante”, que premia primeiro dez roteiros para potenciais filmes, com R$ 40 mil de verba para a feitura de roteiro. Posteriormente, apenas entre esses dez, uma nova seleção acontece para escolher quatro para a verba de produção. Foi assim que Ana emplacou “Invasores”, uma ideia totalmente desenvolvida por ela, com direção de Marcelo Toledo, com quem tem desenvolvido novos projetos, e produção da Raiz.

A falta de verba para desenvolvimento não afeta apenas os projetos de ficção, mas também os de documentário. “A sensação que dá é que o documentarista precisa ter feito a pesquisa e escrito o roteiro com dinheiro caído do céu”, desabafa Tata Amaral. “Faria editais para produção de portais de pesquisa sobre determinados conteúdos que podem depois virar séries documentais. Começa na pesquisa do conteúdo e depois filma. Tem que ter também para formatos, realities e outros. O conceito melhor seria não-ficção”, amplia a discussão Newton Cannito, que além da Globo, desenvolve paralelamente os projetos de série “Chumbo Grosso” e o remake de “O Vigilante Rodoviário”.


TATA AMARAL: “Acho que falta sensibilidade para perceber que um bom projeto precisa de tempo para se desenvolver. Normalmente, você orça um valor de roteiro que implica numa produção de seis meses. Para um roteiro ficar bom, você precisa de um ano ou mais, salvo raras exceções”

Produtoras usam prêmios ou esperam investimento na produção para pagar roteirista

Não é só dinheiro que falta ao setor. “Acho que falta sensibilidade para perceber que um bom projeto precisa de tempo para se desenvolver. É preciso respeitar esse tempo, investir nesse tempo. O incentivo de ser no sentido de que as produtoras (são elas que produzem os roteiros) possam dispor deste tempo e receberem dinheiro para isto. Normalmente, você orça um valor de roteiro que implica numa produção de seis meses. Para um roteiro ficar bom, você precisa de um ano ou mais, salvo raras exceções”, complementa Tata Amaral, que finaliza dois filmes, “De Menor”, de Caru Alves de Souza, e “Trago Comigo”, direção dela, derivada da minissérie que fez para a TV Cultura.

Ainda assim, as produtoras têm recebido e desenvolvido muitos projetos, tanto para cinema quanto para televisão. Andrea Barata Ribeiro, na O2, recebe vários. “Muitas vezes, os próprios diretores da casa trazem os projetos. Só produzimos o que a gente consegue olhar de perto. E isso é um número bem limitado de projetos. O que nos move é gostar de um projeto. Aprendemos com o tempo a adequar o tamanho do projeto ao público e orçamento. Mas isso depois de levar bastante pau. Também recebemos projetos de roteiristas e a dinâmica é a mesma. O olho tem que brilhar e tem que haver uma brecha para caber o projeto”, pontua. O desenvolvimento dos roteiros para cinema, geralmente, é bancado com algum prêmio, como o PAQ ou o PAR, por eles mesmos ou por uma parceria com algum distribuidor. Para TV, desenvolvem uma minibíblia e levam ao canal. Só desenvolvem com sinal verde da emissora. Em breve, a O2 lançará as séries “Beleza S/A”, para a GNT, “Trabalho Duro”, para a Discovery, e “Os Experientes”, para a Globo, e os filmes “Reveillon”, de Fabio Mendonça, “Zoom”, de Pedro Morelli, e “Pedro Malasartes, o Único Homem que Enganou a Morte”, de Paulo Morelli.

Paulo Schmidt, atualmente, produz ou coproduz os longas “Objetos Perdidos ou a História das Duas Únicas Pessoas do Planeta Terra”, de Luiz Fernando Carvalho, “Meu Tempo é Agora”, de Johnny Araújo, “Rio-Santos”, de Klaus Mitteldorf, e “Eu te Levo”, de Marcelo Müller. Na Academia de Filmes, parte do Grupo INK, está com diversos projetos, muitos vindos de profissionais de mercado. “Não há recursos suficientes para investir, portanto, estamos abertos para receber e analisar projetos. Em paralelo, desenvolvemos projetos a partir de pesquisa de fatos reais e de literatura. Temos investido recursos da produtora, mas muito modestamente. Muitos projetos são abraçados por roteiristas por um cachê mínimo, os quais serão finalizados quando os projetos forem viabilizados”, explica. Os valores totais variam muito em função do argumento e do profissional, podendo ir de R$ 40 mil a R$ 200 mil. “Ainda não temos padrões para projetos de TV. São muitos os formatos, incluindo telefilmes, seriados, programas etc. Certamente a remuneração também será fixada em função do profissional, do formato e do canal”, pontua.

Tata Amaral tem uma dinâmica diferente, por escrever e também produzir. “Tenho uma relação bastante estimulante e criativa com os roteiristas. Como produtora, a palavra final é minha. Como diretora, também mexo no roteiro, seja nas filmagens, seja na montagem. Raramente pedi para alguém trabalhar sem ter os recursos para pagamento. O que acontece é que estes pagamentos são feitos por etapa, de acordo com a captação ou o momento do trabalho”, explica Tata, que usou metade do PAR de “Antônia” para a primeira etapa de “Hoje”, desenvolvida por Jean-Claude Bernardet e Rubens Rewald, antes da entrada da Petrobras.
Por Gabriel Carneiro


fote:
http://revistadecinema.uol.com.br/index.php/2013/09/reportagem-especial-sobre-a-falada-crise-na-criacao/

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Cursos online grátis de Filme das melhores universidades do mundo

A Universia Brasil reuniu 700 cursos online grátis das melhores universidades do Brasil e do mundo. Confira os cursos da área de Filme

Cursos online grátis de Filme das melhores universidades do mundo
(Crédito: Shutterstock.com)
 
Você é apaixonado por filmes e o mundo do cinema? Já pensou em como seria estudar com os professores das melhores universidades do mundo? A Universia Brasil vai ajudar você a complementar os seus estudos com os professores dessas grandes instituições. Confira a lista de cursos online e gratuitos oferecidos:





 
  • Existencialismo na Literatura e Cinema (UC Berkeley) - iTunes - Curso oferecido pela UC Berkeley.
  •  
  • Holocausto em Cinema e Literatura (University of California) - YouTube - Curso apresentado por Todd Presner.
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  • Filosofia no Cinema e Outras Mídias (MIT) - iTunes - YouTube - Site oficial - Este curso analisa obras de filme em relação a questões temáticas de importância filosófica. A ênfase é colocada sobre a capacidade do filme para representar e expressar sentimentos, bem como cognição.
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  • A Experiência de Cinema (MIT) - iTunes Vídeo - Site oficial - Este curso enfatiza as qualidades intrínsecas artísticas de filmes individuais.
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  • Filmes Ocidentais: Mito e Ideologia de Gênero (Wesleyan University) - iTunes - Filmes ocidentais formam o mais antigo do gênero do cinema americano.

fonte: via
http://noticias.universia.com.br/destaque/especial/2013/07/10/1035282/17/700-cursos-online-gratis-das-melhores-universidades-do-mundo/cursos-online-gratis-de-filme-das-melhores-universidades-do-mundo.html

Um novo momento para o setor do audiovisual brasileiro



Nova legislação foi debatida por representantes da área em seminário que integra o Cine Ceará

Festejada como a redenção para o audiovisual brasileiro, a Lei 12.485, sancionada em setembro de 2011, nada mais é do que a regulamentação do artigo 221 da Constituição Federal, sobretudo os incisos dois e três. É, portanto, o resultado de uma luta que se arrasta há 25 anos.

A mesa do seminário, em debate sobre a Nova Lei do Audiovisual FOTO: HELOSA ARAÚJO

O assunto foi debatido durante o seminário "A Lei 12.485 e o mercado audiovisual brasileiro", que aconteceu terça-feira, no auditório Celina Queiroz da Universidade de Fortaleza (Unifor), como parte da programação do 23º Cine Ceará. A diretora do CineBrasil TV, Tereza Trautman, fez questão de contextualizar, historicamente, a nova legislação, que vem provocando uma verdadeira corrida ao ouro no campo da produção audiovisual no País, que tenta se reconstruir após ser desmantelada, na década de 1990, com o fechamento da Embrafilme.

"O espaço que temos é uma saia justa ainda, vamos aproveitar as janelas", conclama Tereza Trautman, considerando pouco as 3h30 semanais de conteúdo da produção independente brasileira nos canais fechados. A determinação começa a valer a partir desta semana, conforme garantiu Manoel Rangel, diretor-presidente da Agência Nacional do Cinema (Ancine), que aposta em novos dias para o setor, tendo como base o aumento do consumo verificado entre a população brasileira, nas últimas décadas. Agora, o momento é de abrir as gavetas para retirar roteiros de produtores independentes, esvaziar as prateleiras com os títulos e fazer circular no mercado.

Euforia

O clima de euforia invade o mercado do audiovisual brasileiro, festejando o aumento no número de salas de cinema que deve atingir, em 2016, 3,5 mil, além de aumentar o número de assinantes em TV por canais fechados. Os bons ventos estão soprando em função de agora o País contar com uma política pública para o setor. Em 2012, o Conselho Superior de Cinema aprovou o Plano de Diretrizes e Metas para o Setor do Audiovisual Brasileiro. Documento denso, que traça o diagnóstico, o desenvolvimento do audiovisual dos últimos anos, indicando expansões e metas para o setor, podendo ser acessado no site da Ancine www.ancine.gov.br

O discurso de Tereza Trautman destoa um pouco do otimismo demonstrado pelo diretor-presidente Ancine que, no balanço feito entre desafios e ganhos, prefere apostar nos últimos resultados. "A gente está completando 12 anos de Ancine e essa trajetória é essencialmente gloriosa", diz, completando ter saltado de uma situação incômoda do audiovisual. Hoje, admite que o Brasil conta com uma política pública de cinema e audiovisual, que inclui produção de filmes e séries para TV. Aponta como um dos desafios da Ancine regular e fiscalizar esse mercado. Para Tereza Trautman, as perspectivas estão se abrindo, conclamando os produtores das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste para se organizarem. Ao mesmo tempo em que cobra da Ancine o papel de regulamentação do setor, de maneira que possam dispor dos 30% dos recursos para produção e os 10% de inserção no mercado das TVs por assinatura.

Tereza Trautman chama a atenção para os recursos da ordem de R$ 880 milhões arrecadados pelo setor mas que não estão chegando na Ancine. Mesmo criticando o pouco espaço que a Lei garante para a produção independente brasileira, que na realidade equivale a 1%, para quem não tinha nada, "é um universo, um mundaréu", compara. Na sua opinião, as cotas devem ser cumpridas com rigor, afirmando que a atitude da Ancie deve ser proativa e não reativa. "Espero que a Ancine se organize logo", considerando pouco o que as empacotadoras estrangeiras pagam para uma produtora independente por ano. Segundo avalia, é o custo de um filme mediano, afirmando ser um milagre conseguir ter um canal transmitindo essas produções. "A Ancine deveria ter se preocupado antes". Defende a destinação dos 30% dos recursos arrecadados por essas emissoras para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, além do investimento na qualificação do setor.

Wagner Carvalho que integra a TV Pública de Tocantins falou sobre as disparidades regionais que estão sendo evidenciadas pela nova legislação do audiovisual. Situação semelhante é verificada também no Nordeste, daí a necessidade de investir na formação profissional nessas regiões. "Em Tocantins faltam espaços para o aperfeiçoamento para aprender", desabafa Wagner Carvalho, reclamando, ainda, da falta de financiamentos. As pessoas têm dificuldade de acessar um edital porque não sabem elaborar um projeto. "Falta treinamento até para fazer um projeto", diz, afirmando tentar buscar parcerias em outros estados. Não esconde o temor com relação ao resultado final das produções, uma vez que a ideia é fazer com que esses "produtos culturais" não fiquem restritos apenas ao País. Considera importante a união com o Nordeste.

Leonardo Barbosa, coordenador das Novas Plataformas do Ministério da Cultura (Minc) defende a qualificação do audiovisual, tanto no que diz respeito à mão de obra quanto na parte de ferramentas, citando o campo do som. Ressalta o trabalho do Centro Técnico Audiovisual (CTAV) que lança o edital para o curso de Dramaturgia de Produção Seriada, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O objetivo é investir na formação e qualificação do setor que está fora do circuito comercial, como os cineclubes universitários. Além de ações com o programa "Cine Mais Cultura".

De acordo com Leonardo Barboas, atualmente, 15% dos municípios brasileiros contam com cineclubes, ressaltando a precariedade tanto da parte física como de formação. "É meta do Ministério dotar esse circuito de qualidade, não como os comerciais, mas condizentes com as produções". Destaca o papel dos Núcleos de Produções Digitais, contabilizando 11 no Brasil, informando que Fortaleza conta com um.

Reconstrução

Entusiasta, Manoel Rangel aproveita para ressaltar os feitos da Ancine e de como está sendo reconstruído o setor, destruído pela operação desmonte do então presidente Fernando Collor de Melo, na década de 1990. "Aos poucos foram garantidos alguns mecanismos, como assegurar o cumprimento de cotas nas telas de cinemas, a retomada do registro das obras, aperfeiçoamento e fomento do setor". Agora, surge, pela primeira vez, a parceria com a produção independente para TV, permitindo às programadoras internacionais, aos invés de recolher sobre o faturamento de 11%, investir no percentual de 3% daquilo que remetem ao exterior para a produção brasileira.

Outro momento importante, a aprovação da Lei 11. 437, que criou o Fundo Setorial do audiovisual público para investimento do Estado brasileiro, o que significava a capacidade do governo de investir no setor. Antes, os investimentos eram restritos às operação das leis de incentivos fiscais com valores reduzidos. Dessa maneira, o orçamento que não ultrapassava R$ 35 milhões/ano, saltou para R$ 87 milhões no quarto ano e, agora, para R$ 205 milhões.

Dentre os feitos contabilizados pelo setor, cita o aumento no número de salas de exibição e o de assinantes de TV fechada, condições fundamentais para expandir o mercado audiovisual brasileiro. "Não é possível aumentar a produção sem termos um mercado robusto", observa, argumentado que a saída é criar riqueza para girar o mercado interno. Apenas uma cinematografia se viabiliza no mercado internacional, a norte-americana, lembra. "Todas as outras se viabilizam no mercado interno, sem depender de doses maciças de investimentos públicos, fazendo isso através do mercado interno", diz, citando os casos da Índia, a Correia, Japão e China. "A lógica de viabilizar a produção audiovisual é uma combinação de incentivos públicos que funcionam como estímulos aos privados".


fonte:
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1316707

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Estão abertas as inscrições para a 7ª Mostra Curta Audiovisual de Campinas

Pela primeira vez poderão ser feitas online, através do site do evento, até o dia 15 de setembro


Estão abertas as inscrições para a 7ª Mostra Curta Audiovisual de Campinas

Estão abertas até o dia 15 de setembro as inscrições de trabalhos para a 7ª Mostra Curta Audiovisual de Campinas que vai reunir filmes em curta-metragem de todos os gêneros. Podem participar produções com até 25 minutos duração (incluindo créditos de abertura e encerramento) que tenham sido finalizadas de janeiro de 2011 até hoje, não exibidas em outras edições da mostra.

Esta é a primeira edição da mostra em que as inscrições serão inteiramente online, no site do evento, onde se encontra também o regulamento.

A Mostra Curta Audiovisual é iniciativa de uma comissão de Produtores Culturais Independentes, em parceria com o Museu da Imagem e do Som de Campinas, Ideia Coletiva e Sesc Campinas, que apoia o evento, e vai ocorrer de 14 a 21 de novembro, na cidade de Campinas, com uma programação gratuita, composta por sessões de curtas- metragens, palestras e oficinas práticas de produção audiovisual.

Cada sessão da Mostra será batizada com o nome de algum antigo cinema de Campinas e as exibições dos trabalhos são montadas prezando pela multiplicidade de gêneros, linguagens e durações. Em paralelo a essas sessões, a Mostra realiza sessões especiais, como a dedicada ao público infanto-juvenil (Cineminha), Sessão na Praça, sessões com recursos de acessibilidade (Audiodescrição, Libras) e sessões com convidados.
Serviço:

7ª Mostra Curta Audiovisual de Campinas
Data de inscrição: até 15 de setembro
Data do evento: 14 a 21 de novembro
Inscrições online através do site do evento



fonte:

http://www.campinas.com.br/cinema/2013/09/estao-abertas-as-inscricoes-para-a-7a-mostra-curta-audiovisual-de-campinas